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Authors
Abstract(s)
Os Oceanos representam o maior sistema de suporte de vida sendo a uma grande
fonte de riqueza, oportunidade e abundância. No entanto, a humanidade tem levado este
ecossistema ao seu limite com crescentes níveis de poluição e outras pressões
antropogénicas. A introdução de espécies não-nativas é reconhecida como uma das
maiores ameaças à biodiversidade e a segunda maior causa de extinção das espécies. A
macroalga vermelha Asparagopsis armata é uma espécie invasora originária da Austrália
e que atualmente apresenta uma ampla distribuição em todo o globo devido à sua
estratégia oportunista, ausência de predadores e altas taxas de crescimento. Uma questão
emergente está relacionada com a capacidade destas espécies invasoras produzirem
grandes quantidades de metabolitos halogenados potencialmente tóxicos. Esta
característica pode representar um perigo adicional para o equilíbrio ecológico da
comunidade invadida.
O presente trabalho teve como objetivo avaliar o potencial ecotoxicológico dos
exsudatos de A. armata usando um gastrópode, Gibbula umbilicalis, como organismo
modelo. A macroalga recolhida na costa de Peniche (Portugal) foi colocada em tanques no
laboratório, durante 12 h, sendo depois o meio recolhido e filtrado para ensaios posteriores
com os exsudatos da alga. No ensaio agudo, observou-se a mortalidade de G. umbilicalis
que foi exposta a crescentes diluições do exsudato durante 96 h. Adicionalmente, os
gastrópodes foram expostos a concentrações não letais do exsudato e analisou-se as
respostas bioquímicas recorrendo a biomarcadores relacionados com destoxificação,
defesas antioxidantes, danos oxidativos, danos neurotóxicos e metabolismo energético.
Os resultados revelaram que os exsudatos de A. armata afetaram
significativamente a sobrevivência dos organismos expostos com uma CL50 96h de 5.03%
de exsudato da alga. A exposição aos exsudatos da alga também resultou em efeitos
bioquímicos e metabólicos ao nível subcelular com resultados significativos na inibição da
glutationa-S-transferase (GST), perda de integridade do ADN e níveis crescentes de
atividade da lactato desidrogenase (LDH), dando uma indicação dos mecanismos de
toxicidade desta alga marinha. Os níveis mais elevados de danos no ADN ocorreram
quando a GST apresentou os níveis mais baixos de atividade e esta mesma atividade
aumentou quando os danos no ADN diminuíram, em simultâneo com o aumento dos níveis
de atividade da LDH, indicando que as necessidades energéticas aumentam devido à
necessidade de sintetizar mais enzima.
Conclui-se que a A. armata tem capacidade de libertar substâncias tóxicas que
podem ter potenciais impactos no ambiente envolvente. Adicionalmente, as respostas bioquímicas estudadas em G. umbilicalis têm potencial para serem usadas como sinais de
aviso na determinação dos efeitos provocados pelos compostos libertados por esta
macroalga vermelha.
Description
Keywords
Ambientes costeiros Biomarcadores Ecotoxicologia Espécies invasoras Gibbula umbilicalis Sobrevivência Stress oxidativo
