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- O cineasta e o pintorPublication . Lisboa, Nuno; Gonçalves, Maria Madalena“Para saber o que se passa na cabeça de um pintor, basta seguir a sua mão”. Este é o propósito revelado pelo realizador Henri-Georges Clouzot no preâmbulo do filme "Le Mystère Picasso" que, como André Bazin sublinhou desde logo, “não explica coisa alguma” sobre o artista ou sobre o seu trabalho. Depois da nota de intenções que precede o genérico do filme, é, de facto, a mão que seguimos, sem que porém a possamos ver: no gesto de pintar, da acção da mão, apenas podemos observar os seus efeitos, no deslizar das formas em permanente transformação. “Porque, enfim, não há traço, nem uma mancha de cor que não apareçam – aparecer é mesmo a palavra – de forma rigorosamente imprevisível. (...) Pensa-se que a mão está à direita e o traço surge à esquerda. Espera-se um traço e surge uma mancha; uma mancha é um ponto. O mesmo acontece muitas vezes com os assuntos: o peixe faz-se ave e a ave transforma-se em fauno.”
- Estudo de validade da escala de situações indutoras de stressePublication . Custódio, Susana Margarida Rodrigues; Pereira, Anabela Maria Sousa; Seco, Graça Maria dos Santos BatistaA experiência do stresse pelos estudantes do ensino superior tem sido um tópico que tem evidenciado a necessidade de identificação dos factores indutores de stresse e suas consequências ao nível da saúde e bem-estar dos estudantes. No caso específico do curso de licenciatura em Enfermagem, são vários os momentos da vida académica de cada estudante que podem potenciar crises e vulnerabilidades, entre os quais se destaca o ensino clínico de Enfermagem. Os ensinos clínicos são uma experiência crucial na formação em Enfermagem, possuindo uma forte componente prática, conferindo aos estudantes a oportunidade de explorarem, integrarem e implementarem o que aprenderam, antes de se tornarem profissionais, constituindo simultaneamente um momento em que as suas aprendizagens, capacidades e desempenho estão a ser avaliadas, podendo ser gerador de insegurança, angústia e medos. Foi no âmbito deste enquadramento conceptual que se desenvolveu uma investigação com o objectivo de construir e validar um instrumento de avaliação das fontes de stresse no estudante em ensino clínico. Com a presente proposta de poster pretendemos, sistematizar as principais propriedades psicométricas e resultados da validação da Escala de Situações Indutoras de Stresse em Ensino Clínico de Enfermagem, obtidos com base nos dados de uma amostra de 1283 estudantes.
- Projecto de formação e investigação em educação de infância (PFIEI) : relatório do projecto promover a qualidade em educação pré-escolar (PQEPE)Publication . Pires, Ana Paula; Gordo, Clementina; Carvalho, Isabel; Dias, Isabel Simões; Quintal, Isabel; Kowalski, Isabel; Gil, Manuela; Sousa, Maria da Graça; Charters, Maria José; Almeida, RosaCom este relatório pretendemos dar a conhecer os resultados de um estudo de avaliação do impacto da brochura Sabe o que é a Educação Pré-Escolar?. Este estudo exploratório, realizado no ano lectivo 2006/2007, envolveu 14 intervenientes educativos no âmbito da Educação de Infância a exercer as suas funções na zona urbana da região de Leiria e Batalha. Recorrendo à utilização do Questionário de Identificação e Caracterização da Organização e Funcionamento dos Estabelecimentos de Educação Pré-Escolar, à brochura Sabe o que é a Educação Pré-Escolar? e a diálogos informais, este estudo contemplou dois momentos distintos: antes e após a leitura da brochura. Os resultados revelam a pertinência da brochura na mudança e clarificação de ideias de diferentes intervenientes educativos na Educação Pré-Escolar no que respeita à organização, funcionamento e tutela e à qualidade e avaliação na educação pré-escolar.
- Uma teoria da prática em dramaturgiaPublication . Mendonça, Guilherme; Gonçalves, Maria MadalenaAs três áreas que lecciono – Análise de Texto, Interpretação e Dramaturgia – constituem-se, no âmbito da minha prática, como as três áreas basilares da actividade teatral.
- A distanciação brechtiana e o trabalho do actorPublication . Tavares, Margarida; Gonçalves, Maria MadalenaNo século XIX, o desenvolvimento do drama burguês, posterior ao Iluminismo e ao drama de autores como Lessing, privilegiou o individualismo. Filosoficamente, o pensamento de Kierkegaard elevou o indivíduo à categoria cristã por excelência: a Verdade reside no indivíduo; a multidão é logro e fonte de mal e o dever do Homem é voltar-se para o seu semelhante, o seu próximo, e para a Verdade. Por outro lado, o Romantismo inverteu o sentido da busca do Homem, sentido esse que deixou de ser um movimento ascendente para passar a ser descendente. Quer isto dizer que o Homem deixou de procurar a Verdade fora de si, passando a procurá-la dentro de si. São os seus abismos interiores, as suas pulsões, os seus sonhos, a sua interioridade os principais temas de pesquisa da Arte. A este quadro acrescente-se, ainda, no final daquele século, os desenvolvimentos de outras áreas de investigação, como a psicanálise, por exemplo, que vêm aprofundar este movimento de conhecimento interior do homem (...)
