ESECS - Mestrado em Ciências da Educação - Gestão Escolar
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- Liderança escolar e Autonomia das escolasPublication . Silva, Leonor Maria de Sousa Freitas da; Sousa, Marlene Filipa da Natividade eEste trabalho tem como objetivo a análise do conceito de liderança escolar correlacionando-o com o de autonomia. Para tal, faz-se uma breve análise do fenómeno da liderança, da inteligência emocional, estabelecendo uma relação entre ambas. Analisa-se, ainda, a autonomia das escolas que, entre vários aspetos, pretende o reforço das lideranças escolares. Neste contexto, procurámos perscrutar em que medida a autonomia é uma realidade conquistada, ou uma retórica governativa, bem como o enquadramento legal do papel do Diretor escolar, em diferentes contextos educativos: escolas do ensino público sem contrato de autonomia, escolas do ensino público com contrato de autonomia e escolas do ensino particular e cooperativo com contrato de associação. A recolha de dados foi feita através de entrevistas semiestruturadas a diretores de uma escola, de um agrupamento e de um colégio. Foram tratadas de acordo com a técnica de análise de conteúdo. O presente estudo permitiu-nos concluir que a autonomia, dentro do mesmo sistema educativo, é percecionada de forma diferente pelos diretores de acordo com os diferentes vínculos legais que os seus estabelecimentos educativos têm com a tutela.
- Flexibilidade curricularPublication . Gil, Adelino João Marques Coelho; Barreto, Maria Antónia Belchior FerreiraO presente trabalho de investigação emerge no seio do Despacho n.º 3721/2017, de 3 de maio, que reconhece a capacidade de as escolas se auto-organizarem para dar resposta às suas necessidades concretas, numa lógica de mudança bottom-up. O mesmo normativo legal determina a realização de projetos-piloto de inovação pedagógica (P-PIP), orientados para a adoção de medidas que, promovendo a qualidade das aprendizagens, permitam uma efetiva eliminação do abandono e do insucesso escolar em todos os níveis de ensino. A rigidez da gramática escolar e a sua compartimentação na organização dos processos de ensino dos alunos como se fossem um só, não se coadunam com uma conceção de escola que vê o sucesso escolar como a sua condição natural. Muito pouco tem vindo a mudar, na generalidade das escolas, na forma como dividem o tempo e os espaços escolares, como agrupam os alunos e os distribuem por diferentes professores, como dividem o conhecimento em disciplinas e como avaliam os alunos com vista, quase única e exclusivamente, à atribuição de classificações. A sustentabilidade de um ensino que se pretende com qualidade, num contexto em que domina a diversidade e um currículo nacional que persiste uniforme, “pronto-a-vestir de tamanho único”, obriga à implementação de novas práticas de gestão curricular, nomeadamente a sua flexibilização. Esta e outras formas de como gerir o currículo potenciam enormes desafios, mas é o garante de que outra escola é possível. Neste âmbito, o estudo que aqui se apresenta tem como principal finalidade conhecer o processo de implementação do projeto piloto de inovação pedagógica (P-PIP) e averiguar se a sua sustentabilidade está associada à mudança de algumas variáveis da “gramática escolar tradicional”. Assim, é imperativo ir ao encontro de equilíbrios mobilizadores de novas formas de organizar e agrupar os alunos e os docentes, de gerir o currículo, e de integrar neste complexo e multirregulado processo soluções locais pensadas pela escola, em articulação com vários agentes educativos, e nisso residirá, provavelmente, algumas das chaves do processo educacional e dos seus desafios futuros. Tratou-se de um estudo de caso, desenvolvido num Agrupamento de Escolas do distrito de Leiria, um dos seis agrupamentos envolvidos no projeto P-PIP. Teve como participantes o diretor do Agrupamento e os professores que lecionam o quinto ano de escolaridade. Delineámos uma metodologia mista de investigação, fazendo recurso à entrevista, ao questionário e à análise documental como técnicas de recolha de dados. Os resultados do estudo apontam no sentido do rompimento com a gramática escolar tradicional, ou seja, a alteração de um conjunto de regras e variáveis que habitualmente estruturam o modo de ensinar e fazer aprender os alunos. O conceito de flexibilidade curricular é assumido pela generalidade dos professores inquiridos e aparece associado a estratégias inovadoras nos domínios pedagógico, curricular e organizacional, assentes numa lógica interna colaborativa e de articulação com a comunidade.
