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ESECS - Mestrado em Ciências da Educação - Gestão Escolar

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  • Mulheres em cargos de gestão escolar e a perceção do conflito trabalho-família
    Publication . Rosa, Mónica Mafalda Pires Godinho Neto; Santos, Maria João Sousa Pinto dos; Sousa, Susana Manuela Franco Faria de
    O conflito entre as responsabilidades familiares e laborais tem vindo a ser apontado como uma barreira à liderança feminina. Em contexto escolar, não só o corpo docente apresenta uma taxa de feminização elevada, mas também os cargos de gestão escolar são desempenhados por um número significativo de mulheres. Paralelamente, as tarefas domésticas e de cuidados com a família continuam a recair maioritariamente sobre as mulheres. Neste contexto, os objetivos definidos para o presente estudo foram reconhecer a perceção do conflito trabalho-família pelas gestoras escolares, identificar as principais situações geradoras de conflito trabalho-família e assinalar as estratégias de âmbito pessoal e profissional mais valorizadas pelas gestoras escolares para promover o equilíbrio trabalho-família. Este estudo constitui-se como um estudo descritivo, integrado no paradigma interpretativo. Empregou-se a técnica de inquérito para a recolha de dados, sendo o instrumento utilizado o questionário, aplicado através de formulário eletrónico. A amostra constitui-se por participantes voluntárias dos distritos de Leiria e Lisboa, que assumem simultaneamente responsabilidades familiares e cargos de gestão escolar. Os resultados obtidos apontam para a perceção do conflito trabalho-família, relacionado maioritariamente com o tempo e a tensão, e com maior expressão no sentido do trabalho para a família do que da família para o trabalho. As situações identificadas pelas participantes como geradoras de conflito foram maioritariamente relacionadas com o tempo despendido no cumprimento das responsabilidades laborais. Também foram identificadas situações que provocavam tensão, com origem nos domínios do trabalho e da família. Relativamente às estratégias promotoras do equilíbrio trabalho-família, quer as de âmbito pessoal e familiar, como as de âmbito profissional e de políticas públicas, foram muito valorizadas pelas participantes. Os resultados apontaram para a valorização do apoio do cônjuge e do estabelecimento de uma rede de apoio ajustada às necessidades individuais. Já ao nível profissional, foram mais valorizadas as medidas de apoio à família, o suporte da liderança e dos colegas, e a existência de uma cultura organizacional que promova a participação na vida familiar e a desconexão do trabalho. Reconhecendo que o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal é uma perceção individual, ambos os tipos de estratégias são relevantes, sendo necessário articular os esforços pessoais e organizacionais, conforme as características e necessidades de cada contexto.
  • Autoavaliação nas escolas - Implementação e impacto nas práticas pedagógicas e organizacionais
    Publication . Pereira, Fernando Brites; Menino, Hugo Alexandre Lopes
    Inserido no espaço europeu, o sistema educativo português tem sido moldado pelas políticas neoliberais de accountability promovidas pela União Europeia (UE), refletindo-se, nas últimas décadas, no discurso político, nos normativos legais e nas iniciativas da tutela nacionais orientadas para a eficiência e qualidade educativa. Paralelamente surgem movimentos de descentralização do sistema educativo e autonomia das escolas, quase sempre reflexo da falência do estado providência, acompanhados de correspondente responsabilização do prestador de serviços mais próximo do cliente que justificam que tudo seja avaliável mesmo que, por vezes, apenas mensurável. A avaliação institucional das escolas é apontada por muitos como o instrumento de controlo remoto na mão dos serviços centrais e de contestável capacidade de efetiva melhoria da qualidade educativa. Desenvolvida por duas modalidades, a externa e a interna, criadas por decreto, de criticável equilíbrio entre hétero e autorregulação, transpõe, por esta última, para a organização escola desafios que podem conflituar com a sua natureza e ethos