- Pragmáticas do desenho em design II : a não coincidência entre a ideia e a imagem no "exercício" de desenhoPublication . Poeiras, Fernando; Gonçalves, Maria MadalenaNeste texto centramo-nos no problema da “não coincidência entre a imagem e a ideia” como problema intrínseco ao desenho.
- A matéria do patrimónioPublication . Serra, João B.; Gonçalves, Maria MadalenaEste texto é formado pelas notas tomadas no decurso da preparação de uma aula, ou melhor, de um conjunto de aulas. Não se trata de um ensaio, mas de materiais seleccionados pelo docente em função de um ponto do programa: comentários à bibliografia recomendada, apontamentos de natureza explicativa, reflexões destinadas a suscitar e informar o debate intelectual. O tema da aula é a atitude patrimonial e seus significados. Em sociedades que se caracterizam pela predação da natureza e, portanto, da história, a patrimonialização funciona num contexto contraditório: legitima-se num dever de preservação de manifestações do passado numa sociedade de generalizada velocidade que perdeu o sentido da história, sobretudo da história dos tempos longos. O património é convocado pelos processos de afirmação de identidade e até por estratégias de turismo e animação, mas a descontextualização a que é submetido oculta o seu significado original e sublinha a sua reificação.
- Sobre a fotografia de Fernando LemosPublication . Ferreira, Célia; Gonçalves, Maria MadalenaSublinha-se muitas vezes a dimensão representativa na fotografia, sobretudo pelo seu valor instrumental, mas a fotografia nunca se libertou da tensão existente entre representação, por um lado, e expressão na imagem, por outro, de um tempo fixado (em sentido histórico e material) e de um tempo a ser criado. Essa tensão é inerente à técnica fotográfica e aos objectos por ela produzidos e é sobre ela que se traça a divisão entre diferentes práticas fotográficas, por exemplo, a distinção entre usos artísticos e outros. As fotos de Fernando Lemos (produzidas no conjunto a que nos referimos entre 1949-1952) serão aqui analisadas como objectos para pensar esta tensão.
- Os primórdios do cinema documentalPublication . Martins, Paulo; Gonçalves, Maria MadalenaA importância dos documentários como fonte de conhecimento histórico tem sido cada vez mais destacada por inúmeros autores, em especial Marc Ferro. Logo no início do cinema, com os irmãos Lumière, podemos observar como os seus filmes registaram para a posteridade momentos da vida, como a saída dos operários de uma fábrica, ou a coroação de Nicolau II, permitindo-nos aceder ao conhecimento de uma realidade que para sempre ficaria imortalizada nessas imagens. O processo parecia simples: uma câmara fixa captava as imagens daquilo que decorria à sua frente. Assim, estes filmes tornam-se fontes primárias do conhecimento histórico, pois podemos analisar aquilo que elas dão a ver. Mas, para além disso, essas imagens são também fontes secundárias, visto permitirem uma análise mais detalhada da maneira como captaram a realidade, o que pretendiam mostrar e o modo como nos levam a essa mesma realidade.
- A pintura cénica de Manuel Amado em "O espectáculo vai começar..."Publication . Gonçalves, Maria Madalena; Gonçalves, Maria MadalenaManuel Amado expôs, de 18 de Janeiro a 17 de Março de 2007, na Galeria de Pintura do Rei D. Luís, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, um conjunto de cinquenta telas pintadas entre 2002 e 2006, unidas por um só tema: o teatro. Deu-lhe o título “O espectáculo vai começar …”. Para comentar a pintura desta série, que de forma tão explícita e intencional toma do teatro o palco da sua representação, proponho que partamos das declarações do próprio pintor sobre o seu trabalho em geral e a sua maneira de pintar. Elas ajudar-nos-ão a enquadrar e a entender melhor a concepção discursiva de representação implicada nesta obra, a qual parece assentar num dos conceitos mais importantes do dispositivo estético ocidental, a mimesis, seja porque o teatro – arte mimética por excelência – é o tema único destas telas, seja porque, a pretexto dessa exclusividade, a pintura que pinta o teatro é também aquela que produz imagens que partilham com o modelo a capacidade de criarem o que habitualmente acontece no teatro: a distância entre o espectador que vê imagens e o mundo do espectáculo que as dá a ver. É esta distância, este ‘intervalo’ entre plateia e cena – lugar onde a ‘representação’ se joga –, que permitirá pôr à prova o conceito de mimesis e equacioná-lo no quadro da mais recente produção plástica de Manuel Amado.