ESTM - Mestrado em Aquacultura
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Browsing ESTM - Mestrado em Aquacultura by Subject "Ácidos gordos"
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- Desenvolvimento e respostas bioquímicas de juvenis de Palaemon elegans (Rathke, 1837) sujeitos a diferentes cenários de temperatura e pHPublication . Maia, Simão Pedro Feliciano; Leandro, Sérgio Miguel Franco Martins; Marques, Sónia Cristina Ferreira CotrimCom a expansão em grande escala da produção industrial, as concentrações de CO2 atmosféricas têm vindo a aumentar sendo expetável, que para o ano 2100, atinjam valores superiores a 1000 ppm. Esta elevada concentração de CO2 atmosférico poderá levar a um decréscimo do pH e aumento da temperatura oceânica, prevendo-se que no final deste século o pH dos oceanos decresça até 0,5 unidades e a temperatura aumente entre 1,8 – 4,0 ºC. Estima-se que estas alterações afetem sobretudo as zonas intertidais, tornando-se essenciais estudos que permitam observar como os organismos destes habitats irão responder a tais alterações, nomeadamente o Palaemon elegans. O seu amplo nicho ecológico e a recente expansão ao longo da Europa, tornam esta espécie num elemento bastante importante para a fauna marinha europeia. O objetivo do presente estudo consistiu em avaliar os efeitos da exposição a diferentes níveis de pH (controlo: 8,10; 2100: 7,80) e temperatura (controlo: 18ºC; 2100: 22ºC) previstos pelo IPCC (2014) para 2100 (RCP8.5) nos parâmetros populacionais (sobrevivência, variação da biomassa, taxa de crescimento específica, fator de condição e eventos de muda) e na composição bioquímica (proteína, gordura total e perfil de ácidos gordos) de juvenis P. elegans. Após a captura de juvenis selvagens estes foram expostos durante 65 dias a quatro cenários: 1 - o cenário ambiental (CA) com temperatura e pH do ambiente marinho atual (pH:8,10; Temperatura: 18ºC); 2 - a alteração de pH (ApH) com pH reduzido (pH:7,80; Temperatura: 18ºC), simulando a acidificação dos oceanos (AO); 3 - alteração de temperatura (Atemp) com temperatura elevada (pH:8,10; Temperatura: 22ºC), simulando o aquecimento superficial dos oceanos e 4 - a interação da alteração de pH e temperatura (ApH*Atemp), com pH reduzido e temperatura elevada (pH: 7,80; Temperatura: 22ºC). Os resultados obtidos nos parâmetros de crescimento, nomeadamente na variação de biomassa, taxa de crescimento específico e incremento de peso diário, sugerem que o cenário ApH*Atemp teve um impacto negativo nos juvenis P. elegans. Ao nível do fator de condição e eventos de muda, os organismos nos cenários Atemp e ApH*Atemp apresentaram valores significativamente mais baixos em relação ao grupo controlo CA. Nos parâmetros bioquímicos, os organismos no cenário Atemp e ApH*Atemp apresentaram valores de proteína significativamente menores em relação ao grupo CA. Foi observada uma elevada correlação entre os níveis de ácidos gordos e o cenário ApH. Nesse cenário os juvenis P. elegans apresentaram os valores mais elevados de ácidos gordos saturados (SFA), monoinsaturados (MUFA) e polinsaturados (PUFA), contrastando com os organismos no cenário Atemp, onde se registaram os valores mais baixos destes compostos. O presente estudo sugere que os juvenis P. elegans poderão ser afetados pelas alterações de pH e temperatura previstas para 2100, nomeadamente ao nível do crescimento. Ao nível bioquímico os resultados obtidos sugerem que as alterações de temperatura poderão ter um impacto maior no comportamento destes organismos, nomeadamente na síntese de proteínas, do que as alterações de pH. Para além dos aspetos relacionados com as alterações climáticas, a exposição destes organismos aos níveis de pH previstos para 2100 pareceu trazer vantagens ao nível da produção em aquacultura, uma vez que levaram os juvenis P. elegans a produzir maior quantidade de ácidos gordos essenciais, nomeadamente n-3 e n-6 altamente importantes para a saúde humana. Em adição, foi também possível tirar ilações de como este organismo se poderá comportar em ambientes de cultivo, sendo deste modo um ponto de partida para a proteção desta espécie em ambiente selvagem e possível produção em aquacultura para fins alimentares e de repovoamento.
