ESECS - Mestrado em Prescrição do Exercício e Promoção da Saúde
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Browsing ESECS - Mestrado em Prescrição do Exercício e Promoção da Saúde by advisor "Antunes, Raúl de Sousa Nogueira"
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- Can group exercise progmams improve health and fitness outcomes in pregnant women: an updated systematic review and protocol suggestionPublication . Castro, Rebeca Bettencourt Ferreira de; Antunes, Raúl de Sousa Nogueira; Rocha, Rita Alexandra Prior Falhas SantosA literatura científica atual suporta a recomendação de iniciar ou continuar o exercício físico em mulheres grávidas saudáveis. Os programas de exercícios em grupo têm efeitos positivos na melhoria da saúde, bem-estar e apoio social. Em 2015, uma revisão sistemática foi fornecida para avaliar as evidências sobre a eficácia dos programas de exercícios em grupo na melhoria dos resultados de saúde de mulheres grávidas e recém-nascidos, e o conteúdo dos programas. Esta revisão visa atualizar esse conhecimento entre 2015 e 2020. Os desenhos dos programas de exercícios foram analisados através do modelo Consensus of Exercise Reporting Template (CERT), e a consistência com as diretrizes, identificando limitações nas intervenções que podem ser melhoradas futuramente. Três bases de dados foram usadas para realizar pesquisas na literatura. Trinta e um ensaios clínicos randomizados foram selecionados para análise. Todos os estudos seguiram um programa de exercícios em grupo supervisionado, incluindo fase aeróbica, resistência, treino do pavimento pélvico, alongamento e relaxamento. As intervenções em grupo durante a gravidez melhoraram os resultados de saúde e condicionamento físico para as mulheres e recém-nascidos, embora algumas lacunas tenham sido identificadas nas intervenções. O monitoramento durante a gravidez deve ser desenvolvido por uma equipa multidisciplinar, e os profissionais de exercícios e saúde devem transmitir às mulheres grávidas que o exercício em grupo melhora uma ampla gama de resultados de saúde para elas e para os recém-nascidos. Para além disso, os autores reportaram a importância de avaliar, futuramente, a influência do suporte social no bem-estar das gestantes. O apoio social tem sido amplamente estudado como um dos principais determinantes da saúde e bem-estar ao longo do ciclo de vida, sendo um conceito multidimensional, composto por três dimensões: apoio afetivo/emocional, apoio instrumental/financeiro e apoio informacional. Consequentemente, um segundo estudo/artigo? foi desenvolvido: um protocolo de estudo foi elaborado como solução de avaliação da influência do suporte social (três dimensões) no risco de depressão, na gravidez e no pós-parto. Este desenho de protocolo de estudo irá comparar dois grupos de intervenção com acesso a programa de exercício físico em diferentes formatos (Presencial e Online). O Grupo de Intervenção Presencial, particularmente, terá o apoio de particularmente uma equipa multidisciplinar que oferecerá suporte social nas três dimensões mencionadas anteriormente.
- Competência motora e prática desportiva em crianças com perturbação do espectro autista: estudo piloto na modalidade de ginásticaPublication . Quito, Geraldine Melissa Perez; Antunes, Raúl de Sousa Nogueira; Jacinto, Miguel Ângelo SusanoA prática de atividade física, exercício e desporto traz diversos benefícios para a população em geral, contudo, são escassos os programas de intervenção com atividade física e desporto direcionados a crianças com Perturbação do Espectro do Autismo (PEA). O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da implementação de um programa desportivo, baseado na ginástica (nomeadamente trampolins), na competência motora de crianças com PEA.O programa decorreu de setembro a maio de 2024, utilizando a Bateria de Avaliação de Competência Motora (MCA) como ferramenta de avaliação. Foram incluídas 3 crianças sem PEA e 3 crianças com PEA, todas com idades compreendidas entre os 4 e os 5 anos. As sessões do programa tiveram uma duração de 45 minutos e realizaram-se duas vezes por semana. A Bateria MCA foi aplicada para avaliar as competências motoras antes e após a intervenção. Após programa de intervenção, apenas foram encontradas diferenças significativas entre momentos no teste Shuttle Run (pré-intervenção ≠ pós-intervenção; correção de Bonferroni: t=-2.00; p=0.043; w=0.33). Com base nos resultados, podemos concluir que a prática de um programa desportivo, baseado na ginástica (nomeadamente trampolins) pode contribuir para a melhoria da competência motora das crianças com PEA.
