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Abstract(s)
As escolas de 1.º Ciclo do ensino básico têm um compromisso fundamental na promoção da literacia em saúde e educação ambiental para capacitar os alunos para um mundo mais saudável e, por sua vez, mais sustentável, de forma a prevenir os comportamentos alimentares problemáticos nos adultos do futuro.
Os professores-tutores devem assumir que a escola não está isolada da sociedade, mas que, pelo contrário, é uma parte integrante e essencial da mesma (Inglês, 2021). Cabe à escola desenvolver uma consciência democrática entre as crianças, proporcionando oportunidades para experienciarem e refletirem sobre a cidadania. Perspetivar a aprendizagem não apenas como aquisição de conteúdos curriculares, mas também proporcionar o desenvolvimento de competências, valores e atitudes que permitam a cada criança agir dentro das possibilidades, limites e valores da sociedade em que se insere (Pacheco, 2022).
Segundo a ONU, a Agenda 2030 procura fortalecer a paz universal com liberdade em todos os países afetados através de dezassete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ONU, 2015). O estudo apresentado neste documento pretende encontrar atividades que permitam chegar a quatro destes dezassete objetivos, sendo eles a educação, a saúde, a sustentabilidade e a produção de alimentos, mais especificamente, na produção das hortícolas.
As Hortas Escolares (HE) têm uma valiosa componente pedagógica. Familiarizam os alunos com as plantas e as suas famílias, com os ciclos de plantação, fertilização e rega (Brito et al., 2020; Vilanueva et al., 2021). Mostram como podemos fazer as coisas bem feitas e como podemos criar. Para além disso, as HE também têm uma forte componente simbólica. Elas permitem criar, desde cedo, uma ligação das crianças à terra e ao sustento que dela tiramos. Por outro lado, sensibilizam para os hábitos de uma alimentação saudável (McPherson et al., 2017; Pinto & Monteiro, 2020; Silva & Coelho, 2018), fator crítico para uma vida longa e feliz de todos quantos compõem a nossa comunidade (Afshin et al., 2019). Num mundo de hiperconsumo e de desperdício, restaurar esta ligação à terra é essencial para que todas as crianças percebam que há um ciclo de vida e de sustentabilidade no qual todos temos um papel a desempenhar (Brito et al., 2020). Nascemos e aprendemos a construir a empatia com a natureza desde a infância
V
(Panksepp, 2020), por isso, esta investigação tem como público-alvo alunos do 1.º Ciclo de ensino básico. Neste sentido, a investigação foi realizada numa escola do 1.º Ciclo de ensino básico na zona litoral centro de Portugal.
O estudo aqui apresentado de natureza exploratória, propôs perceber, através da aplicação da ferramenta de Codesign participativo (Bon Ku, 2020) como e onde acrescentar valor aos comportamentos alimentares e socio-emocionais num universo escolar. Como tal, propôs-se observar (Kumar, 2012) a ação direta das crianças dos oito aos dez anos de uma escola com o intuito de analisar o seu nível de participação no cuidado com a natureza (Gazola et al., 2017). Com esta observação explorou-se se existiria ou não aprendizagem empática com a natureza.
A metodologia proposta nesta investigação inclui um estudo etnográfico (Cresweel, 2009) com crianças. Neste processo metodológico incluiu-se a realização de entrevistas informais e questionários. Além disso, foi ainda realizado um workshop Design Thinking com o objetivo de capacitar as crianças de mais conhecimento sobre: literacia em saúde e educação ambiental no cuidado de uma horta escolar (Santos, 2022).
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Keywords
Codesign Design Thinking Educação 1.º Ciclo Empatia com a natureza Hortas escolares Agricultura regenerativa