ESTM - Mestrado em Biotecnologia dos Recursos Marinhos
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- Assessment of metals contamination (Cd, Pb, Ni) at the Óbidos Lagoon using Cerastoderma edule as a biomonitoring toolPublication . Veiga, Kelly; Fernandes, Sílvia Correia Gonçalves; Ferreira, Susana Margarida de FreitasA poluição marinha é um problema ambiental Mundial que afeta as constituintes bióticas e abióticas do Ecossistema. Os resultados de diversas atividades antropogénicas chegam ao meio marinho através de escorrências terrestres, industriais e agrícolas assim como através de descargas domésticas, causando distúrbios neste Ecossistema. Sendo assim, a avaliação da contaminação por metais é uma das prioridades tendo em conta que estes químicos têm comportamentos acumulativos e podem ser transportados ao longo de grandes distâncias. Nos estuários, os bivalves são componentes chaves das comunidades macrobentónicas devido o seu papel vital na comunidade e também por serem uma ótima fonte de alimentação para os seres Humanos. Na Lagoa de Óbidos, uma das espécies com estas características e intensamente apanhada é o berbigão Cerastoderma edule. Este berbigão foi descrito por vários autores como sendo tolerante a diversos poluentes. Sendo assim, no presente estudo, o principal objetivo foi utilizar C. edule como ferramenta de biomonitorização de contaminações por metais na Lagoa de Óbidos, avaliando a contaminação por Cádmio, Chumbo e Níquel durante as estações do ano de 2009 e 2010 em duas estações de amostragens (estação ML e BSB). Os resultados foram complementados com a análise de contaminações por metais em amostras de águas e sedimentos. Diversas respostas fisiológicas do berbigão foram também averiguadas de modo a perceber os efeitos da presença de metais e sua acumulação. Finalmente, avaliou-se a Dose Semanal Admissível Provisória (DSAP) para o consumo de berbigão para os mínimos e máximos de concentrações de metais detetados em cada estação de amostragem. Todos os metais foram detetados em amostras de água enquanto apenas o Pb foi detetado no sedimento. O Pb e o Ni foram detetados mais vezes na amostras biológicas do que o Cd. No entanto, as contaminações por metais Pb e Cd no berbigão foram frequentemente acima do limiar fixado pelas autoridades responsáveis enquanto o Ni se encontrou perto dos valores legislados. A avaliação da DSAP revelou a necessidade de aumentar a monitorização biológica neste berbigão visto que a dose semanal admissível foi muito baixa para os três metais. De um modo geral, C. edule refletiu as modificações ambientais, respondendo a modificações físico-químicas e contaminações por metais durante o período de estudo em ambas as estações de amostragem. Assim, este estudo permitiu concluir que Cerastoderma edule foi um bom e sensível indicador de contaminações por metais, especialmente para o Pb e preferencialmente para o Ni.
