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- Efeito da dieta alimentar no perfil bioquímico do crustáceo decápode Palaemon elegans (Rathke, 1837)Publication . Sousa, RitaA espécie de Palaemon elegans encontra-se largamente distribuída pelo ambiente marinho e numa grande variedade de habitats rochosos. Os indivíduos pertencentes a esta espécie toleram uma vasta gama de salinidade e temperatura, apresentando uma grande versatilidade no que diz respeito aos itens alimentares. Neste estudo pretendeu-se avaliar o efeito da dieta alimentar na composição bioquímica (proteína bruta, gordura total, ácidos gordos e aminoácidos) do tecido muscular de P. elegans e nos respectivos parâmetros de crescimento (incremento em peso, taxa específica de crescimento e taxa de sobrevivência). Para tal, foram consideradas três dietas alimentares (mexilhão, ração semi-seca e ração semi-húmida), as quais foram fornecidas a juvenis de P. elegans cultivados durante 54 dias em condições laboratoriais (temperatura = 24ºC, salinidade = 35‰). Paralelamente ao estudo e servindo como grupo controlo, em 2010 e 2011 foram capturados no campo indivíduos selvagens de P. elegans para os quais foi igualmente estabelecido o respectivo perfil bioquímico. Com o presente estudo, foram evidenciadas elevadas correlações entre o tamanho versus peso e taxa de crescimento dos P. elegans. A análise ANCOVA demonstrou a existência de diferenças significativas (P<0.001) entre todas as taxas de crescimento específicas, sendo a ração semi-seca aquela que proporcionou valores mais elevados (0.044 d-1). A taxa de sobrevivência com maior destaque neste estudo resultou da alimentação dos crustáceos com ração semi-seca (aproximadamente 96%). No perfil bioquímico do músculo de P. elegans as diferenças com maior relevância incidem-se na quantificação de ácidos gordos e aminoácidos, comparativamente com as dietas fornecidas durante o presente estudo. Quanto aos ácidos gordos, constatam-se diferenças notórias entre a quantidade existente nas dietas fornecidas e no músculo de P. elegans para os ácidos eicosapentaenóico e docosahexaenóico na ordem de 95% e 96%, respectivamente. Relativamente à quantificação de aminoácidos, evidenciam-se diferenças estatísticas para prolina existente no músculo de P. elegans alimentados com dieta semi-seca (40,529 ± 1,9510 mg/g) e mexilhão (29,213 ± 5,8577 mg/g) comparativamente com os indivíduos capturados em meio selvagem (6,660 ± 0,1650 mg/g). Este estudo sugere que a dieta que oferece maior benefício para o crescimento sustentável da espécie e rentável para a aquacultura é a dieta semi-seca, a qual deverá ser ajustada pontualmente com ácidos gordos altamente insaturados (HUFA) e polinsaturados (PUFA), bem como de aminoácidos essenciais.
- Efeito da intensidade luminosa na coloração do peixe-palhaço Clarkii (Amphiprion clarkii)Publication . Matias, ViníciaAquariofilia é uma indústria muito importante no mercado internacional. A comercialização de peixes ornamentais marinhos teve início no Sri Lanka, em 1930, estando atualmente difundida em mais de 80 países. Existe um esforço mundial para condicionar a captura de animais selvagens, promovendo os cultivos em cativeiro. Os peixes-palhaço são fortes candidatos à produção em cativeiro, pois são de fácil cultivo e apreciados pelos aquariofilistas. A espécie Amphiprion clarkii é uma das mais populares em aquários, devido à sua resistência e coloração. No entanto, um dos problemas associados ao cultivo desta espécie está relacionado com alterações na coloração selvagem, bem como na manutenção de colorações homogéneas entre populações de peixes ornamentais produzidos em cativeiro. O objetivo deste estudo foi observar o efeito da intensidade luminosa na coloração da espécie Amphiprion clarkii durante o seu crescimento em cativeiro, utilizando métodos de análise colorimétrica não invasiva e não destrutivos. Utilizaram-se 3 sistemas de iluminação, com diferentes intensidades luminosas (30, 1200 e 2700 lux), ligados a um único sistema de filtração. No início da experiência os peixes tinham 2 meses de vida e foram alimentados duas vezes ao dia e expostos a um fotoperíodo de 12h:12h. No final do ensaio (12 semanas) a coloração foi avaliada com auxílio de um espectroradiometro. Observou-se que a luminosidade não afeta o crescimento dos peixes. Os peixes usados como padrão eram mais escuros, mas menos amarelos e vermelhos do que os peixes em estudo. Não existiram diferenças no parâmetro luminoso L* ao longo do tempo. No entanto, os peixes demonstraram uma tendência para ficarem mais vermelhos e amarelos com o passar do tempo, mas de um modo independente da luminosidade. A intensidade luminosa não alterou a saturação, verificando-se para os três sistemas um aumento ao longo do tempo. Não existiram alterações na tonalidade, nem na variação total da cor em função da intensidade luminosa. Nas análises com o espectroradiometro, houve diferenças entre os animais do ensaio e os peixes padrão. No entanto, não houve diferenças entre os 3 sistemas na zona dorsoventral, apenas ocorreram diferenças na zona caudal entre a luminosidade 30lux e a luminosidade 2700lux. Em conclusão, não se verificaram alterações significativas na coloração dos peixes Amphiprion clarkii em função da intensidade luminosa. O uso de métodos não invasivos neste trabalho foi um sucesso, já que ambos os métodos utilizados traduzem os mesmos resultados em relação à variação de cor.