- Efeito de um programa baseado em modalidades desportivas na composição corporal e aptidão física de uma população com dificuldade intelectual e desenvolvimentalPublication . Pires, Maria José da Silva Couto; Antunes, Raúl de Sousa Nogueira; Jacinto, Miguel Ângelo SusanoIndivíduos com dificuldade intelectual e desenvolvimental apresentam um estilo de vida sedentário e inativo. Estes estilos de vida afetam negativamente a sua saúde e, por conseguinte, a sua qualidade de vida. Todavia, a prática regular de atividade física tem-se revelado uma estratégia eficaz na melhoria da funcionalidade, capacidade cardiorrespiratória, mobilidade, desempenho das suas atividades e saúde mental. O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito de um programa baseado em modalidades desportivas ao nível da antropometria, composição corporal, capacidade funcional e força. A amostra é composta por 26 sujeitos com dificuldade intelectual e desenvolvimental (feminino=14, masculino=12), com idades compreendidas entre os 18 e os 61 anos (Média=36,73, Desvio padrão=14,59), inscritos em duas instituições (Cercilei=11, Oásis=15). A antropometria e composição corporal foram avaliadas através do estadiómetro e balança de bio impedância, a força através do teste de preensão manual e a capacidade funcional através do teste de 6 minutos a caminhar, o Time Up and Go (TUG) e levantar-sentar. Após o programa, a amostra obteve alterações significativas nas variáveis composição corporal (massa corporal: z=-2.98, p=<0.003, η2=0.342; massa muscular: z=-3.39, p=<0.001, η2=0.442) e capacidade funcional (levantar-sentar: z=-2.50, p=<0.012, η2=0.240; 6 minutos a caminhar: z=-3.37, p=<0.001, η2=0.437). O programa parece ser eficaz na melhoria das variáveis acima mencionadas e contraria as barreiras presentes na literatura como a falta de programas inclusivos e adaptados à população com dificuldade intelectual e desenvolvimental.
- Efeito de um programa de 8 semanas de Surfing no bem-estar subjetivo e felicidade de pessoas com deficiênciaPublication . André, Miguel de Bastos; Monteiro, Diogo Manuel Teixeira; Antunes, Raúl de Sousa NogueiraOs benefícios da prática de Surf são um tema cada vez mais explorado pela comunidade científica, no entanto, a investigação científica referente aos benefícios do Surf em pessoas com deficiência é considerada bastante escassa nos registos encontrados. Este estudo teve como principal objetivo analisar os efeitos de um programa de 8 semanas de surf nos níveis de Bem-Estar Subjetivo (satisfação com a vida) e Felicidade (felicidade, afeto positivo e afeto negativo) numa amostra de pessoas com deficiência. Os elementos da amostra, composta por 18 utentes da OASIS (11 do sexo masculino e 7 do sexo feminino), participaram num programa com diferentes modalidades de Surfing (Surf, Bodyboard e Stand-Up Paddle) durante um período de 8 semanas, foram separados em dois grupos por questões de logística e cada grupo cumpriu com 1 sessão de cerca de 90 minutos em cada semana. Para recolha de dados foram elaborados questionários com recurso à “The Positive and Negative Affect Schedule” (PANAS), “Satisfaction with Life Scale” (SWLS) e “Subjective Hapiness Scale” (SHS). Os questionários foram aplicados em dois momentos, um momento pré-programa (momento 0) e um momento pós-programa (momento 1). Os resultados do estudo mostraram diferenças significativas, com uma redução da perceção de afeto negativo (p<0,001) com efeito grande (0.14 < η2 < 0.20). Relativamente às variáveis de satisfação com a vida, felicidade e afeto positivo, apesar de terem apresentado valores mais elevados no momento 1, a diferença não é estatisticamente significativa. Estes resultados aparentam um efeito positivo do programa nos níveis de bem-estar subjetivo, especificamente nos níveis de afeto negativo. Esta conclusão permite sugerir que a prática de surf promove que os seus participantes percecionem menos emoções negativas.
