ESSLei - Revista Research & Networks in Health, N.º 3, Vol. 1
Permanent URI for this collection
Browse
Recent Submissions
- Desenvolvimento de tecnologia para extensão do shelf-life de produtos de panificação da empresa PanimafraPublication . Santos, J.F.; Lidon, F.C.; Pessoa, M.F.; Almeida, J.A.; Luz, B.; Bagulho, A.S.Este estudo tem por objetivo desenvolver tecnologia que permita alargar o tempo de vida útil (shelf-life time) do Pão de Mafra, fabricado a partir de farinha de trigo e centeio, levedura, sal e elevada % de água, na sua versão “pão de forma” fatiado. A empresa garante apenas 1 dia de validade para o produto (o pão é produzido, distribuído e recolhido diariamente) mas pretende alargar para 5 dias. Para tal recorreu-se à utilização de aditivos alimentares com ação conservante. A estratégia adotada consistiu na pulverização com aditivos sobre o pão fatiado, sendo embalados de seguida e guardados num local seco e fresco. Diariamente efetuou-se uma vistoria a todas as amostras para análise de eventuais desenvolvimentos de bolores. Num primeiro ensaio utilizaram-se 6 aditivos, selecionados de acordo com a legislação portuguesa e da EU (que se identificam nesta fase por aditivos A, B, C, D, E e F), tendo-se desenvolvido 3 soluções para cada aditivo com concentrações variadas dentro dos teores legais possíveis. Estas soluções aplicaram-se sobre os pães com o auxílio de pulverizadores (10 mL de cada solução em cada amostra – 3 fatias de pão x 3 réplicas). Deste primeiro ensaio resultou a exclusão dos aditivos B e D dado que o aparecimento de bolores ocorreu ao 3º dia após a aplicação e dos aditivos E e F devido ao aparecimento de bolores entre o 4º e o 6º dia. Num segundo ensaio utilizaram-se apenas os aditivos A e C (aditivos que demonstraram eficácia até 13 dias no 1º ensaio) e aplicaram-se sobre as amostras em 6 concentrações distintas (10 mL de cada solução em cada amostra – 3 fatias de pão x 4 réplicas), tendo sido armazenados sob as mesmas condições do ensaio inicial. Este ensaio serviu para corroborar a escolha dos aditivos e selecionar quais as concentrações mais adequadas (aditivo A, concentração A6 e aditivo C, concentrações C3 e C6). No terceiro ensaio aplicaram-se as soluções anteriores a metades de pão para verificar a continuidade dos resultados, testando-se a aplicação direta no pão e a aplicação na embalagem. Mais tarde far-se-á o scale up para a máquina de embalamento da empresa que pulverizará a solução do aditivo escolhida para a superfície do pão, sendo seguidamente colocado no interior do saco microperfurado. Paralelamente caracterizou-se a farinha (HR = 13,99%, Proteínas = 11,01%, Glúten = 26,01%, Índice de Glúten = 87,13%, Força W = 215,65), teor de cinzas (0,662%), teor de matéria orgânica (51,073%), humidade relativa (48,265%), elementos minerais (com recurso ao XRF Analyzer) (Cl, K, S, P, Ca, Si, Zn, Mo, Zr, Nb, U, Sr, Rb), colorimetria (com recurso a colorímetro que atua no espaço de cor CIELab) (hº miolo = 87,26; 68,16 ≤ hº côdeas ≤ 72,90) e análise sensorial descritiva e hedónica, para verificar se a pulverização de aditivos afeta ou não as caraterísticas organoléticas do pão em causa. Os três últimos parâmetros serão sujeitos ao teste ANOVA com um grau de significância de 5%, recorrendo ao software de tratamento estatístico R.
