ESECS - Mestrado em Ciências da Educação, área de especialização em Educação e Desenvolvimento Comunitário
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Browsing ESECS - Mestrado em Ciências da Educação, área de especialização em Educação e Desenvolvimento Comunitário by Subject "ageing, institutionalisation, identities and older people."
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- Institucionalização e transformações identitáriasPublication . Mendes, Mariana Jerónimo; Lopes, Sara MónicoO presente trabalho pretende compreender a perceção que as pessoas idosas institucionalizadas têm sobre elas próprias e o seu processo de envelhecimento. Procurar-se-á perceber as metamorfoses identitárias que se verificam na vida das pessoas idosas após entrada numa Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI). A institucionalização apresenta-se como uma das respostas sociais para apoiar pessoas mais velhas, em determinado momento da sua vida. A decisão da institucionalização pode surgir por parte da própria pessoa idosa, dos seus familiares/amigos ou por parte de terceiros. Embora cada uma delas seja interpretada e vivenciada de diferentes formas - pois cada pessoa é uma pessoa e cada caso é um caso -, ambas têm algo em comum: o processo de institucionalização. Este engloba várias dimensões, uma delas é o ambiente coletivo que, na maioria das vezes, implica regras e normas diferentes daquelas que as pessoas idosas estavam habituadas na sua rotina quotidiana e na sua comunidade familiar onde foram construindo a sua identidade ao longo da sua história de vida. O estudo dirigiu-se a 15 pessoas idosas institucionalizadas há mais de seis meses e com 65 anos ou mais, residentes numa ERPI da região centro de Portugal. A recolha de dados apresenta uma componente qualitativa para conhecer a perceção dos idosos sobre o seu processo de envelhecimento e a imagem que constroem e reconstroem de si, através de uma entrevista semiestruturada e uma componente quantitativa no que diz respeito aos instrumentos utilizados para a seleção da amostra – Mini Mental State Examination (MMSE). Os resultados apontam para uma visão do envelhecimento inerente às mudanças que este acarreta, imposto por perdas e ganhos. As mudanças físicas e as alterações do foro neurológico (como alterações de memória) são as principais preocupações a longo prazo. Por outro lado, as questões familiares e socioeconómicas têm um grande peso na última etapa do ciclo da vida, traduzindo-se em questões muito particulares. As questões sociais e religiosas acabam por ter uma menor cotação com o passar dos anos. As pessoas idosas institucionalizadas passam por diversas e diferentes alterações identitárias ao longo do processo de envelhecimento e consequente, institucionalização. As alterações da rotina diária, as imposições de regras, a perda de autonomia ou o medo da mesma são percecionadas pelas pessoas idosas em torno de um confronto entre as representações do próprio “eu” atual e do “eu” de antigamente, desencadeando assim crises identitárias.