- Efeito combinado do aquecimento e da acidificação dos oceanos no camarão Palaemon varians (Leach, 1814): desenvolvimento larvar e respostas bioquímicasPublication . Figueira, Joana Patrícia Carreira; Leandro, Sérgio Miguel Franco Martins; Marques, Sónia Cristina Ferreira CotrimAs emissões para a atmosfera de gases de efeito de estufa, particularmente as emissões de dióxido de carbono (CO2) têm vindo a aumentar, e desde os finais do séc. XIX os níveis atmosféricos desse gás passaram de 280 ppm para 415 ppm em abril 2020 e estima-se que cheguem a valores superiores a 1000 ppm em 2100. Os oceanos têm um efeito tampão na concentração do CO2, absorvendo cerca de 30% do CO2 libertado na atmosfera. Este CO2 dissolvido reage com a água do mar, reduzindo o seu pH. O IPCC (2019) prevê que a diminuição do pH da superfície dos oceanos irá variar entre 0,065 e 0,315 unidades de pH até 2100. O oceano já absorveu cerca de 90% do calor gerado pelo aquecimento do planeta, e de acordo com o IPCC com o aumento da temperatura da superfície terreste, estima-se que a temperatura superficial dos oceanos irá aumentar entre 0,73 a 2,58℃ até 2100. As alterações climáticas podem afetar negativamente, positivamente, ou ainda pode não ocorrer qualquer tipo de efeito, nos organismos marinhos, apresentando assim uma grande variabilidade de repostas. O Palaemon varians é um crustáceo decápode, que habita estuários, lagunas costeiras e salinas em todo o noroeste da Europa e norte de África, e tem a capacidade de tolerar grandes variações de temperatura, salinidade, e hipoxia. A presente tese teve com objetivo avaliar o efeito em combinação da acidificação e do aquecimento dos oceanos nos parâmetros populacionais (duração da fase larvar, duração dos estágios larvares, crescimento e sobrevivência) e na composição bioquímica (proteína e perfil de ácidos gordos) do camarão Palaemon varians. Estes organismos foram expostos a diferentes níveis de temperatura (20°C e 26°C), pH e CO2 (pH 8,1 ~ 400 atm; pH 7,5 ~ 1804 atm; pH 6,5 ~ 18788 atm) desde a eclosão dos ovos até ao seu assentamento. Os resultados obtidos neste estudo sugerem que as larvas de P. varians são afetadas pelo pH mais baixo (6,5) quando expostas a uma temperatura mais elevada (26°C), uma vez que apresentaram um crescimento inferior. Ficou também evidente que as alterações de temperatura poderão ter um maior impacto no comportamento destes organismos do que as alterações de pH, pois à temperatura mais elevada os organismos atingem a fase de juvenil mais rápido. P. varians são organismos eurialinos que habitam estuários e lagunas, nos quais os níveis de pH e temperatura podem variar bastante, e as suas larvas podem por isso possuir elevada plasticidade ou variabilidade fenotípica capaz de lhe conferir um certo nível de resistência às várias condições ambientais. A exposição das larvas de P. varians a valores de pH mais baixos e temperatura mais elevadas poderá trazer vantagens ao nível da produção em aquacultura, uma vez que esta espécie chega à fase de juvenil mais rapidamente e demonstrou produzir uma maior quantidade de ácidos gordos essenciais altamente importantes para a saúde humana.