- A dinâmica do processo de autoavaliação num agrupamento de escolas de ExcelênciaPublication . Almeida, Ana Cristina Veigas Cadima; Rebelo, Isabel Sofia Godinho da SilvaA avaliação das escolas tem adquirido uma importância facilmente constatável e uma centralidade crescente nas políticas educativas atuais. O modelo implementado em Portugal compreende a existência de duas modalidades de avaliação, uma externa, levada a cabo por agentes exteriores à escola, e outra interna, da responsabilidade da própria escola. O trabalho desenvolvido procurou compreender como se processa e que efeitos produz a autoavaliação num agrupamento de escolas de excelência, e como é percebida e reconhecida pelo agrupamento. Para isso, foi desenvolvido um trabalho que compreendeu a análise do caso em estudo, através de recolha e análise documental e de recolha de testemunhos de alguns dos intervenientes no processo de autoavaliação. O processo de autoavaliação dinamizado pelo Núcleo de Avaliação Interna (NAI), no agrupamento em estudo, carateriza-se pelo seu dinamismo e pela intervenção de uma grande variedade de estruturas internas e externas ao agrupamento. Esse processo conduz à implementação de um amplo conjunto de ações de melhoria ao nível dos resultados académicos, da gestão e do funcionamento do agrupamento e da prestação do serviço educativo. Verificou-se que o NAI parece ter um papel central no trabalho desenvolvido pelo agrupamento facultando dados e informações que permitem às restantes estruturas analisar se o caminho que está a ser seguido é o pretendido e se produz os efeitos desejados. A maioria dos entrevistados considera que o trabalho desenvolvido pelo NAI foi decisivo para a atribuição das três menções de Excelente ao agrupamento. São ainda apontados como fatores que conduziram ao sucesso do agrupamento a ação da direção do agrupamento e o trabalho colaborativo e de equipa que se desenvolve.
- Um olhar sobre a (in)disciplina na sala de aulaPublication . Oliveira, Maria do Rosário Jorge de; Barreto, Maria Antónia Belchior FerreiraUm olhar sobre a (in)disciplina na sala de aula, centrado na perceção que os professores de um Agrupamento de Escolas têm dessa realidade, é o tema deste trabalho. No enquadramento teórico dos conceitos de disciplina e educação e de indisciplina e organização, procurou-se fundamentar a temática, para aplicar no estudo de caso realizado numa escola da Zona Centro do País. A disciplina é importante na obtenção do sucesso educativo, assumindo a relação pedagógica, com as suas dimensões espaciotemporais, relacionais e comunicacionais, um papel fundamental para a consecução dessa finalidade. Na sala de aula a indisciplina apresenta três níveis, segundo a categorização de João Amado, que envolvem o incumprimento das regras e normas estabelecidas, e os comportamentos disruptivos que acontecem nas relações entre pares e nas relações entre professor e aluno(s). A investigação sobre a perceção dos professores do fenómeno da (in)disciplina na sala de aula, nos três ciclos do Ensino Básico, privilegiou uma abordagem qualitativa, na análise de conteúdo das entrevistas, sendo complementada com a quantificação dos dados recolhidos nos inquéritos. Com o objetivo de compreender os comportamentos indisciplinados, as medidas disciplinares e as dinâmicas organizacionais para lidar com esta problemática, foram tratados e analisados os dados recolhidos de modo articulado. Verificou-se uma relação inversa quanto ao nível de gravidade e de frequência do comportamento indisciplinado, a necessidade de aplicar medidas disciplinares, embora a ação preventiva seja a mais desejável, e o papel ativo dos professores e dos órgãos de gestão pedagógica na resolução das situações de indisciplina que ocorrem na escola, concretamente na sala de aula. Finalmente, consideramos que este estudo ao conhecer e refletir sobre as relações interpessoais e as práticas pedagógicas do Agrupamento, pode contribuir para a melhoria contínua do clima escolar e para o sucesso educativo.