- Desenvolvimento de um muffin de chícharo sem glúten e teor lipídico reduzidoPublication . Dinis, J.; Novo, M.; Correia, P.; Ribeiro, V.A doença celíaca tem vindo a ganhar relevância na sociedade, especialmente em países desenvolvidos, sendo cada vez maior a necessidade de desenvolvimento de produtos sem glúten. No entanto, muitos destes produtos, principalmente na área de pastelaria, não apresentam uma composição nutricionalmente saudável, tendo na sua maioria quantidades elevadas de lípidos e hidratos de carbono simples. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi desenvolver um muffin com farinha de chícharo, sem glúten e com um teor reduzido de lípidos. Para o desenvolvimento do produto foram utilizados diversos ingredientes endógenos da região de Leiria, nomeadamente chícharo, maçã Golden Delicious e batata-doce. O chícharo, transformado em farinha, apresenta elevados teores de proteína e fibra, sendo também um alimento com baixo teor em lípidos. Nesta formulação foram também utilizados outros ingredientes essenciais para a obtenção das características sensoriais aceitáveis pelos consumidores. A análise físico-química do produto incluiu a determinação do teor lipídico (método de Soxhlet), teor proteico (método de Kjeldahl), teor de minerais (espectrometria de fluorescência de raio X), teor de cinzas (inceneração a 525 oC), atividade da água (aw) e teor de humidade. Os resultados obtidos permitem concluir que o teor de gordura do muffin (4,21 ± 0,06 %) é inferior comparativamente a produtos semelhantes no mercado. Relativamente aos restantes parâmetros analisados, os valores obtidos do teor proteico (5,42 ± 0,21%) e aw (0,95 ± 0,01) mostraram ser semelhantes aos produtos existentes no mercado. O teor de humidade (54,23 ± 1,62 %) demonstra ser mais elevado comparativamente a outros produtos comercializados. No entanto, esta diferença pode ser explicada pela presença de maçã na formulação. O muffin pode ser considerado como fonte de cálcio (142,54 ± 3,15 mg/100g) e rico em potássio (772,91 ± 7,87 mg/100g). O muffin formulado sem adição de açúcares e um baixo teor lipídico demonstra conter composição nutricional mais equilibrada podendo ser assim uma opção mais saudável e sustentável, dentro da gama dos produtos sem glúten e convencionais.
- Preparação de blends tendo por base azeites virgem extra monovarietais das Cvs Cobrançosa e ArbequinaPublication . Prata, R.; Rodrigues, N.; Lidon, F.C.; Casal, S.; Pereira, J. A.O azeite é a principal fonte de gordura vegetal na dieta Mediterrânea. Os seus atributos sensoriais e composição química fazem com que seja muito apreciado. Após extração do azeite, a constituição de lotes/blends com características sensoriais, que sejam apreciadas pelos consumidores, e que simultaneamente apresentem boas características químicas e que sejam estáveis no tempo é um dos grandes desafios com que se deparam as indústrias. Este trabalho teve como objetivo, estudar a preparação de lotes/blends para entrada imediata no mercado, a partir de azeites monovarietais das Cvs. Cobrançosa e Arbequina. Foram preparados lotes, com percentagens crescentes de 10%, dos 0% aos 100%, de mistura de azeite de ambas as cultivares. Ao fim de 45 dias de armazenamento, procedeuse à determinação dos parâmetros de qualidade, teor em fenóis totais, inibição do radical DPPH, estabilidade oxidativa e avaliação sensorial. Nos diferentes lotes preparados, verificou-se que os que tinham maiores proporções de Arbequina, eram mais doces, menos amargos e picantes, o que permitia uma entrada mais rápida no mercado, enquanto os que tinham maiores quantidades de Cobrançosa apresentavam-se mais verdes, amargos e picantes persistentes o que indica não serem aceites tão facilmente pelos consumidores. O loteamento dos azeites apresenta alterações ao nível do K232 e K270 com valores inferiores para os lotes constituídos maioritariamente pela Cv. Arbequina, não havendo alterações no ΔK. Também ao nível da acidez e índice de peróxidos se registaram algumas alterações, devidas sobretudo aos lotes usados como base. Foi observado um aumento gradual da extensão da degradação oxidativa com o aumento da Cv. Arbequina, verificado através do aumento do índice de peróxido na mesma. No que respeita à resistência à oxidação verificou-se diferenças estatísticas significativas (p < 0,001), com efeito protetor superior nos azeites com maior presença da Cv. Cobraçosa. Para a atividade antioxidante, com o aumento da presença da Cv. Arbequina na mistura, uma redução gradual de até 22% na capacidade em sequestrar o radical DPPH foi observada.