próprios, mas também pode constituir instrumento alavancador único de aprendizagem e de desenvolvimento organizacional. A presente dissertação tem como propósito compreender como a autoavaliação (AA) é operacionalizada em contexto escolar e que impacto é percecionado pelos principais atores educativos relativamente ao seu contributo para o desenvolvimento organizacional e pedagógico. A investigação incide sobre dois agrupamentos de escolas da região de Leiria e analisa as opções adotadas no processo de AA, o nível de envolvimento dos diferentes atores e a utilidade dos resultados produzidos. Através de uma abordagem qualitativa, de natureza descritiva e interpretativa e, com base na metodologia de estudo de caso múltiplo, foram realizadas entrevistas semiestruturadas a diretores e coordenadores das equipas de AA e focus groups com coordenadores de departamento. Os resultados revelam que, apesar de ambos os agrupamentos adotarem o modelo CAF Educação, existem algumas diferenças ao nível da apropriação do modelo e da cultura organizacional subjacente, evidenciando que a maturação dos processos de AA, requer tempo, skills e estabilidade da equipa responsável, legitimação interna e envolvimento coletivo comprometido em que as lideranças desempenham um papel determinante. Identificam-se progressos importantes na mobilização da AA como ferramenta de gestão estratégica e suporte à tomada de decisão, ainda que persistam fragilidades na monitorização dos efeitos pedagógicos. Conclui-se que a AA, quando concebida de forma integrada, pode ultrapassar uma lógica meramente tecnocrática de prestação de contas e afirmar-se como instrumento potenciador de autorregulação e qualidade. Palavras
  • Questões de Liderança e Gestão Escolar associadas à Implementação de uma Comissão Administrativa Provisória (CAP)
    Publication . Martins, Teresa Isabel Girardo; Barreto, Maria Antónia Belchior Ferreira; Rebelo, Isabel Sofia Godinho da Silva
    O presente estudo analisa a atuação das Comissões Administrativas Provisórias (CAP) no sistema educativo português, enquanto modelo de gestão transitória em contextos de rutura na liderança escolar. A investigação centra-se nas perceções de quatro presidentes de CAP quanto ao seu papel como líderes e gestores educativos, destacando os desafios enfrentados, as estratégias adotadas e as dinâmicas institucionais envolvidas. Com base numa abordagem qualitativa, sustentada por entrevistas semiestruturadas e revisão documental, o estudo procura responder à questão: “Como é que os/as Presidentes da CAP percecionam a sua atividade enquanto gestores e líderes educativos?” Os dados recolhidos revelam que a construção de legitimidade e a liderança adaptativa são fatores essenciais para o sucesso da gestão provisória, especialmente em contextos marcados por resistência interna e limitações normativas. As principais conclusões do estudo organizam-se em seis dimensões: (I) Trajetórias profissionais e legitimidade – todos os presidentes possuem forte ligação ao meio escolar, sendo esta conexão crucial para a aceitação da sua liderança; (II) Desafios e fragilidades – a resistência da comunidade escolar e os constrangimentos legais dificultam a implementação de mudanças estruturais; (III) Estratégias de liderança – evidencia-se uma liderança flexível, distribuída e baseada na negociação; (IV) Diferenças entre CAP e direção tradicional – a CAP caracteriza-se por uma atuação urgente e de curto prazo, contrastando com a estabilidade da direção eleita; (V) Apoio institucional – o suporte da tutela e de entidades locais é determinante para a eficácia da gestão; (VI) Gestão de crises – a atuação em situações inesperadas exige resiliência e capacidade de resposta imediata. Conclui-se que a liderança nas CAPs requer competências específicas, nomeadamente na construção de consensos, na gestão de conflitos e na articulação com os órgãos colegiais e a tutela. Assim, o estudo contribui para o aprofundamento da compreensão sobre a liderança em contextos escolares provisórios e oferece orientações para a formação contínua de líderes educativos, bem como para a revisão de políticas públicas que sustentem uma gestão escolar eficaz, democrática e adaptada aos desafios contemporâneos.
