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Abstract(s)
Atualmente em Portugal cerca de metade do pescado disponível para o consumo
humano provém da aquacultura. Esta atividade representa uma alternativa de
fornecimento de pescado, não só pela possibilidade de produção de espécies a
valores economicamente mais acessíveis no mercado, mas também pelo facto de
contribuir para a manutenção dos níveis de população saudáveis de determinadas
espécies e sem ter impactos negativos noutras espécies do ecossistema, ao
remover as suas fontes de alimentação, prejudicar o seu ambiente físico ou
capturá-las acidentalmente. Deste modo, a produção de pescado de aquacultura
promove a diminuição da pressão humana sobre os ecossistemas marinhos e de
água doce (pressão esta causada quer seja pela sobrepesca, como pela pesca ilegal,
não regulada e não regulamentada). Contudo, observa-se ainda uma procura
reduzida de pescado proveniente desta técnica. Assim, torna-se premente o
conhecimento dos fatores que mais são valorizados no ato da compra e no
consumo de pescado de aquacultura, assim como identificar os padrões de
aceitabilidade que lhe estão associados por parte do consumidor. Este
conhecimento pode contribuir para o desenvolvimento e inovação do sector
aquícola em Portugal, bem como potenciar o consumo de pescado e promover o
desenvolvimento de produtos inovadores e sustentáveis à base de pescado.
O objetivo principal deste trabalho foi avaliar a perceção dos consumidores, na
zona Oeste de Portugal (Peniche e Lourinhã), face ao pescado de aquacultura,
através da aplicação de um inquérito por questionário. Assim, pretendeu-se
descrever o perfil do consumidor de pescado de aquacultura, compreender qual a
sua opinião sobre o mesmo e identificar os determinantes que influenciam a sua
compra/consumo. Os resultados permitiram constatar que a perceção do
consumidor face ao pescado de aquacultura é influenciada pelas caraterísticas
sociodemográficas dos inquiridos, uma vez que estas assumem um papel
determinante nos hábitos de consumo/compra semanal deste pescado. Também
foi possível verificar que o padrão de consumo médio semanal de pescado de
aquacultura é impulsionado por diversos fatores, tais como a crescente
preocupação com a saúde, o local e a forma de aquisição, o modo de confeção
preferencial e o tipo de pescado mais consumido.
No geral, apesar de em Portugal o consumo de pescado ser bastante elevado,
quando comparado com outros países, concluiu-se que ainda assim existe alguma
relutância face ao consumo das espécies provenientes de aquacultura. A “ideia
formada” de que o pescado selvagem é mais saudável continua a prevalecer. Por
conseguinte, torna-se evidente a necessidade de incentivar e promover um maior consumo do pescado de aquacultura, mediante campanhas de informação e
divulgação que abordem o fator qualidade, e deste modo colmatando o
desconhecimento generalizado sobre o seu conteúdo nutricional. Adicionalmente,
a promoção do consumo de pescado de aquacultura permitirá contribuir
positivamente para a valorização de algumas espécies, bem como atenuar a sobreexploração
dos oceanos, dado que a captura de pescado é superior à capacidade
de reposição natural dos stocks de pesca.
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Keywords
Pedagogical Context
Citation
Bernardo, L., Gil, M.M. & Mendes, S. (2017). A aquacultura e a sustentabilidade das espécies: a visão do consumidor. Res Net Health 3, spta19.1-2.
Publisher
Instituto Politécnico de Leiria