ESECS - Mestrado em Ciências da Educação - Gestão Escolar
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Browsing ESECS - Mestrado em Ciências da Educação - Gestão Escolar by advisor "Barreto, Maria Antónia Belchior Ferreira"
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- Avaliação do desempenho docente num Agrupamento de escolas: perceções da gestão, dos avaliadores e dos avaliados.Publication . Henriques, Cristina Maria Bastos Dias; Barreto, Maria Antónia Belchior FerreiraO presente estudo sobre a Avaliação do Desempenho Docente (ADD) num Agrupamento de escolas: perceções da direção, dos avaliadores e dos avaliados é legitimado por um contexto de exigência do sistema educativo nacional e transnacional, em termos da Qualidade do ensino, das aprendizagens e das Organizações. Imperativa, com o propósito de gestão de recursos, ou necessária, por motivos sociais ínsitos à globalização, importa perspetivar a ADD de vários ângulos, visando desocultar os seus sentidos, assim como os da cultura de avaliação e da cultura organizacional de um AE da região de Lisboa e Vale do Tejo (RLVT). Após a revisão da literatura sobre os modelos de ADD anteriores, procede-se à descrição, análise e avaliação da utilidade do modelo vigente, com base no DR nº 26/2012, de 21 de fevereiro. Pretende-se compreender se, no quadro das políticas educativas em Portugal, este modelo de ADD pressupõe e garante a qualidade do processo de avaliação do desempenho docente num AE, aferindo-se as respetivas potencialidades e constrangimentos. O estudo, descritivo e de natureza qualitativa, consiste numa abordagem interpretativa para o estudo do fenómeno. Para o efeito, recorre-se à metodologia do estudo de caso, sendo realizadas sete entrevistas a informadores privilegiados do processo. As suas perceções são um contributo imprescindível para a avaliação da qualidade do modelo de ADD vigente e das dinâmicas inerentes ao processo implementado no contexto do AE. Afere-se o conceito de “avaliação (do desempenho docente)”, o clima avaliativo no que respeita a relação entre avaliadores e avaliados em diferentes fases da carreira docente: perfis e competências; o impacto interno da ADD na melhoria do ensino e na melhoria da qualidade das aprendizagens dos alunos, o impacto externo, atinente à melhoria da qualidade do AE e do contexto local (pontos fortes, limitações e desafios). Após a análise dos dados, os resultados apontam para perspetivas favoráveis à avaliação do desempenho docente, quanto à sua importância e necessidade. No entanto, segundo os inquiridos, o modelo de ADD vigente apresenta mais constrangimentos do que potencialidades, com repercussões no processo implementado no AE, no desenvolvimento pessoal e profissional docente (DPD) e até na melhoria da qualidade do AE. Apesar de o processo de ADD decorrer sem conflitos significativos neste AE, recomenda-se, a curto prazo, a implementação, a nível nacional, de um novo modelo de ADD: mais justo, mais objetivo, inovador, garantindo a efetiva qualidade do processo avaliativo, o reforço do desenvolvimento pessoal e profissional docente, bem como o reconhecimento e a valorização da carreira docente em Portugal.