  • O PERFIL DO PROFESSOR DO 1.º CICLO DO ENSINO BÁSICO NA GUINÉ-BISSAU: Contributos de um Projeto
    Publication . Silva, Maria de Fátima Gama da; Barreto, Maria Antónia Belchior Ferreira
    O 1.º ciclo do ensino básico é o alicerce do percurso escolar de todos os alunos, qualquer que seja o país. Nesse nível de ensino, que normalmente funciona em monodocência, o professor assume um papel determinante nas aprendizagens das crianças. O perfil do professor é estabelecido por legislação específica, mas o perfil real nem sempre corresponde ao perfil decretado. Quando o sistema educativo tem de fazer face a uma enorme falta de professores, o perfil real destes, tende a afastar-se ainda mais do perfil decretado. A Guiné-Bissau é um país em construção, com cinco décadas de independência, em que o sistema educativo tenta dar resposta à crescente procura, embora com grandes insuficiências. O governo e os parceiros internacionais têm investido na formação dos professores: há uma maior oferta de cursos de formação inicial de professores e há diversos programas de formação em serviço a decorrer. A ONG Effective Intervention desenvolveu um projeto no Sul do país em que proporcionou a escolaridade básica do 1.º ciclo a várias centenas de crianças em dezenas de aldeias. Para tal, recrutou e formou professores e supervisores; preparou materiais didáticos para professores e alunos; trabalhou em articulação com as comunidades locais e com as autoridades da Educação. No final, as crianças obtiveram excelentes resultados. Quisemos ir conhecer de perto este projeto e optámos por orientar a nossa investigação de mestrado no sentido de aprofundar as razões do sucesso alcançado. Apercebemo-nos, desde logo, que havia grandes diferenças na atuação dos professores do projeto comparativamente aos professores das outras escolas em geral. Assim, dirigimos a nossa pesquisa para o perfil dos professores que trabalharam no projeto. Tendo definido o objetivo geral – Analisar as características do perfil do professor adquiridas ou desenvolvidas no decurso do projeto ROPE1 – delineámos uma investigação qualitativa descritiva. O trabalho de campo foi realizado na Guiné-Bissau, após o término do projeto em estudo, como uma análise retrospetiva. A recolha de dados foi efetuada por meio de entrevistas em profundidade e para o seu tratamento utilizou-se a técnica de análise de conteúdo. O percurso de investigação feito levou-nos a concluir que, associado a outros fatores, o investimento na formação dos professores foi determinante para os excelentes resultados dos alunos. A formação dos professores é, pois, essencial para o bom desempenho da sua profissão e para a aprendizagem das crianças.
  • [Lideranças Intermédias e Educação Inclusiva – Um estudo de caso]
    Publication . Ribeiro, Sara Alexandra Vicente; Rebelo, Isabel Sofia Godinho da Silva; Sousa, Marlene Filipa da Natividade e
    O sistema educativo está em constante mudança, impulsionado por transformações políticas, demográficas e económicas. Nesse contexto, as escolas têm recebido cada vez mais autonomia, permitindo-lhes oferecer a melhor educação possível para Todos. Para que essa autonomia se traduza em sucesso, o papel dos líderes intermédios torna-se essencial, garantindo o bom funcionamento da organização. São eles os responsáveis por motivar, envolver e mobilizar os liderados dentro de uma filosofia inclusiva, capaz de promover o sucesso educativo de cada aluno. O presente relatório parte de uma questão inicial “Como estava a ser interiorizada e operacionalizada, por diferentes níveis de liderança na escola, a perspetiva subjacente de Educação Inclusiva?”. Na tentativa de responder a esta questão definiram-se como objetivos da investigação: i) identificar práticas inclusivas desenvolvidas na promoção da EI no AE, ii) analisar a perceção que os líderes intermédios têm do seu papel na implementação de práticas inclusivas promotoras de EI e iii) refletir sobre o contributo das práticas de EI desenvolvidas no AE. A análise dos dados recolhidos, através de entrevistas, evidenciou que a resposta a uma política educativa inclusiva, que pretende a construção de uma escola para Todos, deve preconizar práticas pedagógicas que valorizem um trabalho mais colaborativo, diversificar os recursos metodológicos, flexibilizar os currículos e investir na formação docente para valorizar a autonomia do aluno na construção do seu processo educativo.