- Bioaccessibility of antioxidant compounds, fatty acids, essential elements and contaminants from Fucus spiralisPublication . Francisco, João da Fonseca; Silva, Maria Manuel Gil de Figueiredo Leitão eAs macroalgas têm feito parte da dieta asiática desde tempos pré-históricos, mas com menor relevância no resto do mundo. No entanto, com a consciencialização dos benefícios associados a uma dieta saudável, o consumo de macroalgas tem vindo a aumentar nos países ocidentais. De facto, as macroalgas são consideradas uma fonte de nutrientes, ricas em hidratos de carbono, proteínas, com baixas concentrações de lípidos, podendo constituir uma fonte de ácidos gordos polinsaturados (PUFAs). Os principais PUFAs da família Omega-3 encontrados nestas algas são o ácido eicosapentaenóico (EPA, 20:5ω-3), ácido estearidónico (SDA, 18:4ω-3) e ácido α-linolénico (LNA, 18:3ω-3), enquanto o ácido araquidónico (ARA, 20:4ω-6) é o principal PUFA da família Omega-6. As algas marinhas representam ainda uma importante fonte de substâncias antioxidantes naturais e compostos bioativos, onde se destacam as algas castanhas por conterem teores, mais elevados, de antioxidantes e outros compostos bioativos (nomeadamente florotaninas), comparativamente às algas verdes ou vermelhas. Além disso, são também consideradas como uma fonte de minerais tais como o iodo, pois absorvem os minerais do mar, que é rico em muitos minerais e oligoelementos. Por outro lado, devido aos níveis crescentes de poluição nos oceanos, as macroalgas tendem a bioacumular contaminantes como chumbo (Pb), cádmio (Cd), mercúrio (Hg) e arsénio (As), o que pode comprometer o seu consumo. Neste contexto, o conhecimento sobre os benefícios/riscos associados ao consumo de algas comestíveis, com base na bioacessibilidade/biodisponibilidade (simulando o processo digestivo humano) é de grande importância para os consumidores, produtores e autoridades de saúde. No entanto, estudos sobre a bioacessibilidade de nutrientes e de contaminantes são ainda escassos. De facto, a maioria dos estudos apenas avalia a concentração dos compostos, negligenciando a bioacessibilidade. Este trabalho tem como objetivo principal a avaliação da bioacessibilidade (simulando o processo digestivo humano) dos PUFAs ω3, minerais, contaminantes e compostos bioativos presentes na Fucus spiralis (uma macroalga castanha presente na costa de Peniche (Portugal), rica em compostos com elevada capacidade antioxidante e minerais). A bioacessibilidade foi estimada como a percentagem de elementos recuperados após o processo de digestão. O efeito do processo de liofilização na bioacessibilidade dos antioxidantes e minerais/contaminantes foi também avaliado Os resultados obtidos permitem concluir que a F. spiralis, colhida na costa de Peniche (Portugal), apresenta um teor de lípidos baixo (3.49 ± 0.3% DW), embora dentro dos limites normais descritos para este género de alga. Nas condições estudas, a bioacessibilidade dos lípidos totais foi de 12,08 ± 0.05%. O principal ácido gordo do grupo Omega-3 detetado foi o ácido eicosapentaenóico, 7,45 ± 0.05%, e teve uma percentagem de bioacessibilidade de 12,97 ± 1.03%. Relativamente aos antioxidantes presentes na alga em estudo, foram realizados quatro métodos diferentes, possibilitando a determinação da capacidade antioxidante total com base nas diferentes moléculas presentes (TPC- quantificação dos polifenóis totais, FRAP – redução férrica pelo poder antioxidante, ORAC – capacidade de absorvância do radical de oxigénio e DPPH – atividade do radical 1,1-Diphenyl-2-Picryl-Hydrazyl). Os valores obtidos em mmol/g peso seco (DW) foram 31.466 ± 0.521, 304.093 ± 17.812 e 0.049 ± 0.005, determinado por FRAP, ORAC e TPC, respetivamente. Relativamente ao DPPH, foi obtido um valor de IC50 de 0.917 ± 0.122 mg alga/ml. A bioacessibilidade dos antioxidantes, tanto da alga fresca como liofilizada, variou entre os 42.71 e 59.52%. Com exceção do valor obtido para a bioacessibilidade dos polifenóis presentes na alga liofilizada, 23.02 %, sugerindo que o processo de liofilização reduz a bioacessibilidade destes compostos. Dos elementos essenciais estudados, o detetado em maiores quantidades foi o Mg com 11,86 ± 1.06mg/g DW. No entanto, é de realçar o elevado teor de I obtido (134,77 ± 2.2μg/g DW). A bioacessibilidade dos elementos estudados variou entre 47.8% e 83,17%, indo de encontro ao descrito por outros autores. Em relação à concentração de contaminantes na F. spiralis, os resultados obtidos para o As, Cd, Pd e Hg foram foi de 24,36 ± 2.04μg/g DW, 543.7 ± 33.8ng/g DW, 130.3 ± 6.6ng/g DW e 13.6 ± 6.6ng/g DW, respetivamente. Os contaminantes apresentaram percentagens de bioacessibilidade entre 62.24% e 88.45%, estes valores de bioacessibilidade podem ser preocupantes em casos em que estes contaminantes se encontrem em concentrações maiores. É ainda de salientar que a liofilização parece aumentar a bioacessibilidade dos elementos/contaminantes estudados. Com este trabalho foi possível concluir que a F. spiralis, no que se refere aos parâmetros em estudo, pode ser considerada uma fonte de compostos com elevada capacidade antioxidante e de elementos essenciais. A liofilização parece afetar negativamente a bioacessibilidade dos polifenóis, mas por outro lado aumenta a dos elementos/contaminantes.