- Comunidade microbiana epifítica associada à azeitona in naturaPublication . Lima, A. F.; Gomes, T.; Lidon, F.C.; Pereira, J. A.; Baptista, P.Nos últimos anos, o posicionamento no mercado de produtos do olival com elevada qualidade tem sofrido alterações consideráveis, sobretudo pela procura de produtos diferenciados. O desenvolvimento de estratégias de diferenciação, assentes na qualidade, sabor e aroma são desafios crescentes sobretudo para satisfazer consumidores cada vez mais exigentes. A diversidade microbiana presente na azeitona, demonstrada em estudos anteriores, associada ao seu potencial em sintetizar compostos, sugere que os microrganismos possam ter um papel importante na determinação da qualidade e nas características dos produtos daí resultantes. Assim, a identificação da flora microbiana da azeitona abrirá perspetivas à sua possível utilização controlada, e assim produzir produtos diferenciados e de qualidade superior, aspetos não explorados até ao momento. Assim, o presente trabalho tem como objetivo geral criar uma coleção de microrganismos autóctones que possam ser promissores para uma utilização futura em desenvolvimento de novos produtos do olival. Para tal, isolou-se a população microbiana epifítica de azeitonas acabadas de colher de três variedades: Cobrançosa, Madural Verdeal Transmontana, com recurso à técnica da diluição em Placa de Petri, em meio de cultura Potato Dextrose Agar (PDA) e meio sólido Luria-Bertani (LB). Os resultados obtidos foram analisados tendo por base a variedade e o meio de cultura utilizado. Com base nas características morfológicas das colónias de bactérias, leveduras e fungos filamentosos foram obtidos 133 isolados que estão em fase de identificação até à espécie. Para fungos e leveduras, verificou-se que o meio PDA foi mais efetivo, contrariamente às bactérias que se desenvolveram melhor e em maior número no meio LB. Quando agrupadas por semelhança morfológica, totalizam 48 isolados diferentes. O efeito da variedade não foi muito evidente, uma vez que a população encontrada foi muito semelhante nas três variedades em estudo. O trabalho desenvolvido até ao momento permite afirmar a grande variedade e riqueza microbiana, e a sua utilização poderá abrir perspetivas à produção de produtos diferenciados.
- Controlo de infestantes em Horticultura em modo de produção biológicoPublication . Guilherme, R.; Baptista, P.; Reboredo, F.; Pereira, J.Na produção de hortícolas em modo de produção biológico (MPB), o controlo das plantas infestantes é de grande dificuldade, limitando a produção devido à competição que exercem pela água e nutrientes. Neste sistema de produção a minimização dos prejuízos causados pelas infestantes, é conseguida normalmente pelo recurso a métodos culturais, físicos e mecânicos, onde é impedida a germinação, limitado o seu desenvolvimento, ou eliminação das infestantes através do arranque/corte/queima, colocação de barreiras ou mobilização do solo, este o mais usual. Neste sentido, no presente trabalho pretendem avaliar-se três técnicas para o controlo de infestantes, nomeadamente a monda térmica, a monda mecânica e a cobertura com tela, em comparação com a testemunha onde não se realizará qualquer intervenção. Para tal, num campo certificado em MPB na região do Baixo Mondego, será instalado um ensaio com as diferentes modalidades em estudo, em cultivo de três espécies hortícolas: couve crespa (Brassica oleraceae L.), alho francês (Allium porrum L.), ambas de cultivo habitual no outono-inverno e pimento (Capsicum annum L.) com um ciclo cultural característico de primavera-verão. O sistema de rega a utilizar é de gota a gota e todas as intervenções necessárias para o desenvolvimento das culturas como por exemplo as fertilizações e tratamentos fitossanitários, respeitam as normas de MPB. A avaliação das diferentes técnicas ocorrerá ao nível: I) do controlo de plantas infestantes; II) da biodiversidade e propriedades físicas e químicas do solo; III) e da produtividade, composição química e nutricional das três espécies cultivadas. Neste trabalho apresenta-se o desenho experimental, as metodologias que serão usadas para avaliação de cada um dos parâmetros e as principais metas que se pretendem alcançar.