- Avaliação do desempenho de sacos suspensos na coluna de água para o cultivo de bivalves na Ria de Aveiro, com ênfase para a ostra japonesa (Crassostrea gigas) e a amêijoa-boa (Ruditapes decussatus)Publication . Neto, GinaA Ostra Japonesa (Crassostrea gigas) e a amêijoa-boa (Ruditapes decussatus) são espécies de elevado interesse económico sendo maioritariamente consumidas por todo o mundo e em particular nos países da Europa do Sul. Ambas as espécies são produzidas há quase duas décadas na região intertidal da Ria de Aveiro, utilizando actualmente técnicas similares às que foram implementadas no início da produção. Deste modo, existe uma necessidade crescente de modernização, de forma a implementar técnicas alternativas e/ou complementares às técnica já existentes, promovendo a optimização da produção de bivalves na ria de Aveiro. Este trabalho tem como objectivo, a avaliação do desempenho de sacos suspensos na coluna de água para o cultivo de bivalves na Ria de Aveiro, com ênfase para a ostra japonesa e a amêijoa-boa. Para tal, comparou-se a sobrevivência e crescimento (peso) das ostras em monocultivo suspenso na coluna de água, relativamente ao seu posicionamento face à corrente (contra e a favor) e à posição vertical na estrutura de cultivo (nível). Avaliou-se, ainda, o efeito do policultivo (amêijoa no nível superior e inferior da estrutura) no desempenho das ostras em relação à sua posição nos diferentes níveis da estrutura. Realizou-se a avaliação das diferenças na sobrevivência e no aumento de peso das ostras entre os dois modos de cultivo (sacos suspensos na coluna de água vs. mesas). Comparou-se, ainda, o desempenho das amêijoas em policultivo na coluna de água, relativamente à sua posição vertical na estrutura de cultivo (nível superior e inferior da estrutura). Os resultados revelaram que não há influência da corrente, nem da posição na estrutura (nível) para o desempenho das ostras em monocultivo. No entanto observou-se que as ostras em policultivo com a amêijoa-boa apresentaram um peso superior em relação às ostras do monocultivo, não tendo existido diferenças na sobrevivência. Os resultados mostraram, ainda, que existem diferenças na sobrevivência entre os dois modos de cultivo, ou seja, as ostras do cultivo em mesas apresentaram maior sobrevivência média em relação às ostras do cultivo suspenso, 38.8±3.3% e 25.4±2.6%, respectivamente. Já relativamente ao peso, as ostras do cultivo suspenso apresentaram maior crescimento médio do que as ostras das mesas, 32.7±6.7 g e 13.3±2.8 g, respectivamente. No que diz respeito à avaliação das amêijoas do policultivo, não foram observadas diferenças quer para a sobrevivência ou crescimento das mesmas. Ambos os modos de cultivo, utilizados neste trabalho mostraram ser eficientes para a produção de ostra japonesa. O cultivo suspenso revelou-se ainda como uma técnica favorável para a pré-engorda de amêijoa-boa. Tendo em consideração que existe um risco crescente da produção de bivalves em mesas na Ria de Aveiro se poder vir a tornar insustentável e/ou colapsar, é necessário implementar novas técnicas alternativas e/ou complementares às já existentes que tenham como suporte grupos de investigação multidisciplinares e novas tecnologias. Esta estratégia é fundamental para desenvolver uma aquacultura sustentável, moderna, eficiente e economicamente viável.
- Influência de duas dietas (náuplios de Artemia e Artemia enriquecida) no crescimento e sobrevivência de larvas de Lavagante, Homarus gammarusPublication . Pereira, Paulo DavidNas últimas décadas, verificou-se a instalação em alguns países europeus de maternidades de Lavagante Europeu, Homarus gammarus, com o objectivo de produzir juvenis para repovoamento em zonas em que o stock natural sofreu uma acentuada depleção. No entanto, a definição de dietas bem ajustadas às larvas de Homarus gammarus e as taxas de sobrevivência relativamente baixas devido a canibalismo constituem desafios e continuam a originar estudos nesta matéria. Neste trabalho foram testadas duas dietas, naúplios de Artemia salina e Artemia salina enriquecida durante 24h com a microalga Isochrysis galbana, com o objectivo de avaliar a sua influência no crescimento e na sobrevivência larvar. Para o cultivo recorreu-se a um sistema de recirculação de água, em tanques de fundo cónico de 4 l. O trabalho foi iniciado com uma densidade de cultivo de 5 larvas/l e mantido a uma temperatura de 23-24ºC, uma salinidade de 33 ‰ e com um fotoperíodo de 12h Luz: 12h Escuro. Nas condições de realização deste estudo, que foi desenvolvido até ao dia 10 pós eclosão, não se observaram diferenças estatisticamente significativas nas mortalidades das larvas entre as duas dietas. No entanto, em ambas as dietas verificou-se um aumento da mortalidade diária na fase final do ensaio, provavelmente devida a uma relativa fragilidade na transição do estádio III para o estádio IV. Neste trabalho, as taxas de sobrevivência verificadas no final do estudo foram menores que as observadas em outras referências bibliográficas. Relativamente à influência das duas dietas no crescimento, avaliado pelo comprimento do cefalotórax, foram observadas diferenças estatisticamente significativas, sendo que as larvas de Homarus gammarus alimentadas com a dieta de naúplios de Artemia apresentaram um crescimento mais elevado, atingindo um tamanho médio maior (média 6,83mm) no final do estudo em relação às larvas alimentadas com a dieta de Artemia enriquecida (média 5,73mm).