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- O pensamento da deslocalizaçãoPublication . Silva, Rodrigo; Gonçalves, Maria MadalenaNos tempos mais recentes é frequente escutarmos uma recorrente apologia do local e da especificidade do lugar, que parece gozar de um novo prestígio e servir um qualquer desígnio estratégico da época. O fundo desses discursos mais ou menos esclarecidos é uma certa reacção à globalização ou, pelo menos, ao que da globalização implica uma outra relação com a espacialização do mundo, com o modo de o habitar e percorrer, com o modo de pôr em relação aquilo que nele antes ficava distante ou separado. Quando pensamos nos processos da técnica que intensificaram a reconfiguração da superfície do mundo nas últimas décadas, não poderemos não pensar no modo como a informação e a telecomunicação, acopladas à densificação da concentração urbana, produziram um enredamento do próximo e do distante, a ponto de hoje o modo de relação com o próximo e com o distante ter perdido a distinção clara que regia os nossos protocolos de relação com um e com o outro. Uma parte considerável do horizonte de acontecimentos e do tecido relacional, que constituem a experiência quotidiana na actualidade, é formada pela inevitabilidade do confronto com o longínquo, o distante, o desconhecido, o ausente: basta encontrarmos um ecrã e logo se dá um encontro com uma estranha forma de presença com a qual o próximo (no sentido aqui estritamente físico) se volatilizou e foi eclipsado por um transporte imersivo para um outro espaço no qual entramos (quase) involuntariamente. Hoje, na maioria dos lugares onde nos deslocamos, para conduzirmos tarefas e afazeres da nossa subsistência, o longínquo abeira-se de nós e convida-nos ao teletransporte – nem que seja no banalíssimo não-lugar de uma conversa telefónica.
- Notas à margem de um livro de G. Didi-HubermanPublication . Silva, Rodrigo; Gonçalves, Maria MadalenaEste texto tem o seu ponto de partida num diálogo (público) em que participei (que decorreu na Nouvelle Librairie Française, em Lisboa, no mês de Abril de 2010) em torno de alguns livros recentes de Georges Didi-Huberman, com a presença do autor. Interessou-me, em particular, "L’oeil de l’histoire – quand les images prennent position" (2009, Paris: Minuit), que é aquele a que o título alude.
- Do arquivo ao laboratório - dezasseis parágrafos sobre o regime experimental da artePublication . Silva, Rodrigo; Poeiras, Fernando
- Apotegmas secretos sobre a biblioteca perfeitaPublication . Silva, Rodrigo
- A partilha do visível (pequeno excurso sobre a imagem)Publication . Silva, Rodrigo; Gonçalves, Maria MadalenaPensar as condições em que hoje as visibilidades são criadas e sustentadas pelas indústrias da produção do visível, reavaliar a dimensão política do visível e requalificar a ‘partilha do sensível’.
- Poesia para uma revolução (im)possívelPublication . Silva, Rodrigo
- FRAGMENTOS ÓRFICOS SOBRE A POESIA.Publication . Silva, RodrigoA poesia é irredutível. Sem definição outra que uma constelação movente de possibilidades, de aproximações, todas fracassando magnificamente. Antes do desastre obscuro, uma claridade.
- Escritas : ManifestosPublication . Baraona, Isabel; Silva, Rodrigo; Luzio, Teresa
- A ética é a promessa da estética? (Sobre a expectactiva do espectador)Publication . Silva, Rodrigo; Gonçalves, Maria MadalenaO propósito deste texto é o desejo de colocar umas quantas questões, de articular e de partilhar algumas “afirmações” ou “preocupações”, as quais não se apresentam como teses ou sequer tomada de posição. Talvez apenas como a abertura de uma cena. Ou talvez apenas como a enunciação de uma trama de conceitos que desenham um território de reflexão ainda móvel. Algumas dessas interrogações lanço-as já na sua formulação mais imediata. Em que medida é que o espaço da representação pode ser “político”? Que tipo de responsabilidade para com o mundo possui a arte? Em que é que repousa a “autoridade” do gesto artístico, e em que termos é que ela se legitima? Como é que a extensão cada vez maior do “audiovisual” (lato sensu) e dos “tele-sentidos”, no espaço da cultura, afecta a capacidade de olhar e de escutar? Em que medida é que a luz ofuscante e equívoca da civilização dos media alterou a relação entre os dispositivos de representação e as condições de possibilidade da subjectividade democrática? Ou, formulado noutros termos, pode a estética (no sentido dos vários modos da experiência do sensível), como o pensou uma boa parte da tradição filosófica, ser portadora de uma ética de uma transformação no modo como habitamos o mundo? Como é que o modo como habitamos o espaço da representação tem implicações na co-habitação e na configuração da vida colectiva?
- Para além da representação - nos limites do visívelPublication . Silva, Rodrigo; Gonçalves, Maria MadalenaO nosso conhecimento do mundo decide-se nas representações que dele extraímos - que dele ab-straímos. Os modos do conhecer fundam-se no modo como sintetizamos representações que põem o mundo em estado de representação, convertendo-o diante de nós numa abstracção arrancada à opacidade do aparecer e ao solo da terra (um ab-solus). Sabemos também que as nossas relações com o mundo não se reduzem à representação e que uma boa parte (talvez a mais decisiva) parece escapar à representação, num difícil entrelaçamento entre as mediações da representação e a imediatez da vida (sem que saibamos por vezes qual é que determina ou qual é que precede a outra). Desde a modernidade que as representações do mundo foram legitimadas como uma passagem à objectividade passível de ser calculada e certificada racionalmente, relegando a dimensão estética da representação para um âmbito especulativo que é desconsiderado face ao impulso absolutista das mediações da representação técnico-científica do mundo. Ao mesmo tempo que o controlo da representação se foi tornando progressivamente mais calculado, em simultâneo e um pouco por todo o lado (face à globalização dos sistemas ocidentais de representação) surgiram novos dispositivos de representação do mundo que fazem proliferar uma circulação interminável de imagens a ponto de Heidegger ter afirmado num texto célebre que doravante viveríamos no "tempo das imagens de mundo" (que denunciaria a realização da "metafísica da vontade do sujeito") (...)