- Efeito da dieta alimentar no perfil bioquímico do crustáceo decápode Palaemon elegans (Rathke, 1837)Publication . Sousa, RitaA espécie de Palaemon elegans encontra-se largamente distribuída pelo ambiente marinho e numa grande variedade de habitats rochosos. Os indivíduos pertencentes a esta espécie toleram uma vasta gama de salinidade e temperatura, apresentando uma grande versatilidade no que diz respeito aos itens alimentares. Neste estudo pretendeu-se avaliar o efeito da dieta alimentar na composição bioquímica (proteína bruta, gordura total, ácidos gordos e aminoácidos) do tecido muscular de P. elegans e nos respectivos parâmetros de crescimento (incremento em peso, taxa específica de crescimento e taxa de sobrevivência). Para tal, foram consideradas três dietas alimentares (mexilhão, ração semi-seca e ração semi-húmida), as quais foram fornecidas a juvenis de P. elegans cultivados durante 54 dias em condições laboratoriais (temperatura = 24ºC, salinidade = 35‰). Paralelamente ao estudo e servindo como grupo controlo, em 2010 e 2011 foram capturados no campo indivíduos selvagens de P. elegans para os quais foi igualmente estabelecido o respectivo perfil bioquímico. Com o presente estudo, foram evidenciadas elevadas correlações entre o tamanho versus peso e taxa de crescimento dos P. elegans. A análise ANCOVA demonstrou a existência de diferenças significativas (P<0.001) entre todas as taxas de crescimento específicas, sendo a ração semi-seca aquela que proporcionou valores mais elevados (0.044 d-1). A taxa de sobrevivência com maior destaque neste estudo resultou da alimentação dos crustáceos com ração semi-seca (aproximadamente 96%). No perfil bioquímico do músculo de P. elegans as diferenças com maior relevância incidem-se na quantificação de ácidos gordos e aminoácidos, comparativamente com as dietas fornecidas durante o presente estudo. Quanto aos ácidos gordos, constatam-se diferenças notórias entre a quantidade existente nas dietas fornecidas e no músculo de P. elegans para os ácidos eicosapentaenóico e docosahexaenóico na ordem de 95% e 96%, respectivamente. Relativamente à quantificação de aminoácidos, evidenciam-se diferenças estatísticas para prolina existente no músculo de P. elegans alimentados com dieta semi-seca (40,529 ± 1,9510 mg/g) e mexilhão (29,213 ± 5,8577 mg/g) comparativamente com os indivíduos capturados em meio selvagem (6,660 ± 0,1650 mg/g). Este estudo sugere que a dieta que oferece maior benefício para o crescimento sustentável da espécie e rentável para a aquacultura é a dieta semi-seca, a qual deverá ser ajustada pontualmente com ácidos gordos altamente insaturados (HUFA) e polinsaturados (PUFA), bem como de aminoácidos essenciais.