- Bolota: Um recurso endógeno na dieta MediterrâneaPublication . Correia, S.; Figueira, D.; Carvalho, M. J.; Dias, J.; Lampreia, C.; Costa, M. B.; Palma, J. F.; Costa, N.; Beja, N.O crescente interesse pela procura de recursos endógenos edíveis e a exigência de alimentos novos funcionais, são factos que se têm difundido, e decorrentes dessa evolução, é possível que a bolota possa voltar à nossa dieta. A bolota é um fruto proveniente de espécies do género Quercus, sendo a mais utilizada a bolota proveniente da espécie Quercurs ilex rotundifolia, de nome comum – azinheira. Ao longo de séculos, a bolota sempre foi um componente maioritário na dieta de várias espécies da vida selvagem, como sejam, aves e mamíferos, e apesar de atualmente já não ser um alimento usual na dieta do Homem, as suas evidências são ancestrais e remontam ao Paleolítico, tendo sido um dos frutos de recoleção, cujo papel era determinante em muitas civilizações espalhadas pelo Mundo, e em Roma Antiga, o Quercus era considerado sagrado como sendo a “tree which first produced food for mortal man” (Plínio, I d.C.). E, ao longo dos tempos, as bolotas foram um alimento muito procurado, em particular no período da II Guerra Mundial, com múltiplos fins, nomeadamente, farinha para pão e bolos, sopa, óleo, puré, café, doces, e, também, assada como a castanha. Uma mais-valia da bolota é o facto de ser um alimento potencialmente ecológico, pois não necessita de quantidades massivas de água, nem de fertilizantes, nem tão pouco de pesticidas e não requer quaisquer práticas agrícolas, sendo que os montados, onde o sobreiro e a azinheira dominam, são um dos melhores exemplos de sustentabilidade ambiental e biodiversidade. Há décadas que em Portugal a bolota é usada principalmente como alimento para porcos, mas perspetiva-se que tem um enorme potencial na Dieta Mediterrânica. A génese trabalho é promover a Dieta Mediterrânica numa região do Alentejo tão nobre em conceitos de sustentabilidade ambiental, social e cultural. A iniciativa de efetuar um livro de receitas que surgiu no culminar de atividades do grupo de trabalho num reconhecimento da importância em reforçar que este padrão alimentar constitui uma ferramenta na educação alimentar das escolas, incitando a estilos de vida saudáveis, em que se privilegia a utilização de alimentos tradicionais e da época, confecionados por práticas culinárias simples, e assentando numa alimentação adequada, quer do ponto de vista nutricional, quer do conhecimento da produção alimentar local e sazonal, e concomitantemente perpetuando a cultura gastronómica regional, disseminada de geração em geração. Subsequentemente, e decorrente de esforços conjuntos surge a compilação de um livro com a apresentação de receitas caseiras confecionadas com bolota, intitulado: “Somos o que comemos…” A bolota, uma alternativa para a dieta humana! - Receitas com bolota”.
- Salmão Sous-VidePublication . Carvalho, M. J. B.; Costa, M. B.; Lampreia, C.; Floro, A. M.; Fragoso, F.; Palma, S. FerroSous-Vide consiste em confecionar as matérias-primas sob determinadas condições de temperatura e tempo, dentro de bolsas de vácuo termicamente estáveis. Nestas condições os alimentos são cozinhados nos seus próprios sucos durante períodos de tempo mais longos, e a temperaturas inferiores, quando comparados com os binómios tempo-temperatura utilizados nos processos de confeção convencionais. Assim, surgirá um produto com uma textura mais tenra e suculenta, e concomitantemente, com uma otimização da conservação das propriedades sensoriais durante o respetivo armazenamento. Os hábitos alimentares em Portugal, em termos de pescado são os mais elevados da Europa, com aproximadamente 55 kg/ano/habitante, e o salmão tem sido um dos peixes usualmente requeridos na dieta dos portugueses. Por sua vez, a preocupação e exigência dos consumidores tem aumentado em paralelo com o consumo de alimentos naturais ou minimamente