- Avaliação Externa das EscolasPublication . Silva, João José Bernardes e; Barreto, Maria Antónia Belchior Ferreira“Os processos de avaliação externa e de autoavaliação são apontados como instrumentos decisivos para a melhoria da qualidade do serviço educativo” (Correia et al., 2015, p. 100). Estes seguem duas linhas de abordagem, nomeadamente avaliar para a melhoria (school improvement) e avaliar para a prestação de contas (school accountability). A reforçar esta linha de pensamento temos as palavras de Pacheco (2014) quando afirma que a “avaliação externa tem como um dos seus principais objetivos promover uma educação de qualidade” (p. 20). Mas será que estes desígnios da Avaliação Externa das Escolas estão a ser alcançados? O presente estudo analisou as principais tendências de evolução de desempenho das escolas, entre os dois primeiros ciclos de AEE, com base nas asserções de Pontos Fortes e Áreas de Melhoria. A proximidade geográfica determinou a escolha do universo deste estudo, em que centrámos a análise nas escolas da área de influência do CFAE Centro-Oeste. A análise documental dos relatórios de escola da AEE, da responsabilidade da IGE/IGEC, constituiu-se como a principal fonte informativa, num estudo de caracter qualitativo e quantitativo. Pretende-se que a AEE seja um processo indutor de uma cultura de escola em que a melhoria é o seu desígnio maior. Mas, efetivamente, qual foi a evolução qualitativa das escolas do 1.º para o 2.º Ciclo de AEE? À medida que os ciclos avaliativos se vão sucedendo é expectável que o número de Pontos Fortes das escolas aumente e o número de Áreas de Melhoria diminua e que a diferença entre estes dois indicadores aumente no sentido positivo. É nesta diferença entre o número de Pontos Fortes e de Áreas de Melhoria que podemos perceber qual o sentido da evolução do desempenho das escolas nos processos de AEE. Os resultados deste estudo revelam que em metade das escolas analisadas se manteve a diferença entre o número de pontos fortes e o número de áreas de melhoria. Nas restantes escolas verifica-se uma regressão nesta diferença. Esta conclusão confronta-nos com uma realidade que é díspar dos objetivos do processo de AEE, principalmente no que toca ao “school improvement”.
- AVALIAÇÃO PEDAGÓGICAPublication . Pedro, António Luís Fernandes; Barreto, Maria Antónia Belchior FerreiraDesde a publicação, em 2017, do Perfil dos Alunos à Saída a Escolaridade Obrigatória, e demais legislação subsequente, que a escola e os professores se sentem confrontados com a urgência da mudança de paradigma, quanto aos modos de ensinar e de avaliar as aprendizagens dos alunos. Todas as mudanças se fazem, em certo sentido, de ruturas, e uma nova “gramática escolar” tem de surgir no seio da comunidade educativa. A formação de professores no âmbito do Projeto MAIA (Projeto de Monitorização, Acompanhamento e Investigação em Avaliação Pedagógica) tem como objetivo principal contribuir para que a avaliação, o ensino e o currículo estejam tão integrados quanto possível permitindo que os alunos atinjam o desejável Perfil. O presente trabalho trata-se de um estudo de caso, desenvolvido num Agrupamento de Escolas do distrito de Leiria, tendo como participantes o diretor e os professores que frequentaram a Oficina de Formação MAIA em 2020. Os dados foram obtidos a partir de entrevistas realizadas a cinco professores e ao diretor do Agrupamento, enquadrados numa análise documental. Os resultados deste estudo evidenciam ser possível existir mudanças na avaliação pedagógica, aquela que ocorre nas salas de aula, quando o diretor e os professores concertadamente valorizam a formação e a põem em prática. Tal processo de transformação, de rutura com práticas e conceções instaladas, não ocorre, contudo, sem dúvidas, dificuldades e sacrifícios pessoais, nas palavras dos participantes.
- A Carta Educativa de Leiria como instrumento de planeamento estratégicoPublication . Rosa, Donato Filipe Nobre; Barreto, Maria Antónia Belchior FerreiraA crescente valorização da participação das autarquias na educação, reforçada pela publicação do Decreto-Lei n.º 21/2019, de 30 de janeiro, obriga à construção de instrumentos estratégicos de planeamento que contextualizem e orientem as políticas educativas locais. Assim, torna-se indispensável perceber a influência da Carta Educativa, como instrumento do planeamento estratégico e do reordenamento prospetivo das redes municipais de oferta de educação e formação, e a forma como este documento se relaciona e contribui para a efetivação das políticas educativas locais. O estudo qualitativo que aqui se apresenta, incide na Carta Educativa de 2007 e no Relatório Preliminar da Carta Educativa 20-30 do concelho de Leiria. Foi feita uma analise documental dos dois documentos e foram realizadas entrevistas aos gestores escolares, à vereadora da educação e à técnica municipal responsável pela elaboração da próxima Carta Educativa. Aferimos que a Carta Educativa de 2.ª geração, ainda em elaboração, aprofundará a sua relação com as políticas educativas locais pela inclusão do Plano Educativo Municipal e de outras intervenções na área da educação, e que estão em curso dinâmicas que promovem a participação de diversos atores com responsabilidades na educação na elaboração das cartas. Podemos perceber ainda que na opinião de diretores das escolas e da autarquia a Carta Educativa é um documento maleável, ajustável às mudanças na realidade local e que não interfere com a autonomia das escolas.