- Os assistentes técnicos na organização escolarPublication . Carvalho, Teresa Margarida Maia de; Monteiro, Susana Isabel da Cunha Sardinha; Sousa, Marlene Filipa da Natividade eA Administração Pública, nas últimas décadas, passou por grandes reformas na sua gestão com o objetivo de se tornar mais eficiente e eficaz visando a melhoria e a qualidade dos serviços prestados à comunidade. Neste quadro geral, a Escola, foi espelhando as transformações sociais, sendo alvo de várias mudanças no campo educativo decorrentes, desde logo, da massificação do ensino e do consequente aumento e diversificação da população escolar. Ao longo de mais de duas décadas muitas foram as alterações legislativas no que diz respeito ao pessoal não docente, em geral e aos Assistentes Técnicos, em particular, com o reconhecimento da necessidade de formação profissional dos recursos humanos, com a reformulação de funções, competências, conteúdos funcionais, com a extinção de algumas carreiras profissionais e a criação de outras (carreiras) novas. Tendo por base uma dessas carreiras profissionais, a dos Assistentes Técnicos, desenvolvemos a presente investigação com o propósito de comparar a perceção que referidos profissionais têm do seu papel na Escola, com relação à perceção dos restantes membros da comunidade escolar têm da atividade daqueles profissionais. Esta investigação consiste num estudo de caso, com recurso, essencialmente, ao inquérito por questionário, enquanto instrumento de recolha de dados, uma vez que, devido às medidas de confinamento decorrentes da Pandemia do COVID 19, não foi possível complementá-lo, triangulando os respetivos dados, com as entrevistas aos Assistentes Técnicos, tal como inicialmente previsto e calendarizado. Da comparação dos resultados obtidos percebemos que a perceção que os Assistentes Técnicos têm do exercício do seu trabalho na organização é mais positiva do que aquela que efetivamente a comunidade escolar lhes consegue reconhecer. Os Assistentes Técnicos consideram que o tempo de trabalho (correspondente ao seu horário de trabalho, diário e semanal) é adequado e vai ao encontro das respetivas expetativas, o que contribui para a sua realização pessoal.
- Avaliação Externa das EscolasPublication . Silva, João José Bernardes e; Barreto, Maria Antónia Belchior Ferreira“Os processos de avaliação externa e de autoavaliação são apontados como instrumentos decisivos para a melhoria da qualidade do serviço educativo” (Correia et al., 2015, p. 100). Estes seguem duas linhas de abordagem, nomeadamente avaliar para a melhoria (school improvement) e avaliar para a prestação de contas (school accountability). A reforçar esta linha de pensamento temos as palavras de Pacheco (2014) quando afirma que a “avaliação externa tem como um dos seus principais objetivos promover uma educação de qualidade” (p. 20). Mas será que estes desígnios da Avaliação Externa das Escolas estão a ser alcançados? O presente estudo analisou as principais tendências de evolução de desempenho das escolas, entre os dois primeiros ciclos de AEE, com base nas asserções de Pontos Fortes e Áreas de Melhoria. A proximidade geográfica determinou a escolha do universo deste estudo, em que centrámos a análise nas escolas da área de influência do CFAE Centro-Oeste. A análise documental dos relatórios de escola da AEE, da responsabilidade da IGE/IGEC, constituiu-se como a principal fonte informativa, num estudo de caracter qualitativo e quantitativo. Pretende-se que a AEE seja um processo indutor de uma cultura de escola em que a melhoria é o seu desígnio maior. Mas, efetivamente, qual foi a evolução qualitativa das escolas do 1.º para o 2.º Ciclo de AEE? À medida que os ciclos avaliativos se vão sucedendo é expectável que o número de Pontos Fortes das escolas aumente e o número de Áreas de Melhoria diminua e que a diferença entre estes dois indicadores aumente no sentido positivo. É nesta diferença entre o número de Pontos Fortes e de Áreas de Melhoria que podemos perceber qual o sentido da evolução do desempenho das escolas nos processos de AEE. Os resultados deste estudo revelam que em metade das escolas analisadas se manteve a diferença entre o número de pontos fortes e o número de áreas de melhoria. Nas restantes escolas verifica-se uma regressão nesta diferença. Esta conclusão confronta-nos com uma realidade que é díspar dos objetivos do processo de AEE, principalmente no que toca ao “school improvement”.