- Crosstalk between energy and gibberellin signaling pathways: a molecular approachPublication . Simões, Marco Aurélio Dias; Rodrigues, Américo do PatrocínioAs plantas, como todos os organismos, têm de enfrentar uma grande variedade de stresses bióticos e abióticos, mas sendo organismos sésseis elas não são capazes de escapar a estas condições adversas. Portanto, a sua sobrevivência é criticamente depende da sua resposta eficiente às mudanças ambientais. Direta ou indiretamente, o stress geralmente leva a um défice de energia. Se a homeostasia energética não for restabelecida, o crescimento e o desenvolvimento da planta são drasticamente comprometidos. SNF1 (sucrose non-fermenting 1) -related protein kinase 1.1 (SnRK1.1) desempenha um papel importante na coordenação das respostas de energia e stress. Esta kinase deteta e sinaliza condições de stress, tais como escuridão inesperada, baixo teor de açúcar e outros stresses, atuando em genes que controlam uma rede de genes de transcrição. Nas últimas décadas, vários estudos têm revelado um cruzamento entre as vias de sinalização do açúcar e das hormonas. Um estudo recente identificou as proteínas DELLA como um interator de SnRK1 na presença de NDF4, utilizando o sistema Y2H. As proteínas DELLA são reguladoras negativas da via de sinalização da giberelina. As giberelinas são hormonas vegetais que controlam vários processos de desenvolvimento, como a germinação e o alongamento do caule. Neste trabalho, nós confirmámos in vivo e in vitro a interação entre SnRK1.1 e as proteínas DELLA e demonstrámos que esta interação é independente da presença de NDF4. As análises fenotípicas de mutantes sobre-expressores de SnRK1.1 revelaram que este mutante é insensível a giberelinas e hipersensível a paclobrutazol. Estes resultados podem sugerir que SnRK1 interage e fosforila as proteínas DELLA e que esta fosforilação aumenta a sua estabilidade e consequentemente diminui a resposta a giberelinas.
- Development of a multiplex PCR tool for screening of pathogens in teleost farmed fishPublication . Pinto, Micaela Ferreira; Afonso, Clélia Paulete Correia Neves; Baptista, Teresa Maria CoelhoA aquacultura desempenha um papel cada vez mais importante na produção de alimentos em todo o mundo (Martins et al., 2015). Espécies dos géneros Aeromonas, Vibrio, Edwardsiella e Streptococcus são patógenos que infetam peixes (Zhang et al., 2014), causando elevadas perdas económicas em aquacultura. A corvina (Argyrosomus regius, Asso, 1801) é um dos maiores peixes da família Sciaenidae a nível mundial, e uma espécie de elevado valor comercial no Sudoeste da Europa, sendo neste momento objeto de grande interesse em todo o Mediterrâneo visando a sua produção comercial (Amoedo, 2011). Devido à sua elevada fertilidade, ampla distribuição e boa aceitação por parte dos consumidores torna-se um bom candidato à produção em aquacultura podendo atingir preços de mercado médio-altos (6 euros/kg, INE 2010). Como ainda não foram reportadas manifestações patológicas relevantes nesta espécie, o principal método de prevenção é o controlo da densidade nos tanques, sendo necessário pesquisar eventuais patógenos que afetem a corvina em diferentes estádios do seu ciclo e mesmo em condições de stress. O objetivo deste estudo foi o desenvolvimento de uma ferramenta de multiplex- PCR para a deteção precoce de Edwardsiella tarda, Photobacterium damselae subsp. piscicida, Vibrio alginolyticus, Vibrio anguillarum e Vibrio harveyi em peixes de aquacultura, incluindo a corvina, que permita de forma prática e eficiente a deteção destes patógenos. Concluiu-se que é possível através de ferramentas de multiplex-PCR, a deteção dos patogénicos Edwardsiella tarda, Vibrio alginolyticus, Vibrio anguillarum e Vibrio harveyi até um limite mínimo de 0,4 ng de DNA/μl para V. anguillarum; 0.5 ng/μl para E. tarda; 1.5 ng/μl para V. harveyi e 5.6 ng/μl para V. alginolyticus, podendo, no futuro, estas técnicas ter aplicação prática cada vez mais extensa.