processados, ou seja, prontos para consumo “ready-to-eat” (RTE), os quais são conhecidos por serem muito perecíveis in natura, e muito suscetíveis em condições de armazenamento. Neste estudo foram utilizadas amostras de salmão, as quais foram confecionadas segundo o método de convencional de cocção em água em ebulição (100 oC – amostra S10), em Sous-Vide durante 20 minutos a duas temperaturas (50 oC – amostra S14 e 60 oC – amostra S22). Todas as amostras foram sujeitas a análises físicas (pH, cor da CIELab, teor de água total e perda de exsudado por cozimento), químicas (cinza, proteína, gordura, fibra, ABVT), microbiológicas (CT 30 oC e E. coli.) e sensoriais (prova descritiva). As amostras termicamente processadas apresentaram valores significativamente diferentes nos parâmetros a* e b*, sendo que esta evolução da cor é devida ao facto dos pigmentos naturais não serem degradados nos tratamentos térmicos por Sous- Vide, o que mostra que este processamento culinário preserva a cor dos alimentos processados. O ABVT, para todas as amostras apresenta valores satisfatórios em termos de aceitabilidade. Nos resultados microbiológicos, no salmão cru apontam para uma frescura aceitável do pescado com um valor de 7,15 log ufc/1g (sendo o limite de aceitabilidade de < 7,78 log ufc/1g) o que reflete que o pescado foi intensamente manipulado, o que poderá ter contribuído para a carga microbiana. Após o processamento térmico, em particular no Sous-Vide a 50 oC, verificou-se que apesar de a população microbiana ter reduzido (6,44 ufc/1g), a temperatura não foi suficiente para o produto final ser aceitável em termos microbiológicos (< 4,77 ufc/g, INSA e CSAN, sd), contudo quer na amostra Sous-Vide a 60 oC, quer a cozida a 100 oC, os níveis microbiológicos foram reduzidos significativamente (p < 0,05) para 3,38 ufc/1g e 1,04 ufc/1g, respectivamente, sendo valores satisfatórios. Em termos de avaliação sensorial, as amostras sujeitas aos 3 tratamentos térmicos, verifica-se que os atributos tenrura, suculência e flavour salmão, bem como a cor nas amostras S14 e S22, obtêm maior pontuação. Em suma, em futuros estudos recomenda-se temperaturas de Sous-Vide acima dos 50 oC, em particular em peixe muito manipulado, alterando os tempos de processamento por questões de segurança microbiológica, e que sejam efetuados ensaios de textura instrumental, no sentido de se evidenciar o potencial deste tipo de produto “ready-to-eat”.
- Desenvolvimento de bolachas de farinha de banana verde irradiada e conservação em atmosfera modificadaPublication . Raposo, N.; Dias, J.; Amaral, O.; Carvalho, M. J.; Taipina, M.; Alvarenga, N.A banana é um dos frutos mais consumidos no mundo, no entanto um quinto da sua produção é desperdiçada, devido às perdas pós colheita ou por não se enquadrar nos padrões de aceitabilidade do consumidor. A farinha de banana verde (FBV) surge assim como uma alternativa para minimizar estas perdas. Contendo uma boa fonte de fibras, amido resistente e micronutrientes importantes para a saúde humana, a FBV apresenta grande versatilidade para a indústria alimentar através da incorporação da FBV em produtos alimentares. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da irradiação da FBV com raios gama em doses de 1kGy e 3kGy na qualidade de bolachas conservadas em dois tipos de atmosfera modificada ao longo de 3 meses. Para este estudo foi utilizada FBV não irradiada (Testemunha), FBV irradiada com raios gama em doses de 1kGy e 3kGy e embalamento em atmosfera modificada, com 100% de CO2 e mistura de gases (2% O2; 88% N2 e 10% CO2). Em termos gerais, observou-se que as amostras onde se incorporou FBV irradiada com 3kGy foram as que apresentaram resultados mais satisfatórios. Quanto ao embalamento, a mistura de gases foi a que mostrou ser mais eficaz na conservação de bolachas de FBV. Observou-se ainda um colapso da embalagem no embalamento em CO2, devido à absorção do CO2 pelo produto.