- O EFEITO DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIO FÍSICO MULTICOMPONENTE NA APTIDÃO FÍSICA DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS COM HIPERTENSÃOPublication . Silva, Elisabete Sofia Varela; Antunes, Raúl de Sousa Nogueira; Rodrigues, Filipe FernandesEste estudo teve como objetivo analisar o efeito de um programa de exercício multicomponente na aptidão física de idosos institucionalizados com hipertensão. Posto isto, desenvolveu-se um estudo quasi-experimental de 12 semanas, onde foram realizadas três sessões de exercício físico por semana, em dias não consecutivos, a fim de avaliar o efeito de um programa na aptidão física dos idosos institucionalizados com hipertensão. A amostra final era composta por 21 idosos (Masculino = 4, Feminino = 17), fisicamente inativos e sem condições médicas pré-existentes que impedissem a participação segura no programa de exercício (i.e., hipertensão severa, hipertiroidismo severo, AVC ou enfarte no mês transato, estenose aórtica e/ou insuficiência cardíaca, impossibilidade de locomoção, fratura recente). Os participantes apresentavam uma média de idades igual a 87,14 (DP = 7,07). Os resultados demonstraram diferenças significativas ao nível da agilidade, força dos membros superiores e força dos membros inferiores (p<0.05). Estes resultados poderão ser explicados pela combinação dos diferentes tipos de exercício na mesma sessão, bem como pela frequência e monitorização das variáveis de treino. Este estudo parece confirmar a eficácia de um programa de exercício multicomponente na melhoria da aptidão física de idosos institucionalizados com hipertensão, evidenciando a importância de se incluírem programas de exercício físico estruturados em instituições para idosos como forma de controlo dos efeitos da inatividade física nesta doença crónica.
- Exercício físico e saúde mental: Um projeto piloto para crianças e adolescentesPublication . Domingues, Diana dos Santos; Antunes, Raúl de Sousa Nogueira; Frontini, Roberta CaçadorSão inúmeros os dados que comprovam que a prática regular de atividade física e de exercício físico apresenta efeitos benéficos indiscutíveis na saúde física, psicológica e social, contribuindo positivamente para o bem-estar geral do sujeito em todas as idades. Além dos tratamentos convencionais para as psicopatologias, mudanças significativas no estilo de vida das crianças podem ser cruciais, e como tal o exercício físico torna-se cada vez mais uma alternativa promissora como co-adjuvante à terapia, podendo apresentar grande potencial a nível de tratamento e prevenção. Tendo em conta a natureza deste trabalho, optámos por o dividir em dois estudos. Num primeiro estudo, o objetivo passou por analisar o efeito de um programa de atividade física, com a duração de 8 semanas, tendo sido efetuada 1 intervenção de 60 minutos por semana, ao nível da sintomatologia internalizante e externalizante e da qualidade de vida percecionada por crianças inscritas no Complemento de Apoio à Família (CAF), numa amostra de 21 crianças (M=7,71±1,42 anos). Para avaliar a Qualidade de vida recorremos ao Qualidade de Vida em Crianças e Adolescentes, versão portuguesa dos instrumentos (KIDSCREEN-10), e para avaliar a sintomatologia internalizante e externalizante ao Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ). Além disso, e como forma de completar a recolha de informação, foi ainda realizada uma análise qualitativa baseada na realização de um grupo focal com participantes. Os resultados, apesar de na dimensão quantitativa não terem revelado diferenças entre os momentos pré e pós intervenção, forneceram indicadores (na dimensão qualitativa) que reforçam a satisfação percecionada com o projeto, bem como um conjunto de benefícios identificados pelos participantes (p.e., diversão, respeito e entreajuda). Numa segunda parte deste trabalho, e como forma de testar uma dinâmica intergeracional, realizaram-se 10 sessões, das quais 5 contaram com a participação de crianças e idosos em simultâneo. Da análise da satisfação com o projeto, os indicadores recolhidos foram muito positivos, com uma clara intenção de repetir e uma perceção de satisfação pela totalidade dos participantes avaliados. Projetos como este parecem, desta forma, ser um caminho a explorar com o objetivo de contribuir para que as crianças possam, de facto, ser “Mais ativas e mais felizes”.
