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“Para saber o que se passa na cabeça de um pintor, basta seguir a sua mão”. Este é o propósito revelado pelo realizador
Henri-Georges Clouzot no preâmbulo do filme "Le Mystère Picasso" que, como André Bazin sublinhou desde logo, “não
explica coisa alguma” sobre o artista ou sobre o seu trabalho. Depois da nota de intenções que precede o genérico do
filme, é, de facto, a mão que seguimos, sem que porém a possamos ver: no gesto de pintar, da acção da mão, apenas
podemos observar os seus efeitos, no deslizar das formas em permanente transformação. “Porque, enfim, não há traço,
nem uma mancha de cor que não apareçam – aparecer é mesmo a palavra – de forma rigorosamente imprevisível. (...)
Pensa-se que a mão está à direita e o traço surge à esquerda. Espera-se um traço e surge uma mancha; uma mancha é um
ponto. O mesmo acontece muitas vezes com os assuntos: o peixe faz-se ave e a ave transforma-se em fauno.”
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Cinema Pintura
Citation
LISBOA, Nuno - O cineasta e o pintor. Cadernos PAR. N.º 2 (Fev. 2009), p. 59-65.