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Advisor(s)
Abstract(s)
O crescente interesse pela procura de recursos endógenos edíveis e a exigência de
alimentos novos funcionais, são factos que se têm difundido, e decorrentes dessa
evolução, é possível que a bolota possa voltar à nossa dieta. A bolota é um fruto
proveniente de espécies do género Quercus, sendo a mais utilizada a bolota
proveniente da espécie Quercurs ilex rotundifolia, de nome comum – azinheira. Ao
longo de séculos, a bolota sempre foi um componente maioritário na dieta de várias
espécies da vida selvagem, como sejam, aves e mamíferos, e apesar de atualmente
já não ser um alimento usual na dieta do Homem, as suas evidências são ancestrais
e remontam ao Paleolítico, tendo sido um dos frutos de recoleção, cujo papel era
determinante em muitas civilizações espalhadas pelo Mundo, e em Roma Antiga,
o Quercus era considerado sagrado como sendo a “tree which first produced food
for mortal man” (Plínio, I d.C.). E, ao longo dos tempos, as bolotas foram um
alimento muito procurado, em particular no período da II Guerra Mundial, com
múltiplos fins, nomeadamente, farinha para pão e bolos, sopa, óleo, puré, café,
doces, e, também, assada como a castanha. Uma mais-valia da bolota é o facto de
ser um alimento potencialmente ecológico, pois não necessita de quantidades
massivas de água, nem de fertilizantes, nem tão pouco de pesticidas e não requer
quaisquer práticas agrícolas, sendo que os montados, onde o sobreiro e a azinheira
dominam, são um dos melhores exemplos de sustentabilidade ambiental e
biodiversidade.
Há décadas que em Portugal a bolota é usada principalmente como alimento para
porcos, mas perspetiva-se que tem um enorme potencial na Dieta Mediterrânica. A
génese trabalho é promover a Dieta Mediterrânica numa região do Alentejo tão
nobre em conceitos de sustentabilidade ambiental, social e cultural. A iniciativa de
efetuar um livro de receitas que surgiu no culminar de atividades do grupo de
trabalho num reconhecimento da importância em reforçar que este padrão
alimentar constitui uma ferramenta na educação alimentar das escolas, incitando a
estilos de vida saudáveis, em que se privilegia a utilização de alimentos tradicionais
e da época, confecionados por práticas culinárias simples, e assentando numa
alimentação adequada, quer do ponto de vista nutricional, quer do conhecimento
da produção alimentar local e sazonal, e concomitantemente perpetuando a cultura
gastronómica regional, disseminada de geração em geração. Subsequentemente, e
decorrente de esforços conjuntos surge a compilação de um livro com a
apresentação de receitas caseiras confecionadas com bolota, intitulado: “Somos o
que comemos…” A bolota, uma alternativa para a dieta humana! - Receitas com
bolota”.
Description
Keywords
Citation
Correia, S., Figueira, D., Carvalho, M. J., Dias, J., Lampreia, C., Costa, M.B., Palma, J.F., Costa, N. & Beja, N. (2017). Bolota: Um recurso endógeno na dieta Mediterrânea. Res Net Health 3, spta55.
Publisher
Instituto Politécnico de Leiria