- Conceção e Validação de Instrumento de Avaliação da Satisfação com a prestação de serviço educativo, pelos Pais e/ou Encarregados de Educação, no âmbito de um Agrupamento de EscolasPublication . Pina, Jorge Manuel da Fonseca Ramalho; Barreto, Maria Antónia Belchior FerreiraAs acelerações científicas e tecnológicas nas sociedades contemporâneas e as novas práticas manegerialistas agregadas a uma nova gestão pública, conjuntamente com os novos normativos legais, vieram impor, aos sistemas educativos em geral e as organizações escolares em particular, a necessidade de adoção de estratégias que visem a eficiência e eficácia e sempre numa lógica de melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados. Nesta perspetiva, os sistemas e modelos de gestão da qualidade, agregados aos processos de avaliação, assumem-se como instrumentos determinantes para a melhoria da qualidade do serviço prestado e potenciadores de desenvolvimento da organização escolar e da comunidade onde se insere. Nesse sentido, e como refere Silvestre et. all (2011), “numa escola que se pretende simultaneamente inclusiva e de excelência, … o conhecimento das formas de envolvimento na AA organizacional quer dos alunos, quer das famílias, … afigura-se-nos como uma necessidade inquestionável, …, capazes de responder à medida das necessidades específicas de cada contexto escolar e, também, de todos e de cada um dos atores organizacionais”. Também a Recomendação nº 2/2015, de 25 de março do Conselho Nacional da Educação, destacando o envolvimento, compromisso e responsabilização das famílias como parâmetros fundamentais para o combate ao insucesso e à retenção escolar, recomenda que a escola valorize “o papel dos representantes parentais nos órgãos de gestão/estruturas das escolas” e adote “práticas de envolvimento e corresponsabilização parental no processo educativo.” (CNE, 2015) Assim, e na ausência, pelos menos em nosso entender, de instrumentos facilitadores dessas práticas de envolvimento parental, com evidência de validação (pelo menos no domínio da sua fiabilidade) nem, em nossa opinião, com suficiente consistência teórica e que permitissem percecionar a satisfação dos Pais e/ou Encarregados de Educação com o serviço educativo prestado, propusemo-nos conceber e validar, a nível da sua consistência e fiabilidade, um Instrumento de Avaliação da Satisfação com a prestação de serviço educativo, pelos Pais e/ou Encarregados de Educação, no âmbito de 1 Agrupamento de Escola. Para o efeito e como forma de recolha de dados, recorremos a entrevistas semiestruturada para a identificação dos itens a constarem no questionário, para posterior aplicação num teste piloto, onde pudéssemos aferir da sua consistência e fiabilidade, através da leitura do alfa de Cronbach. Da análise dos resultados obtidos, e após uma síntese do enquadramento teórico, adequada ao âmbito deste estudo e no âmbito das teorias gerais da Qualidade, designadamente, dos sistemas e modelos com aplicação especifica no campo da educação, poderemos inferir que alcançamos o objetivo geral a que nos propusemos.