  • O Projeto Mochila Leve e as práticas letivas
    Publication . Rosa, Vanda Cristina Antunes dos Santos Fernandes; Barata, Clarinda Luísa Ferreira
    O Projeto Mochila Leve, desenvolvido pela Câmara Municipal de Oeiras e aplicado em vários agrupamentos de escolas do município, foi pensado para ir ao encontro da legislação que rege o sistema de ensino português e que aponta para o sucesso de todos os alunos, sendo necessário que os mesmos se tornem o foco do processo de ensino e aprendizagem. Para que tal possa ser posto em prática, é necessário haver uma mudança na forma como os docentes encaram esse mesmo processo. Para o efeito desenvolveu-se um estudo de caso que incidiu num agrupamento de escolas do concelho, estudo esse que se insere no paradigma interpretativo de natureza mista, com o objetivo de compreender o impacto do Projeto Mochila Leve nas práticas pedagógicas dos docentes nele envolvidos. A inovação pedagógica passa por vários aspetos, como a mudança das práticas letivas, com recurso às metodologias ativas como estratégia para que o docente deixe de ser o centro do ensino e passe a ser um facilitador num processo em que o aluno passa a ser o agente da sua própria aprendizagem. A utilização de tecnologias, não sendo o cerne da inovação, é um elemento que não pode ser descurado, pois ajuda à concretização das metodologias ativas de aprendizagem. O trabalho colaborativo docente vai facilitar a implementação destas novas práticas, mas as lideranças escolares, quer as de topo, quer as intermédias, assumem um papel relevante no processo, uma vez que terão o papel de motivar a comunidade escolar para estas alterações, assim como de proporcionar na gestão curricular as medidas necessárias à sua execução. Assim, o Projeto Mochila Leve pretende impulsionar a mudança das práticas letivas, proporcionando formação docente, materiais pedagógicos e partilha de experiências. O presente trabalho pretende compreender se a mudança aconteceu, efetivamente, num agrupamento de escolas do concelho de Oeiras que tem docentes integrados no referido Projeto. Na realidade, as transformações que têm vindo a ocorrer advêm das condições proporcionadas pela edilidade, mas não só. O desejo sentido por alguns docentes que integraram o Projeto revelou ser igualmente, se não mais, importante. Contudo, a adesão a este Projeto não foi semelhante em todos os níveis de ensino e a sua implementação no ensino profissional tem vindo a apresentar uma maior resistência por parte dos seus docentes.
  • Trabalho Colaborativo entre os professores do 3.º ciclo do Ensino Básico e os professores de Educação Especial. Um estudo de caso num AE.
    Publication . Mendes, Paula Maria Ferreira; Rebelo, Isabel Sofia Godinho da Silva; Rodrigues, Marina Vitória Valdez Faria
    A investigação focou-se no Trabalho Colaborativo entre os professores do 3.º ciclo do Ensino Básico e os professores de Educação Especial, no contexto das medidas e práticas de gestão promotoras da Educação Inclusiva de um Agrupamento de Escolas. Teve como objetivos: 1) identificar e caracterizar as práticas colaborativas entre os professores do 3.º ciclo do Ensino Básico e os professores de Educação Especial; 2) analisar a importância dessas práticas na perspetiva dos professores; 3) relacionar as práticas colaborativas entre os professores do 3.º ciclo do Ensino Básico e os professores de Educação Especial com as práticas de gestão promotoras de Educação Inclusiva; e 4) perceber como ocorre o processo de Educação Inclusiva no Agrupamento de Escolas. As referências científicas que suportaram a investigação, relacionam-se com a Educação Inclusiva, o Trabalho Colaborativo e as suas estratégias, serviram de fundamentos, a gestão escolar e no geral todas as bases científicas que suportam a colaboração entre os professores do Ensino Básico e os professores de Educação Especial. A metodologia desenvolvida baseou-se nos processos de recolha e análise de dados qualitativos. A investigação foi desenvolvida numa escola básica de um Agrupamento de Escolas, do distrito de Leiria, tomando como ponto de partida a seguinte questão: Qual a natureza e características das práticas colaborativas entre os professores do 3.