- Development of a new ultra-fast freezing procedure for zebrafish sperm cryopreservationPublication . Rebocho, Sandra Raquel de Melo Vieira Martins; Afonso, Ana Catarina Caetano Certal; Afonso, Clélia Paulete Correia NevesÀ medida que novas linhas novas geneticamente modificadas vão sendo geradas, aumenta o desafio de manter este vasto número de peixes-zebra. Desta forma, a criopreservação de esperma tem sido considerada uma ótima opção para o armazenamento a longo prazo de material genético reduzindo assim custos inerentes à sua manutenção. Os métodos tradicionais de criopreservação e vitrificação são os mais utilizados para criopreservar células. A vitrificação apresenta inúmeras vantagens sobre o método tradicional, entre as quais a não formação de cristais de gelo através de elevadas taxas de arrefecimento. Desta forma, a concentração de agentes crioprotetores utilizados pode ser menor, diminuindo o seu efeito tóxico nas células. A falta de padronização e resultados coesos em estudos anteriores foram as principais razões para o desenvolvimento de um método simples e consistente na Plataforma de Peixes da Fundação Champalimaud. Desta forma, o objetivo principal desta tese foi o desenvolvimento de um protocolo fácil, económico e coerente, designado por congelamento ultra-rápido. Este método otimizado para a criopreservação de esperma de peixe-zebra terá um impacto muito importante na comunidade científica. De 23 protocolos testados (n = 201), foram escolhidos para criopreservação de esperma de peixe-zebra os que apresentaram melhores resultados tendo em conta a percentagem de recuperação de linhas, a taxa média de fertilização, a taxa média de sobrevivência das larvas e a taxa média de malformações. Desta forma, foram selecionados dois protocolos com combinações de extender e crioprotector distintas. Em relação aos métodos complementares utilizados na otimização do protocolo de criopreservação, a estimulação hormonal das fêmeas com 17α,20β-DHP traduziu-se claramente numa melhoria na qualidade e quantidade dos oócitos, sendo um passo muito importante na otimização deste protocolo; a quantificação da concentração de esperma é útil apenas com amostras translúcidas, no entanto indicou que a concentração de esperma não pode ser correlacionada com a taxa de fertilização; o protocolo otimizado de FIV (fertilização in vitro) é, no momento, um serviço prestado pela Plataforma de Peixes da Fundação Champalimaud. Paralelamente à otimização da criopreservação de esperma, foi otimizado um protocolo de transgénese usando o sistema de transposão Tol2 com microinjeção in vitro de oócitos seguido pela técnica de FIV otimizada anteriormente. Com este método, a percentagem de fundadores transgénicos de uma linha transgénica estável foi de 66.67%, muito superior à observada em microinjeção no estádio de zigoto. Foi ainda realizada uma análise da viabilidade do esperma em peixes alimentados com duas dietas comerciais (Skretting Gemma® e SparosZebrafeed®) tendo como conclusão que ambas as dietas são semelhantes.