- Caracterização e valorização do pepino-do-mar no Estuário do Sado: perfil nutricional, propriedades biológicas e aplicação de novas tecnologias de processamentoPublication . Sales, S.S.; Pessoa, M.F.; Lourenço, H.M.G.; Bandarra, N.M.A necessidade de incluir na dieta humana alimentos do mar, tem sido incentivada em relação aos benefícios para a saúde associados ao seu consumo, muitos desses relacionados fundamentalmente à elevada concentração de ácidos gordos polinsaturados (PUFA). Os pepinos-do-mar são animais com elevado valor alimentar e medicinal, utilizados há centenas de anos principalmente na Ásia e Médio Oriente. Possuem compostos funcionais com atividades biológicas múltiplas e elevada proporção de omega-3, ligados à prevenção de doenças cardiovasculares e inflamatórias humanas, desenvolvimento e funcionamento do cérebro e do sistema nervoso e na prevenção de alguns tipos de cancro. Do ponto de vista nutricional, possuem teores elevados de proteína, vitaminas e minerais. Em alguns países de clima temperado, devido a intensidade da captura nas últimas décadas, certas populações encontram-se sobre exploradas. Na Europa, são capturadas várias espécies de pepinos-do-mar; embora não faça parte da gastronomia ocidental, existe um interesse crescente devido ao elevado valor comercial para exportação. Atualmente existem diversos métodos para o processamento do pepino-do-mar, sendo o mais usual o da cozedura seguida de secagem. Embora haja estudos que indicam diferenças na composição entre o fresco e o processado (seco) estes são ainda escassos. Considera-se esta proposta de trabalho como pioneira em Portugal na perceção do melhor método de conservação para a valorização deste produto do mar nacional. O conhecimento do potencial económico e da sustentabilidade destes invertebrados marinhos polivalentes dependerá do estudo local deste recurso. Pelo elevado valor nutricional na alimentação humana e potencial uso terapêutico, o conhecimento das populações de pepinos-do-mar e a sua caracterização é de suma importância para a sustentabilidade e valorização deste produto pesqueiro. Deste modo, o objetivo geral desta proposta de investigação é realizar estudos sobre as populações de pepinos-do-mar no Estuário do Sado, identificar e caracterizar as espécies aí existentes e sugerir alternativas para processamento e gestão piscícola. Este estudo pode ainda vir a servir de base para futuras investigações neste ou em outros ambientes marinhos europeus. Objetivos específicos: I) identificação das populações de pepinos-do-mar, permitindo conhecer a constituição taxonómica das espécies, assim como avaliar e quantificar a variação populacional, temporal e espacial; II) avaliação da qualidade e do valor nutricional e propriedades biológicas através da bioacessibilidade de omega-3 dos pepinos-do-mar (frescos) usando um modelo de digestão in vitro. Esta digestão in vitro simulará os diferentes cenários de exposição oral baseados na fisiologia humana, simulando os processos digestivos na boca, estômago e intestino delgado. Os dados obtidos nesta tarefa permitirão conhecer a constituição nutricional dos pepinos-do-mar, a possível concentração de contaminantes e a liberação de nutrientes, ao longo do trato gastrointestinal; III) avaliação de novas tecnologias de processamento sobre ácidos gordos omega-3, selénio e mercúrio (total e orgânico) em produtos de pepinos-domar processado (salga, secagem e liofilização). Os dados gerados nesta etapa do trabalho permitirão conhecer a estabilidade, retenções e perdas de nutrientes e elementos tóxicos e recomendar o processamento mais adequado; e IV) Desenvolvimento de um modelo preditivo de funcionamento das populações com vista a gestão sustentável do recurso.
- Exploring bioactive compounds present in international patents targeting brain functionsPublication . Marques-da-Silva, D.; Lagoa, R.; Ribeiro, V.The interest in nervous system disorders is an evident fact with more than 60 000 articles published on PUBMED only in the year of 2016. Actually, in our daily life we are constantly exposed to different environmental factors known to be prejudicial to the health of our nervous system. In this context, a holistic view of food consumption is gaining increasing importance with the perspective of using functional components of specific foods to improve our health or diminish the risk of disease. The aim of our work is to evaluate the use of nutritional food components of traditional Portuguese diet in international patents of dietary supplements or the so called functional foods described to improve brain functions. The WIPO platform was used to collect data of these patents, and from the last 3 years we identified 35 patents using more than 150 different components. We selected the most frequent components and the indications described in the patents, and then examined the possible bioactive compounds for each component. The prevalent functional components described were walnuts, peanuts, wolfberries, mulberries, dates, jujube, creatine, carnitine, ginseng and soybean. Other components rich in omega-3, such as docosahexaenoic acid and superba oil, were also identified. These patents were described to target brain functions such as intelligence, memory, concentration and in some cases compounds are indicated to traumatic brain injury. Regarding local sources, we found several nutritional components of traditional Portuguese diet that have similar compounds of those found in the international components described in patents. We believe this information will help in the valorisation of national products.