- Conceção e Validação de Instrumento de Avaliação da Satisfação com a prestação de serviço educativo, pelos Pais e/ou Encarregados de Educação, no âmbito de um Agrupamento de EscolasPublication . Pina, Jorge Manuel da Fonseca Ramalho; Barreto, Maria Antónia Belchior FerreiraAs acelerações científicas e tecnológicas nas sociedades contemporâneas e as novas práticas manegerialistas agregadas a uma nova gestão pública, conjuntamente com os novos normativos legais, vieram impor, aos sistemas educativos em geral e as organizações escolares em particular, a necessidade de adoção de estratégias que visem a eficiência e eficácia e sempre numa lógica de melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados. Nesta perspetiva, os sistemas e modelos de gestão da qualidade, agregados aos processos de avaliação, assumem-se como instrumentos determinantes para a melhoria da qualidade do serviço prestado e potenciadores de desenvolvimento da organização escolar e da comunidade onde se insere. Nesse sentido, e como refere Silvestre et. all (2011), “numa escola que se pretende simultaneamente inclusiva e de excelência, … o conhecimento das formas de envolvimento na AA organizacional quer dos alunos, quer das famílias, … afigura-se-nos como uma necessidade inquestionável, …, capazes de responder à medida das necessidades específicas de cada contexto escolar e, também, de todos e de cada um dos atores organizacionais”. Também a Recomendação nº 2/2015, de 25 de março do Conselho Nacional da Educação, destacando o envolvimento, compromisso e responsabilização das famílias como parâmetros fundamentais para o combate ao insucesso e à retenção escolar, recomenda que a escola valorize “o papel dos representantes parentais nos órgãos de gestão/estruturas das escolas” e adote “práticas de envolvimento e corresponsabilização parental no processo educativo.” (CNE, 2015) Assim, e na ausência, pelos menos em nosso entender, de instrumentos facilitadores dessas práticas de envolvimento parental, com evidência de validação (pelo menos no domínio da sua fiabilidade) nem, em nossa opinião, com suficiente consistência teórica e que permitissem percecionar a satisfação dos Pais e/ou Encarregados de Educação com o serviço educativo prestado, propusemo-nos conceber e validar, a nível da sua consistência e fiabilidade, um Instrumento de Avaliação da Satisfação com a prestação de serviço educativo, pelos Pais e/ou Encarregados de Educação, no âmbito de 1 Agrupamento de Escola. Para o efeito e como forma de recolha de dados, recorremos a entrevistas semiestruturada para a identificação dos itens a constarem no questionário, para posterior aplicação num teste piloto, onde pudéssemos aferir da sua consistência e fiabilidade, através da leitura do alfa de Cronbach. Da análise dos resultados obtidos, e após uma síntese do enquadramento teórico, adequada ao âmbito deste estudo e no âmbito das teorias gerais da Qualidade, designadamente, dos sistemas e modelos com aplicação especifica no campo da educação, poderemos inferir que alcançamos o objetivo geral a que nos propusemos.