- A importância do Exercício Físico na Saúde Mental e Qualidade de Vida do Idoso: Um projeto para a comunidadePublication . Silva, Emanuel Pinto; Antunes, Raúl de Sousa Nogueira; Frontini, Roberta CaçadorOs indicadores do envelhecimento demográfico na sociedade portuguesa apontam para a necessidade de se desenvolverem novos desafios de forma a promover uma melhor perceção de qualidade de vida (QdV), um bem-estar generalizado e uma saúde mental positiva no idoso. Perante estas dimensões, a atividade física (AF) tem sido positivamente associada ao envelhecimento saudável e ativo, existindo a crença de que esta tem efeitos positivos nos sintomas de solidão, na ansiedade, na depressão, na QdV e no bem-estar geral dos idosos, sendo caracterizada como um coadjuvante das terapias não farmacológicas. O principal objetivo do presente estudo incide em analisar o efeito de um programa de intervenção de Exercício Físico (EF) perante os domínios da sintomatologia ansiosa, sintomatologia depressiva e QdV na população idosa. Este projeto foi dividido em duas vertentes: (i) perceber o impacto de um plano de EF na sintomatologia ansiosa, sintomatologia depressiva e QdV em 9 idosos com uma média de idades de 75 anos inscritos num centro social e paroquial da zona centro; (ii) entender qual a relação existente entre um plano de EF, num formato intergeracional, e a sintomatologia depressiva, sintomatologia ansiosa e a QdV em 11 idosos com uma média de idades de 70 anos residentes numa freguesia da zona centro. Para ambas as vertentes foram implementadas um conjunto de 10 sessões, uma vez por semana, com duração de 60 min. O programa de intervenção incidiu-se em exercícios de força, exercícios de controlo motor e jogos tradicionais. Relativo aos resultados, não foram identificadas diferenças estatisticamente significativas nos 2 estudos, contudo quando cruzando com a análise qualitativa, verifica-se que existem alguns indicadores que parecem valorizar o projeto, nomeadamente, na satisfação do projeto, nas componentes físicas, sociais e psicológicas e no aumento da predisposição para o aumento da prática de EF. Dessa forma, salienta-se a importância de criar projetos e/ou programas de intervenção sénio, aliados ao EF, de forma a valorizar o papel dos idosos nas comunidades.
- Incidência de lesões e ansiedadePublication . Mendes, Patrícia Micaela Antunes Guardado; Frontini, Roberta; Antunes, Raúl de Sousa NogueiraPowerlifiting e halterofilismo são modalidades de treino de força com o principal objetivo de levantar o máximo peso possível para apenas uma repetição. Musculação é uma modalidade de treino de força com o objetivo de desenvolvimento de massa muscular. Tal como em todas as modalidades, há um risco de lesão associado que pode ser influenciado por uma série de determinantes, podendo ser eles físicos ou mentais. O fator psicológico mais estudado é a ansiedade. A ansiedade é um estado emocional de apreensão e preocupação que pode afetar a performance dos atletas e, eventualmente, originar lesões. Este projeto teve como objetivos caracterizar a incidência de lesões em atletas de força (powerlifting, halterofilismo e musculação), bem como avaliar os seus níveis de ansiedade-traço e ainda fazer uma comparação em função dos sexos. 146 atletas, praticantes há mais de 6 meses, responderam a um questionário de caracterização de lesão e ao questionário de ansiedade STAI-Y2. A análise estatística foi realizada entre grupos com o teste t para amostras independentes e a correlação foi assegurada pelo teste de correlação de Pearson. Da totalidade da amostra, 68 atletas (46,6%) sofreram pelo menos uma lesão nos últimos 12 meses tendo os praticantes de powerlifting e de halterofilismo maior incidência de lesão (0,87±0,86) do que os praticantes de musculação (0,53±0,77). Não se encontrou uma correlação estatisticamente significativa entre ansiedade-traço e lesões (p=0,77). A maior incidência de lesão nos atletas de powerlifting e de musculação é a lesão muscular e no halterofilismo é a lesão tendinosa. O sexo feminino revelou menos incidência de lesão do que o sexo masculino (t=-2,33; p=0,02). Estes resultados destacam a importância de programas de prevenção de lesões adaptados para cada modalidade.