- Elemental microchemistry, fatty acid profile and geometric morphometrics signatures of goose barnacles (Pollicipes pollicipes) reveal their place of originPublication . Albuquerque, Rui Luciano Ferreira; Leandro, Sérgio Miguel Franco Martins; Queiroga, Henrique José de Barros BritoOs produtos provenientes do mar têm um importante papel a nível socioeconómico, gastronómico e no legado cultural das comunidades piscatórias e costeiras de Portugal. O Percebe Pollicipes pollicipes é na Península Ibérica o recurso biológico do intertidal mais explorado pelo ser humano, devido à sua enorme popularidade e consequente procura, fazendo em algumas ocasiões disparar o preço de mercado até 150€/kg, gerando na sobreexploração dos stocks existentes. No entanto, na área marinha protegida da Reserva Natural da Berlenga, a apanha do percebe é fortemente regulada, tendo-se tornado em Portugal num bom exemplo da gestão de recursos marinhos. Com o intuito de prevenir fraudes, adulteração alimentar ou quaisquer outras práticas que possam induzir o consumidor em erro a Comissão Europeia declara que, o consumidor tem o direito de receber informação correcta acerca dos produtos que adquire, para além de definir regras para a correcta aplicação destas regras. Métodos analíticos que possibilitem identificar a origem do percebe, tornam-se deste modo importantes ferramantas no desenvolvimento de um selo de Denominação de Origem Protegida (DOP) e na gestão comercial do produto. Deste modo, investigou-se se o Percebe possui diferenças específicas de cada local de captura, através da forma da unha (CS), da composição microquímica da unha (EM) e do perfil de ácidos gordos (FA). A análise foi efectuada em indivíduos recolhidos em 3 locais na Reserva Natural das Berlengas e 7 ao longo de 300 km da costa Portuguesa. Em cada indivíduo analisou-se a forma da unha (CS) através da morfometria geométrica, a composição microquímica da unha (EM) através de ICP-MS e o perfil de ácidos gordos do músculo através de GC-FID. A análise das funções discriminantes (DFA) quer para a EM quer para a FA em separado obteve um elevado sucesso de reclassificação (77,6 % e 99% respectivamente, através de validação cruzada), enquanto que EM combinado com FA permitiu um sucesso de reclassificação de 100 %. A análise discriminante baseada apenas na CS, demonstrou um baixo sucesso (29,6 %) .Estes resultados demonstram que a composição microquímica da unha e o perfil de ácidos gordos do músculo de Percebe, poderá ser uma ferramenta de elevada importância, na determinação da origem do Percebe. Esta abordagem poderá ser utilizada para identificar a origem dos percebes comercializados, bem como ajudar no desenvolvimento de um selo DOP, aumentando ao mesmo tempo o valor potencial dos recursos biológicos provenientes de áreas marinhas protegidas em Portugal.
- Eukaryotic metabarcoding pipelines for biodiversity assessment of marine benthic communities affected by ocean acidificationPublication . Soto Valdés, Ana Zaida; Rodrigues, Américo do Patrocínio; Wangensteen, Owen S.The development of high-throughput sequencing technologies has provided ecologists with an efficient approach to assess biodiversity in benthic communities, particularly with the recent advances in metabarcoding technologies using universal primers. However, analyzing such high-throughput data is posing important computational challenges, requiring specialized bioinformatics solutions at different stages during the processing pipeline, such as assembly of paired-end reads, chimera removal, correction of sequencing errors, and clustering of obtained sequences into Molecular Operational Taxonomic Units (MOTUs). The inferred MOTUs can then be used to estimate species diversity, composition, and richness. Although a number of methods have been developed and commonly used to cluster the sequences into MOTUs, relatively little guidance is available on their relative performance. We focused our study in the benthic community from a natural CO2 vent present in the Canary Islands, as it can be used as a natural laboratory in which to investigate the impacts of chronic ocean acidification. Here, we propose a pipeline for studying this community using a fragment of the mitochondrial cytochrome c oxidase I (COI) sequence. We compared two DNA extraction methods, two clustering methods and validated a robust method to eliminate false positives. We found that we can obtain optimal results purifying DNA from 0.3 g of sample. Using the step-by-step aggregation algorithm implemented in SWARM for clustering yields similar results as using the Bayesian clustering method of CROP, in much less time. We introduced the new algorithm MINT (Multiple Intersection of N Tags), in order to eliminate false positives due to random errors produced before or after the sequencing. Our results show that a fully-automated analysis pipeline can be used for assessing biodiversity of marine benthic communities using COI as a metabarcoding marker in an objective, accurate and affordable manner.