º ciclo do Ensino Básico e os professores de Educação Especial que com eles trabalham, no contexto das medidas e práticas de gestão promotoras de Educação Inclusiva de um Agrupamento de Escolas? A análise dos resultados permitiu o reconhecimento de práticas colaborativas, de processos de inclusão e das relações entre os professores do 3.º ciclo do Ensino Básico e os professores de Educação Especial, assim como, também, perceber as áreas fortes, entender as oportunidades de melhoria da instituição no que respeita ao Trabalho Colaborativo e à Educação Inclusiva. Os entrevistados (professores e direção) consideram que as práticas colaborativas entre os professores do 3.º ciclo do Ensino Básico e os professores de Educação Especial são fundamentais para a promoção de uma Educação Inclusiva e de qualidade. A colaboração entre os professores é facilitada por estratégias como momentos informais de convívio, planificação conjunta e atividades que promovem a reflexão e o diálogo. Sendo que, a criação de condições adequadas para o Trabalho Colaborativo, como liderança facilitadora, comunicação aberta, tempos comuns para planeamento e recursos suficientes, é essencial para o sucesso dessa colaboração.
  • A PERCEÇÃO DOS ASSISTENTES OPERACIONAIS DO 1.º CEB SOBRE O SEU PAPEL NA COMUNIDADE EDUCATIVA
    Publication . Pereira, Adriana Margarida de Jesus; Sousa, Marlene Filipa da Natividade e; Sousa, Susana Manuela Franco de Faria de
    Com os papéis desempenhados atualmente pelos Assistentes Operacionais (AO), e tendo por base esta realidade, identificou-se a seguinte problemática “Qual a perceção dos AO do primeiro Ciclo do Ensino Básico (1ºCEB) sobre o seu papel na comunidade educativa?”. O objetivo foi compreender melhor a perceção que os referidos profissionais têm do papel que desempenham dentro da comunidade educativa, e como seria reconhecido por essa comunidade o potencial da sua atividade profissional e o seu contributo, em todas as etapas do processo de ensino e de aprendizagem dos alunos. Para o desenvolvimento deste projeto aplicou-se um inquérito por questionário, onde se procurou conhecer a perceção dos AO em relação ao seu desempenho, competências e valorização, o qual foi respondido por alguns dos diferentes atores que integram a comunidade educativa em análise. Através da análise dos resultados obtidos, em termos quantitativos, as principais conclusões retiradas são as de que os AO revelam não estar totalmente satisfeitos com o conjunto de tarefas que executam na escola. Estes profissionais ambicionam ter um papel mais ativo e colaborante de auxílio aos professores. Por outro lado, os AO avaliam o desempenho das suas funções de forma muito positiva e percecionam que esse desempenho é reconhecido e valorizado, essencialmente, pelos alunos, professores, chefias intermédias e pela direção. Os AO revêem-se assim como “um capital humano de importância fundamental no bom funcionamento do sistema educativo” (Portaria n.º 29 de 2015). Traçado este panorama, quisemos ir mais fundo, tendo realizado algumas entrevistas a alguns AO, à Direção do Agrupamento e à Coordenadora de Estabelecimento, a fim de identificar eventuais contrastes de perspetivas, geradoras de novas pistas de investigação. Nas entrevistas verificamos a existência de uma unanimidade na atribuição da importância, do papel desempenhado pelos AO, enquanto elementos fundamentais na dinâmica e funcionamento da escola. O maior contraste ficou sublinhado na relação entre pares, AO com AO, que no inquérito foi identificado como um relacionamento menos positivo e, em entrevista, verificou-se que esta perceção era contraditória. A causa apontada para esta dualidade na perceção seria o stress causado pela sobrecarga de trabalho a que estes estão sujeitos devido à por falta de recursos humanos. Com a escassez de estudos sobre estes atores educativos, comparativamente aos restantes elementos da comunidade escolar, consideramos que seria interessante estudar esta problemática dos AO nos diferentes ciclos de estudo e a nível nacional, a fim de caracterizar e recolher informação de forma mais alargada e concreta nas diferentes escolas, que nos permitisse fazer inferências para melhor caraterizar e compreender esta classe profissional.