- MOTIVOS PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO, AUTOESTIMA E BEM-ESTAR SUBJETIVO EM MULHERES PORTUGUESASPublication . Silva, Alícia Ribeiro da; Antunes, Raúl de Sousa Nogueira; Monteiro, Diogo Manuel TeixeiraO presente trabalho de investigação foi realizado com o objetivo de caracterizar os motivos para a prática de exercício físico, autoestima e bem-estar subjetivo de mulheres portuguesas, praticantes de ginásio/healthclub. Foram igualmente analisadas as associações entre os motivos para a prática, autoestima e perceção de bem-estar subjetivo na sua dimensão emocional (afeto positivo e negativo). A amostra foi constituída por 206 mulheres, com idades compreendidas entre os 16 e 68 anos de idade. As participantes responderam a um curto questionário sociodemográfico, ao Goal Content for Exercise Questionnaire (GCEQ), à Rosenberg Self-esteem Scale (RSES) e à Positive and Negative Affect Schedule (PANAS). Os resultados mostraram que os motivos de saúde (6.47 ± 0.62) foram os que apresentaram valores mais elevados e demonstraram uma correlação positiva e significativa com a autoestima e afeto positivo, enquanto os motivos de reconhecimento social (2.36 ± 1.38) apresentaram os valores mais baixos e demonstraram uma correlação não significativa com a autoestima e afeto positivo. Paralelamente, os resultados indicaram valores elevados de autoestima (3.98 ± 0.67) e afeto positivo (3.79 ± 0.65) sendo que a autoestima se correlaciona de forma positiva com o afeto positivo e negativamente com o afeto negativo. Este estudo aponta para a necessidade de consciencializar sobre os benefícios da prática regular de exercício físico na saúde física e mental das mulheres portuguesas.
- PHYSICAL ACTIVITY, ANXIETY, DEPRESSION AND BODY IMAGE IN TRANS INDIVIDUALS: AN EXPLORATORY STUDYPublication . Oliveira, Joana Filipa Estevão de; Antunes, Raúl de Sousa Nogueira; Monteiro, Diogo Manuel TeixeiraA atividade física, a saúde mental e a imagem corporal são alguns dos tópicos de saúde importantes na população transgénero que têm sido discutidos recentemente e parecem desempenhar um papel crucial na qualidade de vida desta população. No entanto, apesar do crescente corpo de literatura sobre a saúde de indivíduos trans, existe uma lacuna notável na caracterização abrangente e detalhada desta população, particularmente no que diz respeito à sua satisfação com a imagem corporal, aos sintomas depressivos e ansiosos, e ao envolvimento na atividade física. Assim, este estudo tem como objetivo elucidar a interação complexa desses fatores e as suas implicações para o bem-estar das pessoas trans. Num estudo transversal, 75 indivíduos transgénero portugueses (M=23,68; DP ± 6,59) foram recrutados para participar neste estudo. Os participantes responderam a três questionários válidos e fiáveis relacionados com a avaliação da atividade física (IPAQ), sintomatologia depressiva e ansiosa (HADS) e satisfação com a imagem corporal (BISQp). Os indivíduos trans mostraram um gasto energético total de 3316,40 METS, apresentaram pontuações acima do ponto médio especialmente para os sintomas ansiosos, indicando um nível moderado de sintomatologia e baixos níveis de satisfação com a imagem corporal. A satisfação com a imagem corporal esteve negativamente associada à ansiedade (r = -0,441, p < 0,01) e à sintomatologia depressiva (r = -0,600, p < 0,01). Além disso, a satisfação com a imagem corporal explica 40% da variância na sintomatologia depressiva e 24% da variância na sintomatologia da ansiedade entre indivíduos trans. A implementação de programas inclusivos que promovam a aceitação da imagem corporal e estratégias de coping, particularmente no contexto do exercício físico, pode ajudar a aliviar o sofrimento relacionado com a insatisfação com a imagem corporal, ao mesmo tempo que aborda os sintomas subjacentes de ansiedade e depressão.