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As histórias de vida como instrumento de investigação e (auto) formação de professores, imigrantes e idosos

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Nesta mesa redonda, procurarei, com a minha fala, mostrar como professores, imigrantes e idosos, com quem tenho feito investigação biográfica, se redescobrem, racionalizam experiências passadas, opções tomadas, etc., pela possibilidade de terem alguém que os ouve e os questiona a partir das suas próprias lógicas e contextos. Os sujeitos entrevistados reflectem, assim, também eles, sobre as intenções do inquiridor e sobre si próprios. Neste sentido tornam-se também investigadores de si próprios. O papel do investigador não é o de, por artes mágicas, encontrar o verdadeiro sentido das práticas dos sujeitos estudados. A interacção, devidamente centrada no questionamento das práticas na lógica do entrevistado e em comparação com outras alternativas, é, possivelmente, também uma via para reforçar a competência da reflexividade na vida profissional destes investigados e para a conscientização da identidade pessoal e social. Ao nível do estudo com professores, pretendo mostrar como se constrói, em cada caso, a disposição para a construção da interculturalidade na sala de aulas. Ao nível do estudo de imigrantes brasileiros em Portugal, trabalhando com a primeira vaga (final dos anos 80: mão de obra qualificada) e a segunda vaga (transição do século XX para o XXI: mão de obra desqualificada) pretendo mostrar como se reconstrói a identidade entre duas margens: a cultura de partida e a cultura de chegada. Ao nível da pesquisa com idosos, pretendo mostrar a utilidade de narrativas para compreender a força do projecto pessoal de cada um na construção de uma certa qualidade de vida, ao nível das dimensões mais subjectivas do viver. Em qualquer dos três casos, é usada a teoria da transfusão cultural (Vieira, 1999) e observada a heterogeneidade de modos de viver entre culturas, seja rejeitando a de origem (o caso dos oblatos), seja rejeitando a de chegada num dado momento (os monoculturais de acordo com a cultura de partida), seja vivendo de forma ambivalente entre as duas (o caso do eu multicultural), seja inventando a terceira margem, como dizem os poetas, que corresponde a uma atitude de incluir as diferenças culturais por que se passou ao longo da história de vida num self intercultural.

Description

Comunicação apresentada no III Congresso Internacional sobre Pesquisa (Auto) Biográfica (CIPA), Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2008.

Keywords

Entrevista etnobiográfica Reflexividade Identidade (Auto)formação Subjectividade Qualidade de vida

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