  • Prática desportiva e resultados académicos em alunos UAARE e de Desporto Escolar Implicação para uma Liderança e Gestão Escolares
    Publication . Afra, André Filipe Magalhães Brogueira de Teixeira e; Matos, Rui Manuel Neto e
    Além das aulas curriculares de Educação Física, as escolas têm investido no Desporto Escolar, com um número significativo de grupos equipa/alunos a participar em diversas modalidades. Como professor de Educação Física, surgiram-me dúvidas sobre o impacto da prática regular de atividade física e do Desporto Escolar nos resultados académicos dos alunos, levando-me a questionar se essa prática influenciaria de alguma forma o desempenho académico. A reflexão estende-se também aos alunos integrados no projeto Unidades de Apoio ao Alto Rendimento na Escola, que, para além da escola, praticam atividade física de alto nível. Questiono-me também sobre o impacto da prática desportiva no sucesso académico desses alunos. Esta tese de mestrado explora a inter-relação entre a liderança, a gestão escolar e a prática desportiva, com um foco particular na sua influência no sucesso académico dos alunos. A investigação está estruturada em três capítulos principais, que abordam, respetivamente, os conceitos de Liderança e Gestão no contexto escolar, Desporto Escolar e e as Unidades de Apoio ao Alto Rendimento na Escola, e a ligação entre a prática desportiva e os resultados académicos. Com este trabalho, proponho-me a analisar se existem diferenças significativas nos resultados académicos dos alunos que participam no DE ou nas UAARE, em comparação com as médias globais, de ciclo e de ano, de todos os alunos. A relação entre resultados académicos e prática desportiva é um elemento que irá ajudar o gestor escolar na direcção da sua escola e a definir as suas políticas educacionais.
  • MOTIVAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO DOCENTE: FATORES CONDICIONANTES
    Publication . André, Cláudia Sofia Farinha; Barreto, Maria Antónia Belchior Ferreira
    Ser docente é cada vez mais raro, são as evidências que o demonstram: existem cada vez menos docentes e menos estudantes a quererem ser docentes. É um problema que merece preocupação por parte de todos, pela importância que a educação tem para um país. O principal objetivo deste estudo consistiu no desejo de identificar fatores que possam motivar os docentes de modo a contribuir para a discussão em como tornar a profissão mais atrativa e assim contribuir com argumentos que promovam o interesse de estudantes e outros profissionais pela arte de ensinar. Além deste, foram definidos objetivos de modo a concretizar o primeiro, nomeadamente, a identificação de fatores determinantes que contribuam para o interesse e o desinteresse no desempenho da profissão docente, a identificação de motivos enunciados pelos docentes para se manterem na profissão, a indicação de causas determinantes para o aumento da satisfação no exercício da profissão e estimativa de respostas adequadas à motivação docente. A revisão da literatura centrou-se no estudo dos conceitos e teorias gerais da motivação, bem como nos fatores de motivação docente, pretendendo-se compreender quais seriam os fatores mais significativos para a análise empírica. A metodologia adotada consistiu numa abordagem quantitativa que se materializou na realização de um questionário a 212 professores do ensino público português oriundos de todos os níveis de ensino e áreas disciplinares do ensino não superior. Após a análise de dados, os resultados revelam que das opções colocadas aos inquiridos, a motivação dos professores dependerá principalmente, de fatores como: o desempenho e comportamento dos alunos, a aproximação dos professores à sua residência, a valorização e dignificação da profissão de professor perante a sociedade, o fim do trabalho burocrático acrescido e a melhoria do sistema de avaliação.