- Estágio Curricular na FindFresh, S.A.Publication . Grilo, Catarina Filipa Marques; Baptista, Teresa Maria Coelho; Calisto, LuísAo longo das últimas décadas e um pouco por todo o mundo, a aquacultura tem vindo a crescer de forma cada vez mais notória e galopante. O rápido crescimento populacional e as carências nutricionais verificadas a nível mundial aliadas à sobre-exploração dos stocks naturais por parte da pesca tradicional e industrial, evidenciou a preocupação e a necessidade de se criarem estratégias mais sustentáveis. A FindFresh, S.A., é a primeira empresa de aquacultura em Portugal destinada à produção intensiva de enguias, nomeadamente, enguia europeia, Anguilla anguilla, em sistema de recirculação de água (RAS) direcionada para a fase de engorda. Esta empresa surgiu a partir de um projeto com bastante potencial e que, em parte, ambiciona inovar a produção nacional em aquacultura. Este estudo tem como objectivo permitir à FindFresh, S.A. compreender em que nível se enquadra o seu produto, comparativamente ao exemplo padrão, enguia selvagem e à concorrência de outra piscicultura. Este estudo contempla a realização da análise bioquímica às enguias produzidas na FindFresh, S.A., assim como enguias selvagens e enguias provenientes de outra piscicultura, onde se pretende caracterizar o teor de proteína, de gordura total, de humidade, de cinzas, de hidratos de carbono e o perfil de ácidos gordos de cada um dos grupos. Como conclusão, pode afirmar-se que as enguias provenientes de aquacultura apresentam valores semelhantes entre si para os parâmetros analisados. O mesmo já não se verifica para enguias selvagens sendo que estas apresentam valores de proteína superiores às de aquacultura, enquanto que estas últimas apresentam valores superiores de gordura. Quanto ao perfil de ácidos gordos, pode afirmar-se que as enguias de proveniência de aquacultura apresentam valores mais elevados dos ácidos gordos mais importantes para a nutrição e saúde humana, apresentando uma vantagem relativamente ao seu consumo.
- Relatório de Estágio para obtenção do Grau de Mestre em AquaculturaPublication . Martins, Mariana Ribeiro Cristino Roque; Baptista, Teresa Maria Coelho; Serradeiro, RenataA aquacultura tem vindo a adquirir uma crescente importância mundial, de modo a compensar a progressiva redução das populações naturais de diversas espécies, bem como a necessidade de produção de recursos que satisfaçam as necessidades alimentares da população humana, consequência do aumento exponencial da mesma. A empresa Riasearch, pioneira em Portugal, dedica-se fundamentalmente à investigação aplicada e desenvolvimento experimental na área da aquacultura, através da realização de ensaios nutricionais, fornecendo um serviço inovador para o setor da aquacultura. Tem como principal objetivo a validação de dietas destinadas a diferentes organismos aquáticos, através da realização de ensaios de digestibilidade e crescimento destes mesmos organismos. O estágio curricular na empresa teve como principal objetivo o contacto com a realidade empresarial na área da aquacultura, integrando as mais diversas rotinas da instalação. A Riasearch pretende implementar um sistema de aquacultura multitrófica integrada (IMTA), associando o seu sistema de recirculação de água (RAS) a um sistema inovador de cultivo de holotúrias, tendo optado por escolher uma espécie, Holothuria forskali, com potencial para desempenhar um papel importante na economia da própria empresa e das empresas aquícolas nacionais. Ainda pouco se sabe sobre quais as dietas artificiais capazes de induzir um rápido crescimento, suprir as exigências nutricionais e obter um crescimento proporcionado e saudável das holotúrias, garantindo resultados na produção de pepinos-do-mar comercialmente importantes. O presente estudo teve como principal objetivo verificar se os produtos derivados de um efluente proveniente de camarões da espécie, Litopenaeus vannamei, constituído essencialmente por fezes e alimento não consumido (Tratamento 1), é uma dieta viável para a espécie Holothuria forskali, capaz de substituir uma dieta à base de uma conjugação de três microalgas Isochrysis galbana, Tetraselmis sp. e Phaeodactylum triconutum (Tratamento 2), em termos de crescimento, sobrevivência e valor nutricional. Os resultados sugerem que a inclusão alimentar deste efluente, proporciona o crescimento das holotúrias, com valores para a taxa de crescimento específico (SGR) de 0,37 ± 0,26%/dia e 0,62 ± 0,05%/dia para as microalgas. Foram obtidas taxas de sobrevivência de 52% em ambos os tratamentos, em aproximadamente 6 semanas. No que diz respeito ao valor nutricional, esta dieta ainda é deficitária, comparativamente ao perfil de ácidos gordos das holotúrias selvagens, que apresentam valores mais elevados destes mesmos ácidos gordos, mais importantes para a nutrição e saúde humana.