- A desmaterialização dos manuais escolaresPublication . Amaral, David António Monteiro; Barreto, Maria Antónia Belchior Ferreira; Santos, Filipe Alexandre da SilvaO estudo desenvolve-se no âmbito da desmaterialização dos manuais escolares numa instituição educativa, tendo como questão orientadora aferir o seu impacto pedagógico, segundo a perceção dos docentes. O quadro legislativo que regulamenta os manuais escolares, contempla desde 2017, o fomento da desmaterialização dos recursos educativos. Inserido no Plano de Ação para a Transição Digital, aprovado na Resolução do Conselho de Ministros n.º 30/2020, de 21 de abril e no Programa de Estabilização Económica e Social, Resolução do Conselho de Ministros n.º 41/2020, de 6 de junho, iniciou-se o programa de universalização da Escola Digital que inclui, entre várias medidas, um projeto experimental de desmaterialização de manuais escolares. Assim, decorre o Projeto-Piloto de Desmaterialização dos Manuais Escolares em 12 Agrupamentos do país, integrado pelo Agrupamento de Escolas da Boa Água, em Sesimbra, que constitui o objeto de estudo da nossa investigação. Os dois momentos de ensino à distância, a partir de março de 2020 e fevereiro de 2021, decorrentes da situação pandémica causada pelo SARS-CoV-2, colocaram no centro da vida escolar o acesso aos equipamentos tecnológicos e à internet, a capacitação digital de professores e alunos, e os recursos educativos digitais, manuais escolares incluídos. Todos estes elementos são fundamentais na implementação da desmaterialização dos manuais escolares. A natureza da investigação é qualitativa e com este estudo de caso pretende-se compreender, em profundidade, os processos envolvidos na transição do manual escolar em papel para o manual digital, determinar as alterações no ensino-aprendizagem do Agrupamento de Escolas da Boa Água e os seus efeitos nos alunos. Concluiu-se que a opção pela desmaterialização dos manuais escolares teve como principal motivação a mudança das práticas de ensinoaprendizagem. O efetivo impacto pedagógico resultante das alterações operadas, não é, contudo, da exclusiva responsabilidade da desmaterialização dos manuais escolares e do uso intensivo das TIC em sala de aula, mas da mudança do modelo de ensino operado pelo Projeto-Piloto de Inovação Pedagógica (P-PIP) que introduziu a metodologia de trabalho de projeto transdisciplinar, alterações na avaliação, a valorização das competências face aos conteúdos e um currículo adaptado aos alunos e ao seu contexto socioeducativo. Apesar da singularidade do estudo de caso e a sua não replicabilidade, a experiência adquirida na implementação da desmaterialização dos manuais escolares pelo Agrupamento de Escolas da Boa Água, iniciada em 2014/2015 com o projeto Edulabs, poderá indicar estratégias, opções operacionais e pedagógicas úteis a outros processos semelhantes.
- Flexibilidade curricularPublication . Gil, Adelino João Marques Coelho; Barreto, Maria Antónia Belchior FerreiraO presente trabalho de investigação emerge no seio do Despacho n.º 3721/2017, de 3 de maio, que reconhece a capacidade de as escolas se auto-organizarem para dar resposta às suas necessidades concretas, numa lógica de mudança bottom-up. O mesmo normativo legal determina a realização de projetos-piloto de inovação pedagógica (P-PIP), orientados para a adoção de medidas que, promovendo a qualidade das aprendizagens, permitam uma efetiva eliminação do abandono e do insucesso escolar em todos os níveis de ensino. A rigidez da gramática escolar e a sua compartimentação na organização dos processos de ensino dos alunos como se fossem um só, não se coadunam com uma conceção de escola que vê o sucesso escolar como a sua condição natural. Muito pouco tem vindo a mudar, na generalidade das escolas, na forma como dividem o tempo e os espaços escolares, como agrupam os alunos e os distribuem por diferentes professores, como dividem o conhecimento em disciplinas e como avaliam os alunos com vista, quase única e exclusivamente, à atribuição de classificações. A sustentabilidade de um ensino que se pretende com qualidade, num contexto em que domina a diversidade e um currículo nacional que persiste uniforme, “pronto-a-vestir de tamanho único”, obriga à implementação de novas práticas de gestão curricular, nomeadamente a sua flexibilização. Esta e outras formas de como gerir o currículo potenciam enormes desafios, mas é o garante de que outra escola é possível. Neste âmbito, o estudo que aqui se apresenta tem como principal finalidade conhecer o processo de implementação do projeto piloto de inovação pedagógica (P-PIP) e averiguar se a sua sustentabilidade está associada à mudança de algumas variáveis da “gramática escolar tradicional”. Assim, é imperativo ir ao encontro de equilíbrios mobilizadores de novas formas de organizar e agrupar os alunos e os docentes, de gerir o currículo, e de integrar neste complexo e multirregulado processo soluções locais pensadas pela escola, em articulação com vários agentes educativos, e nisso residirá, provavelmente, algumas das chaves do processo educacional e dos seus desafios futuros. Tratou-se de um estudo de caso, desenvolvido num Agrupamento de Escolas do distrito de Leiria, um dos seis agrupamentos envolvidos no projeto P-PIP. Teve como participantes o diretor do Agrupamento e os professores que lecionam o quinto ano de escolaridade. Delineámos uma metodologia mista de investigação, fazendo recurso à entrevista, ao questionário e à análise documental como técnicas de recolha de dados. Os resultados do estudo apontam no sentido do rompimento com a gramática escolar tradicional, ou seja, a alteração de um conjunto de regras e variáveis que habitualmente estruturam o modo de ensinar e fazer aprender os alunos. O conceito de flexibilidade curricular é assumido pela generalidade dos professores inquiridos e aparece associado a estratégias inovadoras nos domínios pedagógico, curricular e organizacional, assentes numa lógica interna colaborativa e de articulação com a comunidade.
