ESAD.CR - Mestrado em Design para a Saúde e Bem-Estar
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Browsing ESAD.CR - Mestrado em Design para a Saúde e Bem-Estar by Subject "Codesign"
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- CODESIGN – Prática criativa como processo de análise de: A empatia com a natureza através da educaçãoPublication . Mendes, Paula Cristina Cainço Domingues; Pernencar, Cláudia Alexandra da Cunha; Frontini, Roberta CaçadorAs escolas de 1.º Ciclo do ensino básico têm um compromisso fundamental na promoção da literacia em saúde e educação ambiental para capacitar os alunos para um mundo mais saudável e, por sua vez, mais sustentável, de forma a prevenir os comportamentos alimentares problemáticos nos adultos do futuro. Os professores-tutores devem assumir que a escola não está isolada da sociedade, mas que, pelo contrário, é uma parte integrante e essencial da mesma (Inglês, 2021). Cabe à escola desenvolver uma consciência democrática entre as crianças, proporcionando oportunidades para experienciarem e refletirem sobre a cidadania. Perspetivar a aprendizagem não apenas como aquisição de conteúdos curriculares, mas também proporcionar o desenvolvimento de competências, valores e atitudes que permitam a cada criança agir dentro das possibilidades, limites e valores da sociedade em que se insere (Pacheco, 2022). Segundo a ONU, a Agenda 2030 procura fortalecer a paz universal com liberdade em todos os países afetados através de dezassete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ONU, 2015). O estudo apresentado neste documento pretende encontrar atividades que permitam chegar a quatro destes dezassete objetivos, sendo eles a educação, a saúde, a sustentabilidade e a produção de alimentos, mais especificamente, na produção das hortícolas. As Hortas Escolares (HE) têm uma valiosa componente pedagógica. Familiarizam os alunos com as plantas e as suas famílias, com os ciclos de plantação, fertilização e rega (Brito et al., 2020; Vilanueva et al., 2021). Mostram como podemos fazer as coisas bem feitas e como podemos criar. Para além disso, as HE também têm uma forte componente simbólica. Elas permitem criar, desde cedo, uma ligação das crianças à terra e ao sustento que dela tiramos. Por outro lado, sensibilizam para os hábitos de uma alimentação saudável (McPherson et al., 2017; Pinto & Monteiro, 2020; Silva & Coelho, 2018), fator crítico para uma vida longa e feliz de todos quantos compõem a nossa comunidade (Afshin et al., 2019). Num mundo de hiperconsumo e de desperdício, restaurar esta ligação à terra é essencial para que todas as crianças percebam que há um ciclo de vida e de sustentabilidade no qual todos temos um papel a desempenhar (Brito et al., 2020). Nascemos e aprendemos a construir a empatia com a natureza desde a infância V (Panksepp, 2020), por isso, esta investigação tem como público-alvo alunos do 1.º Ciclo de ensino básico. Neste sentido, a investigação foi realizada numa escola do 1.º Ciclo de ensino básico na zona litoral centro de Portugal. O estudo aqui apresentado de natureza exploratória, propôs perceber, através da aplicação da ferramenta de Codesign participativo (Bon Ku, 2020) como e onde acrescentar valor aos comportamentos alimentares e socio-emocionais num universo escolar. Como tal, propôs-se observar (Kumar, 2012) a ação direta das crianças dos oito aos dez anos de uma escola com o intuito de analisar o seu nível de participação no cuidado com a natureza (Gazola et al., 2017). Com esta observação explorou-se se existiria ou não aprendizagem empática com a natureza. A metodologia proposta nesta investigação inclui um estudo etnográfico (Cresweel, 2009) com crianças. Neste processo metodológico incluiu-se a realização de entrevistas informais e questionários. Além disso, foi ainda realizado um workshop Design Thinking com o objetivo de capacitar as crianças de mais conhecimento sobre: literacia em saúde e educação ambiental no cuidado de uma horta escolar (Santos, 2022).
