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Abstract(s)
É vulgar encontrar, no domínio das escolas, discursos e práticas que consideram muitas diferenças socioculturais
como patologias.
O “outro” é sempre avaliado comparativamente com o “eu” ou com o “nós”, mas não tem de o ser de forma estigmatizadora. De
facto, o(s) outro(s) não são como nós. Mas não têm de ser vistos como os que não são capazes de, que não entendem como nós,
que não são normais, etc. Cremos que este olhar pode ser relativizado na medida em que se consiga pensar a partir de outros
pontos, que não só o nosso lugar epistemológico. O outro pode ser visto como diferente e não como deficiente ou desigual. Buscar
esse olhar cruzado na busca de entendimentos e intercompreensões é papel da educação.
No mundo da escola, esse microcosmos da vida social, é vulgar encontrar pessoas, alunos e professores que acabam por classificar
a(s) diferença(s) como deficiência, a referida patologia construída, assim, socialmente. O trabalho escolar, pese embora os
discursos da inclusão social, da interculturalidade e da flexibilidade curricular, assenta muito, ainda hoje, num ritmo e num método
dirigido a uma entidade monoculturalizada, a turma. Ou ao grupo-turma que é um conceito que reflete um trabalho mais para um
coletivo normalizado do que para um social plural, um grupo heterogéneo.
Mas o real psicossociocultural das turmas é exatamente o contrário dessa avaliação monolítica e monocultural: o que é normal é
ser diferente. Ser diferente é ser humano.
Trata-se de uma problemática séria, complexa e vital, a ser discutida e a implementar nas escolas da sociedade contemporânea.
Este trabalho obriga a que educadores, professores e profissionais de mediação socioeducativa percebam o que são culturas
particulares, hegemónicas, culturas dominadas, identidades pessoais, culturais e sociais bem como a sua interação e comunicação
em espaços comuns, onde se vive ou convive diariamente. Tal implica uma inclusão social que vá para além da mais ligada às
necessidades educativas especiais e que abranja todas as diversidades socioculturais, linguísticas, religiosas, ou outras, e promova
a participação de todos.
Urge uma prática educativa assente numa hermenêutica multitópica, na compreensão sem juízos de valor; na comunicação sem
separação; no diálogo e mediação intercultural ao invés da estigmatização e da patologização. Como procuraremos mostrar, incluir
é, acima de tudo, participar e fazer participar.
Description
Keywords
Diversidade sociocultural Patologização Participação Inclusão