- Evaluation of photoperiod effect on the growth and protein content of microalgaePublication . Pedro, Inês Soraia Hipólito; Cruz, Alexandra Augusta Ramos Lopes da; Leandro, Sérgio Miguel Franco MartinsOs recursos renováveis têm recebido um especial interesse nos últimos anos e as microalgas são uma excelente fonte renovável e natural. Estes organismos são fonte de proteínas e lípidos e são aplicadas em aquacultura e na produção de biodiesel. Neste estudo, foi avaliado o efeito do fotoperíodo (Luz: Escuro) 12:12; 18:6; 24:0) e fase de crescimento (logarítmica e estacionária) no conteúdo de proteína em três sistemas modelo biológico: Arthrospira maxima (Cyanobacteria) foi selecionada como espécie de água doce a estudar e para explorar microalgas marinhas foram escolhidas Isochrysis galbana (Haptophyta) e Tetraselmis chuii (Chlorophyta) devido às suas aplicações em aquacultura marinha. Diferentes métodos de rutura celular foram também testados na extração de proteína em fase aquosa. Arthrospira maxima exibiu melhor produção de biomassa e conteúdo de proteína no fotoperíodo de 18L:6D. O mesmo fotoperíodo também atingiu melhor produção de biomassa e conteúdo de proteína em Isochrysis galbana quando comparado com os outros fotoperíodos em estudo. Tetraselmis chuii exibiu melhor produção de biomass no fotoperíodo de 24L:0D, enquanto que o fotoperíodo 18L:6D atingiu melhor conteúdo de proteína.
- Impact of the invasive macroalgae Asparagopsis armata - an ecotoxicological assessmentPublication . Jacinto, Marta Sofia Da Cruz; Lemos, Marco Filipe Loureiro; Novais, Sara Calçada; Faria, MelissaOs Oceanos representam o maior sistema de suporte de vida sendo a uma grande fonte de riqueza, oportunidade e abundância. No entanto, a humanidade tem levado este ecossistema ao seu limite com crescentes níveis de poluição e outras pressões antropogénicas. A introdução de espécies não-nativas é reconhecida como uma das maiores ameaças à biodiversidade e a segunda maior causa de extinção das espécies. A macroalga vermelha Asparagopsis armata é uma espécie invasora originária da Austrália e que atualmente apresenta uma ampla distribuição em todo o globo devido à sua estratégia oportunista, ausência de predadores e altas taxas de crescimento. Uma questão emergente está relacionada com a capacidade destas espécies invasoras produzirem grandes quantidades de metabolitos halogenados potencialmente tóxicos. Esta característica pode representar um perigo adicional para o equilíbrio ecológico da comunidade invadida. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o potencial ecotoxicológico dos exsudatos de A. armata usando um gastrópode, Gibbula umbilicalis, como organismo modelo. A macroalga recolhida na costa de Peniche (Portugal) foi colocada em tanques no laboratório, durante 12 h, sendo depois o meio recolhido e filtrado para ensaios posteriores com os exsudatos da alga. No ensaio agudo, observou-se a mortalidade de G. umbilicalis que foi exposta a crescentes diluições do exsudato durante 96 h. Adicionalmente, os gastrópodes foram expostos a concentrações não letais do exsudato e analisou-se as respostas bioquímicas recorrendo a biomarcadores relacionados com destoxificação, defesas antioxidantes, danos oxidativos, danos neurotóxicos e metabolismo energético. Os resultados revelaram que os exsudatos de A. armata afetaram significativamente a sobrevivência dos organismos expostos com uma CL50 96h de 5.03% de exsudato da alga. A exposição aos exsudatos da alga também resultou em efeitos bioquímicos e metabólicos ao nível subcelular com resultados significativos na inibição da glutationa-S-transferase (GST), perda de integridade do ADN e níveis crescentes de atividade da lactato desidrogenase (LDH), dando uma indicação dos mecanismos de toxicidade desta alga marinha. Os níveis mais elevados de danos no ADN ocorreram quando a GST apresentou os níveis mais baixos de atividade e esta mesma atividade aumentou quando os danos no ADN diminuíram, em simultâneo com o aumento dos níveis de atividade da LDH, indicando que as necessidades energéticas aumentam devido à necessidade de sintetizar mais enzima. Conclui-se que a A. armata tem capacidade de libertar substâncias tóxicas que podem ter potenciais impactos no ambiente envolvente. Adicionalmente, as respostas bioquímicas estudadas em G. umbilicalis têm potencial para serem usadas como sinais de aviso na determinação dos efeitos provocados pelos compostos libertados por esta macroalga vermelha.