- Codesign participativo para melhorar a monitorização de utentes no serviço de urgência hospitalarPublication . Oliveira, Vera Mónica de Sousa Santos; Neves, Sandra Maria Pereira; Ferreira, Elga Patrícia MaximianoA deterioração do estado de saúde do utente nos Serviços de Urgência Hospitalar (SUH) nem sempre é bem identificada, dando resultado a internamentos não programados, risco de morbilidade e a mortes hospitalares inesperadas. Além disso, utentes que dão entrada no SUH aparentemente estáveis, ou seja, de prioridade não urgente, cerca de 31% mostram sinais de deterioração nas 24h seguintes. A proeminência desta situação destaca as preocupações na qualidade dos cuidados de saúde e as suas implicações para a eficácia clínica, promoção da segurança e experiência do utente. Nos últimos 10 anos, a investigação em design revela esforços para desenvolver um modelo colaborativo, para envolver diretamente e ativamente profissionais de saúde e utentes no desenvolvimento de intervenções em saúde (Neves et al., 2021). Em Portugal, relatórios recentes de avaliação sobre a qualidade da saúde, indicam como sendo prioritário, a necessidade de envolver utentes no desenvolvimento de intervenções em saúde para garantir a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde (OECD, 2015). No entanto, não é claro se o desenvolvimento de intervenções em saúde em Portugal estão a utilizar um modelo colaborativo e/ou usam o design como abordagem ou método para tal. Este relatório de projeto, reporta o trabalho desenvolvido pela equipa de design no projeto multidisciplinar SafeTrack (Projeto Portugal, 2020), cujo objetivo foi utilizar uma abordagem metodológica em codesign participativo. Que envolveu a participação direta de profissionais de saúde e utentes, para se repensar a monitorização de utentes no serviço de urgência hospitalar: quatro profissionais de saúde (três enfermeiros e um médico) e quatro representantes de utentes que haviam recebido recentemente alta do serviço de urgência hospitalar participaram neste projeto. O projeto foi desenvolvido em três fases para reunir um conjunto de informação. A primeira fase integrou observações e dois workshops de design participativo, a segunda fase integrou um workshop de codesign e a terceira fase iniciou os primeiros passos de prototipagem envolvendo discussões individuais com designers, engenheiros e enfermeiros. Resultados do estudo de design destacam uma compreensão da situação atual da monitorização de utentes através das diferentes perspetivas de profissionais de saúde e utentes. Aqui, as perspetivas destacam a necessidade de a monitorização de utentes carecer de um sistema integrado para facilitar a gestão, coordenação e comunicação de informação individual de cada utente durante a monitorização. É ainda destacada uma compreensão das oportunidades sobre a desejável monitorização futura de utentes para o SUH. Aqui, os pontos de vista destacam a relevância da monitorização como um sistema de avisos de alerta precoce para identificação de deterioração clínica no SUH. Estas descobertas criaram a base para dar início às explorações e desenvolvimentos de protótipos, do idealizado futuro sistema de monitorização de utentes no SUH. Este estudo testou uma framework de codesign participativo (Neves, 2014) neste contexto do SUH, vindo a verificar que esta se torna flexível e que beneficia também as práticas de investigação em design em Portugal. Pois permite o envolvimento direto dos principais intervenientes (key stakeholders) no processo de desenvolvimento de intervenções em saúde, permite a exploração de técnicas e ferramentas de apoio à comunicação de uma diversidade de informação com base na partilha de experiências e ideias individuais e oferece a possibilidade de contribuir para o processo de tomada de decisão neste contexto da monitorização de utentes no SUH. Assim, a abordagem e técnicas utilizadas neste estudo podem ser apropriadas para utilizar em outros contextos da saúde. Este estudo pode também interessar outras comunidades da saúde que procuram novos caminhos para as melhorias da saúde.