- A desmaterialização dos manuais escolaresPublication . Amaral, David António Monteiro; Barreto, Maria Antónia Belchior Ferreira; Santos, Filipe Alexandre da SilvaO estudo desenvolve-se no âmbito da desmaterialização dos manuais escolares numa instituição educativa, tendo como questão orientadora aferir o seu impacto pedagógico, segundo a perceção dos docentes. O quadro legislativo que regulamenta os manuais escolares, contempla desde 2017, o fomento da desmaterialização dos recursos educativos. Inserido no Plano de Ação para a Transição Digital, aprovado na Resolução do Conselho de Ministros n.º 30/2020, de 21 de abril e no Programa de Estabilização Económica e Social, Resolução do Conselho de Ministros n.º 41/2020, de 6 de junho, iniciou-se o programa de universalização da Escola Digital que inclui, entre várias medidas, um projeto experimental de desmaterialização de manuais escolares. Assim, decorre o Projeto-Piloto de Desmaterialização dos Manuais Escolares em 12 Agrupamentos do país, integrado pelo Agrupamento de Escolas da Boa Água, em Sesimbra, que constitui o objeto de estudo da nossa investigação. Os dois momentos de ensino à distância, a partir de março de 2020 e fevereiro de 2021, decorrentes da situação pandémica causada pelo SARS-CoV-2, colocaram no centro da vida escolar o acesso aos equipamentos tecnológicos e à internet, a capacitação digital de professores e alunos, e os recursos educativos digitais, manuais escolares incluídos. Todos estes elementos são fundamentais na implementação da desmaterialização dos manuais escolares. A natureza da investigação é qualitativa e com este estudo de caso pretende-se compreender, em profundidade, os processos envolvidos na transição do manual escolar em papel para o manual digital, determinar as alterações no ensino-aprendizagem do Agrupamento de Escolas da Boa Água e os seus efeitos nos alunos. Concluiu-se que a opção pela desmaterialização dos manuais escolares teve como principal motivação a mudança das práticas de ensinoaprendizagem. O efetivo impacto pedagógico resultante das alterações operadas, não é, contudo, da exclusiva responsabilidade da desmaterialização dos manuais escolares e do uso intensivo das TIC em sala de aula, mas da mudança do modelo de ensino operado pelo Projeto-Piloto de Inovação Pedagógica (P-PIP) que introduziu a metodologia de trabalho de projeto transdisciplinar, alterações na avaliação, a valorização das competências face aos conteúdos e um currículo adaptado aos alunos e ao seu contexto socioeducativo. Apesar da singularidade do estudo de caso e a sua não replicabilidade, a experiência adquirida na implementação da desmaterialização dos manuais escolares pelo Agrupamento de Escolas da Boa Água, iniciada em 2014/2015 com o projeto Edulabs, poderá indicar estratégias, opções operacionais e pedagógicas úteis a outros processos semelhantes.