- Perfis de resistência a agentes antimicrobianos de 5 estirpes do género Mycobacterium isoladas de ambiente HospitalarPublication . Reis, Diogo José Pereira; Empadinhas, Nuno Miguel da Silva; Afonso, Clélia Paulete Correia NevesAs infecções nosocomiais têm aumentado ao longo dos anos, resultando num aumento do tempo de permanência do doente no hospital, e permanecem como elevada causa de elevada morbilidade e mortalidade. As micobactérias são organismos que se encontram amplamente distribuídos no meio ambiente (M. mucogenicum, M. obuense e M. gordonae), incluindo, habitats marinhos (Mycobacterium marinum), sendo muitos deles patogénicos de mamíferos, e causadores de diferentes patologias, como a Lepra e a Tuberculose. M. marinum causa uma doença sistémica tal como tuberculose em peixes e pode causar infecções da pele em seres humanos (Granuloma de Aquário) que se podem propagar para estruturas mais profundas como ossos (osteomielite). Enquanto que M. obuense é causador de infecções do tracto respiratório, M. mucogenicum e M. gordonae promovem bacteremias. Este estudo teve como principal objectivo a identificação das populações bacterianas e o seu isolamento, em particular micobactérias ambientais em dois hospitais, que sabe serem responsáveis, cada vez mais por infecções atípicas como bacteremias (M. mucogenicum e M. gordonae), infecções pulmonares (M. obuense) e infecções cutâneas (M. marinum). Pretendeu-se também avaliar a resistência aos antibióticos e desinfectantes comummente utilizados no tratamento de infecções causadas por micobactérias não tuberculosas (MNT) através do cálculo da Concentração Mínima Inibitória (CMI) para aferir os perfis de resistência. Os resultados deste estudo demonstram a identificação de 186 espécies de bactérias em dois hospitais amostrados das quais se identificaram 5 estirpes de micobactérias – “M. gardonae” (10AIII, 29AIII e 35AIII), “M. obuense” (22DIII) e “M. mucogenicum” (24AIII). Das 5 estirpes de micobactérias identificadas “M. gardonae” 10AIII apresenta perfil de resistência ao imipenemo (CMI = 16 mg/L); “M. gardonae” 29AIII apresenta perfil de resistência à claritromicina (CMI = 8 mg/L) e “M. gardonae” 35AIII apresenta, por sua vez, apenas perfil de susceptibilidade intermédia ao imipenem (CMI = 8 mg/L). M. obuense 22DIII apresenta perfil de resistência ao imipenem (CMI = 32 mg/L), à tobramicina (CMI=32 mg/L) e à ciprofloxacina (CMI = 8 mg/L). “M. mucogenicum” apresenta perfil de resistência ao sulfametoxazol (CMI > 128 mg/L), à doxiciclina (CMI>64 mg/L), à tobramicina (CMI=16 mg/L) e à ciprofloxacina (CMI=4 mg/L).Em conclusão pôde-se verificar que além da presença de um grande leque de bactérias capazes de causar infecções nosocomiais nos hospitais, MNT também existem na forma multirresistente, o que revela uma problemática a ter em atenção. Esta requer mais estudo dos mecanismos de resistência e da sua disseminação, e obtenção de novos medicamentos com novos alvos, mais eficazes para combater as estirpes multirresistentes que ao longo dos anos tem aumentado.