- Comunicar com utentes com demência: Uma abordagem de codesign participativo para promover a qualidade da experiência da comunicação durante os cuidados de saúde hospitalaresPublication . Pereira, Joana Rosa Gonçalves; Neves, Sandra Maria Pereira; Carichas, GraçaCom o aumento da esperança média de vida, as pessoas tendem a viver com condições de saúde crónicas e complexas, como é o caso da demência. Afetando mais de 55 milhões de pessoas em todo o Mundo (World Health Organization, 2022), Portugal apresenta-se como o quarto país da OCDE com mais casos por cada mil habitantes (OECD, 2021). Estas estimativas destacam preocupações ao nível da prestação de cuidados de saúde, visto que estudos de investigação indicam que os profissionais de saúde estão a enfrentar dificuldades em comunicar com utentes com demência (UcD), particularmente os que apresentam esta condição em fases mais avançadas (Kwame & Petrucka, 2021; Stanyon et al., 2016). No entanto, a Alzheimer’s Society (2023) reporta que a comunicação tem um papel fundamental para apoiar o tratamento e os cuidados de saúde dos utentes. Considera-se, por isso, importante que a comunicação sirva de veículo para criar uma relação de proximidade entre os utentes e os profissionais de saúde e, desta forma, promover uma maior cooperação dos utentes durante o tratamento. Este relatório de projeto reporta o trabalho desenvolvido pela equipa de design no projeto “Designing to ensure good communication in hospital” (Projeto LiDA Design&Health, 2022), cujo objetivo passou por utilizar uma abordagem metodológica de codesign participativo para repensar a experiência da comunicação nos cuidados de saúde de utentes com demência no Serviço de Ortopedia Hospitalar. Para isso, o estudo envolveu a participação direta de profissionais de saúde (5 enfermeiros, 1 médico, 8 assistentes operacionais, 1 psicóloga e 1 copeira). O processo de investigação foi desenvolvido ao longo de duas fases, com vista a reunir conhecimento relevante através de: (1) observações e um workshop de design participativo; (2) um workshop de codesign. Os resultados do estudo em design destacam um entendimento da experiência atual da comunicação no SOH, nomeadamente, a identificação de estratégias, ferramentas e recursos utilizados na prática da comunicação com utentes com demência. Aqui, as perspetivas dos participantes revelam a necessidade de IX uma maior empatia, de melhorar a partilha de informação inter e intrahospitalar, de capacitar os profissionais de saúde no reconhecimento da doença da demência e de promover maior familiarização para apoiar e estimular o utente, durante o período de tratamento e recuperação no hospital. Na segunda fase, são destacadas situações promotoras de mudanças importantes para o futuro da comunicação com UcD no serviço de Ortopedia. Aqui, os pontos de vista dos profissionais de saúde destacam a importância da comunicação em criar momentos de preparação e visualização sobre o que vai acontecer no percurso de tratamento, promover uma maior personalização e criar estratégias para melhorar o diálogo no cuidado do utente com demência. As descobertas servirão de base para dar seguimento a futuras investigações em design, com o objetivo de conceptualizar e redesenhar a experiência de comunicação nos cuidados de saúde de utentes com demência no Serviço de Ortopedia Hospitalar, promovendo conforto, bem-estar e confiança. Este estudo testou a Framework de codesign participativo (Neves, 2014) no contexto do SOH, verificando a sua adaptabilidade nas práticas de investigação de design em Portugal. O envolvimento ativo e direto dos principais intervenientes é fundamental para o desenvolvimento de intervenções em saúde, uma vez que permite a exploração de técnicas e ferramentas visuais que apoiam a comunicação de uma diversidade de informação, com base na partilha de experiências e geração de ideias. Desta maneira, também contribui para o processo de tomada de decisão em relação às melhorias da comunicação hospitalar nos cuidados de saúde de utentes com demência no Serviço de Ortopedia Hospitalar.