- Gestão escolar baseada no bem-estar do alunoPublication . Duarte, Núria Calado; Barreto, Maria Antónia Belchior FerreiraA mudança constante da sociedade pressupõe uma transformação das e nas escolas, que devem aproveitar e encarar a mudança como uma oportunidade (Lima, 1998). É necessário que as escolas preparem as crianças com novas competências para novos trabalhos e eduquem cidadãos de e para o mundo (Winthrop et al., 2018), promovendo o seu bem-estar, o que pode contribuir para a criação de sociedades socialmente mais coesas, para a promoção da saúde mental e, acima de tudo, para potenciar a aprendizagem (Seligman, 2011). Por outro lado, são requeridos novos modos de gestão e inovação nas escolas, designadamente envolvendo todos os membros num processo de aprendizagem e desenvolvimento incorporado nas práticas diárias, tornando-se uma “organização de aprendizagem” (Chiavenato, 2004) ou “organização que aprende” (Bolívar, 2003), privilegiando a autoavaliação enquanto estratégia para a melhoria da escola (Hargreaves, A. & Fink, D., 2007). A presente investigação decorreu em duas escolas do 1.º ciclo do ensino básico e pretendeu perceber de que forma o foco no bem-estar do aluno pode promover a melhoria da escola e do processo educativo e, consequentemente, das aprendizagens dos alunos, sendo implementada através do método do estudo de caso e recorrendo a metodologias qualitativas e compreensivas. Os resultados obtidos apontam para a possibilidade destas melhorias poderem acontecer através de um quadro de avaliação flexível (neste caso, baseado no Modelo do Bem-Estar na Escola, de Konu, A. e Rimpelä, M., 2002), co-construído pelos próprios envolvidos (através da metodologia SPIRAL), com base num perfil do aluno com bemestar também definido pelos atores da comunidade educativa, tornando-se assim uma avaliação que toma em consideração o que é realmente importante para os utilizadores de cada escola, ou seja, para aquela comunidade educativa. No caso das escolas estudadas, de acordo com os resultados obtidos, o que mais contribui para o bemestar dos seus alunos é à relação com os outros, principalmente com os pares, o clima de escola e a parte lúdica - o brincar. Como percebido na presente investigação, a melhoria na gestão escolar pode ser concretizada com base num quadro de referência consensualizado e apropriado pelos próprios atores, adaptado às necessidades, expetativas e desejos de toda a comunidade escolar, visando não apenas o sucesso académico mas também o bem-estar do aluno, dois fatores que se relacionam e potenciam.
- MOTIVAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO DOCENTE: FATORES CONDICIONANTESPublication . André, Cláudia Sofia Farinha; Barreto, Maria Antónia Belchior FerreiraSer docente é cada vez mais raro, são as evidências que o demonstram: existem cada vez menos docentes e menos estudantes a quererem ser docentes. É um problema que merece preocupação por parte de todos, pela importância que a educação tem para um país. O principal objetivo deste estudo consistiu no desejo de identificar fatores que possam motivar os docentes de modo a contribuir para a discussão em como tornar a profissão mais atrativa e assim contribuir com argumentos que promovam o interesse de estudantes e outros profissionais pela arte de ensinar. Além deste, foram definidos objetivos de modo a concretizar o primeiro, nomeadamente, a identificação de fatores determinantes que contribuam para o interesse e o desinteresse no desempenho da profissão docente, a identificação de motivos enunciados pelos docentes para se manterem na profissão, a indicação de causas determinantes para o aumento da satisfação no exercício da profissão e estimativa de respostas adequadas à motivação docente. A revisão da literatura centrou-se no estudo dos conceitos e teorias gerais da motivação, bem como nos fatores de motivação docente, pretendendo-se compreender quais seriam os fatores mais significativos para a análise empírica. A metodologia adotada consistiu numa abordagem quantitativa que se materializou na realização de um questionário a 212 professores do ensino público português oriundos de todos os níveis de ensino e áreas disciplinares do ensino não superior. Após a análise de dados, os resultados revelam que das opções colocadas aos inquiridos, a motivação dos professores dependerá principalmente, de fatores como: o desempenho e comportamento dos alunos, a aproximação dos professores à sua residência, a valorização e dignificação da profissão de professor perante a sociedade, o fim do trabalho burocrático acrescido e a melhoria do sistema de avaliação.
- O PERFIL DO PROFESSOR DO 1.º CICLO DO ENSINO BÁSICO NA GUINÉ-BISSAU: Contributos de um ProjetoPublication . Silva, Maria de Fátima Gama da; Barreto, Maria Antónia Belchior FerreiraO 1.º ciclo do ensino básico é o alicerce do percurso escolar de todos os alunos, qualquer que seja o país. Nesse nível de ensino, que normalmente funciona em monodocência, o professor assume um papel determinante nas aprendizagens das crianças. O perfil do professor é estabelecido por legislação específica, mas o perfil real nem sempre corresponde ao perfil decretado. Quando o sistema educativo tem de fazer face a uma enorme falta de professores, o perfil real destes, tende a afastar-se ainda mais do perfil decretado. A Guiné-Bissau é um país em construção, com cinco décadas de independência, em que o sistema educativo tenta dar resposta à crescente procura, embora com grandes insuficiências. O governo e os parceiros internacionais têm investido na formação dos professores: há uma maior oferta de cursos de formação inicial de professores e há diversos programas de formação em serviço a decorrer. A ONG Effective Intervention desenvolveu um projeto no Sul do país em que proporcionou a escolaridade básica do 1.º ciclo a várias centenas de crianças em dezenas de aldeias. Para tal, recrutou e formou professores e supervisores; preparou materiais didáticos para professores e alunos; trabalhou em articulação com as comunidades locais e com as autoridades da Educação. No final, as crianças obtiveram excelentes resultados. Quisemos ir conhecer de perto este projeto e optámos por orientar a nossa investigação de mestrado no sentido de aprofundar as razões do sucesso alcançado. Apercebemo-nos, desde logo, que havia grandes diferenças na atuação dos professores do projeto comparativamente aos professores das outras escolas em geral. Assim, dirigimos a nossa pesquisa para o perfil dos professores que trabalharam no projeto. Tendo definido o objetivo geral – Analisar as características do perfil do professor adquiridas ou desenvolvidas no decurso do projeto ROPE1 – delineámos uma investigação qualitativa descritiva. O trabalho de campo foi realizado na Guiné-Bissau, após o término do projeto em estudo, como uma análise retrospetiva. A recolha de dados foi efetuada por meio de entrevistas em profundidade e para o seu tratamento utilizou-se a técnica de análise de conteúdo. O percurso de investigação feito levou-nos a concluir que, associado a outros fatores, o investimento na formação dos professores foi determinante para os excelentes resultados dos alunos. A formação dos professores é, pois, essencial para o bom desempenho da sua profissão e para a aprendizagem das crianças.
