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Authors
Abstract(s)
Este texto, que é parte integrante do trabalho de dissertação do mestrado em artes plásticas,
reflete o percurso teórico e prático desenvolvido na criação de um trabalho artístico de instalação no
interior de uma fábrica de plásticos em ruínas. Os processos e operações que caracterizam esta
instalação constituem uma alegorização da materialidade da realidade testemunhada nessa fábrica
abandonada, um espaço de produção industrial de plásticos em ruínas, a Plástiguel. Isto ocorre
através de uma releitura desta realidade, das sucessivas ações no próprio espaço de trabalho, de
operações de apropriação artística e da passagem dos objetos, agora artísticos, do ateliê para o
espaço expositivo. O intuito deste processo foi fundir, na instalação final, a produção industrial com
a produção artística, manipulando plasticamente as matérias ‘sobrantes’ da fábrica (estrutura e
produção) e os objetos produzidos por operários no tempo ativo da fábrica. A instalação torna-se
assim, ao mesmo tempo, representativa e subversiva dos dois tipos de mercado: o dos objetos com
valor de uso produzidos em série, e o objeto de arte, singular e que funciona à distância que a
contemplação requer. Procuro, nesta operação, questionar o valor de troca comum aos dois
mercados.
O trabalho parte de uma experiência/ação pessoal dirigida a mostrar que a elevação de um
objeto (integrando neste caso uma ruína industrial) a objeto de arte contém a potência subversiva do
“valor de troca”, tornando visível uma realidade precisa: que fazer corresponder os materiais e os
objetos da cultura material, bem como a força do trabalho humano exclusivamente a parâmetros
económicos não constitui mais do que uma ideologia.
Description
Keywords
Objeto industrial / Objeto de arte Mercado Ruína Classificação Apropriação Alegoria