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Advisor(s)
Abstract(s)
Os modelos científicos vigentes acabam por refletirem sempre nas práticas escolares, nas
pedagogias dominantes, na educação. O objetivo principal deste ensaio é correlacionar os paradigmas
científicos com os paradigmas pedagógicos e mostrar como, em parte, “somos filhos de Descartes”.
Foi com ele que aprendemos o que era a ciência, o método científico, no singular, e a objetividade
como valor sagrado da ciência. Foi o seu Discurso do Método que marcou a ciência do século XX e,
também, a pedagogia escolar e a educação em geral. Aprendemos a pensar com a cabeça e não com
o coração; desumanizamos, desantropomorfizamos a ciência, o que teve efeitos diretos na educação,
essencialmente durante toda a primeira metade do século XX. As Ciências da Educação são assim, a
nosso ver, no seu início, mais filhas das ciências experimentais e naturais do que das próprias ciências
humanas e sociais. De resto, também elas buscavam para si o estatuto de ciências, procurando
generalizar o por vezes não generalizável; procurando leis em que imperam a especificidade e a
idiossincrasia do humano. Então, o positivismo do século XIX e do início do século XX, que marca
as Ciências Sociais e as Ciências da Educação, que se recusam a ser subjetivas, a serem simplesmente
humanas, e, logo, não científicas, vigorou e vigora, ainda, na ciência e na educação.
Description
Keywords
Paradigmas científicos Objetividade e subjetividade Teoria social e educação Cultura Etnografia de contextos educativos Compreensão e explicação
Citation
Vieira, Ricardo & Vieira, Ana (2015). "Ciência, Teoria Social Contemporânea e Educação". Signos, Vol.º 36, N.º 1, pp. 9-29, ISSN 1413-0416.