- Unidades de Apoio ao Alto Rendimento na EscolaPublication . Serrão, Sandra Isabel Pereira; Matos, Rui Manuel Neto eO interesse em torno do desenvolvimento de carreiras duplas, nomeadamente no que se refere à conciliação do percurso escolar e académico com o desempenho desportivo, tem vindo a emergir e a entrar, cada vez mais, em discussão pública e na ação política, indo ao encontro das recomendações emanadas pela União Europeia. O reconhecimento de que as medidas de apoio ao desenvolvimento do desporto de alto rendimento/seleções nacionais, previstas no Decreto-Lei n.º 272/2009, de 1 de outubro, têm-se revelado insuficientes para fazer face a todos os requisitos necessários à prossecução dos objetivos dos alunos-atletas, baseando-se na experiência recolhida ao longo dos anos, evidencia a necessidade de implementar medidas que visem melhorar e facilitar o ambiente e o percurso escolar dos alunos-atletas. O surgimento de novos diplomas legislativos, com o estabelecimento do estatuto do estudante atleta do ensino superior por um lado, e a criação das Unidades de Apoio ao Alto Rendimento na Escola por outro, vem preconizar a aplicação de novas medidas que visam reconhecer e valorizar a conciliação na carreira dupla. Neste âmbito, o estudo agora apresentado tem como principal finalidade conhecer as condições de execução das Unidades de Apoio ao Alto Rendimento nas Escolas, enquanto programa nacional, e averiguar da continuidade dos apoios aí consignados ao nível do ensino superior. Desenvolveu-se uma metodologia qualitativa de investigação, recorrendo à análise documental e à entrevista como técnicas de recolha de dados. Os resultados do presente estudo, e de acordo com as recomendações emanadas pelas instituições europeias, apontam para a existência de melhorias significativas nos apoios aos alunos-atletas do ensino básico e secundário com o desenvolvimento do programa UAARE, com resultados positivos consideráveis na criação de condições para a conciliação da atividade escolar com a prática desportiva. No que se refere ao ensino superior, os dados indicam que as alterações introduzidas pela mais recente legislação limitar-se-ão ao alargamento do leque de estudantes atletas que podem usufruir do respetivo estatuto e à uniformização de um conjunto de direitos mínimos facilitadores do acesso à prática desportiva, incentivando à participação em competições enquadradas em contexto desportivo do ensino superior.
- Trabalho colaborativo docente: Metamorfose pandémicaPublication . Serrano, António Frederico Heissein Madeira; Rebelo, Isabel Sofia Godinho da SilvaAs interações colaborativas no contexto organizacional escolar são de grande importância para capacitar os professores que partilham um propósito comum, cuja finalidade principal é criar um impacto positivo no ensino e na aprendizagem dos alunos. O estudo que apresentamos visa caracterizar a situação atual do trabalho colaborativo docente desenvolvido numa escola do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico (CEB), situada na cidade de Leiria, e a forma como ele é percecionado por estes docentes. Pretendemos igualmente apurar algumas das suas condições facilitadoras e dos seus fatores de dificultação. Este projeto, concretizado com recurso a técnicas qualitativas e quantitativas, coincidiu com a disseminação da pandemia pelo vírus SARS-CoV-2, ou Coronavirus Disease 2019 (Covid-19). O inquérito por questionário, instrumento metodológico selecionado para este trabalho, sujeito a validação prévia, teve lugar durante a primeira fase de ensino remoto generalizado em Portugal, originado pela referida pandemia, revelando perspetivas inéditas e novas formas de reflexão sobre o trabalho colaborativo. Para além deste inquérito, foi também elaborada uma análise às referências ao trabalho colaborativo docente, constante em documentação institucional daquele estabelecimento de ensino. A análise dos resultados deste projeto, de uma maneira geral, situa-se dentro dos parâmetros da bibliografia existente sobre esta problemática. Entre outras conclusões, os respondentes atribuem uma importância inequívoca à colaboração docente no âmbito do desenvolvimento profissional e consideram que o trabalho colaborativo tem uma influência positiva nos processos de ensino e aprendizagem, embora encontrem alguns obstáculos à sua concretização. Constatámos a existência de alguma reserva nas respostas relacionadas com a articulação entre os professores dos diferentes anos e ciclos (2.º e 3.º CEB) e sobretudo no âmbito do trabalho interdisciplinar, facto que a informação recolhida no corpus documental permitiu confirmar. Da análise dos inquéritos concluímos ainda que os respondentes revelaram o estabelecimento de novas formas positivas de trabalho colaborativo, originadas pelo confinamento devido à pandemia por Covid-19, mudança repentina, à qual metaforicamente chamámos Metamorfose pandémica, e pudemos perceber que a maioria dos professores que respondeu ao inquérito considera possível e útil dar continuidade a algumas destas formas de trabalho. Verificámos a perceção da existência de fomento e de reconhecimento do trabalho colaborativo por parte dos órgãos diretivos da escola; contudo, notámos também alguma hesitação quanto à desejável integração efetiva do trabalho colaborativo no horário semanal de trabalho.
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