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Authors
Advisor(s)
Abstract(s)
Neste trabalho foi avaliado o potencial biotecnológico de dez algas da costa de
Peniche relativamente à sua capacidade antioxidante e antimicrobiana. As algas analisadas foram Asparagopsis armata, Plocamium cartilagineum, Ceramium ciliatum, Sphaerococcus coronopifolius, Codium adhaerens, Ulva compressa; Fucus spiralis, Saccorhiza polyschides, Stypocaulon scoparium e Halopteris filicina. A identificação de compostos bioactivos das algas que revelaram o maior potencial biotecnológico também foi alvo de estudo.
Os compostos bioactivos foram extraídos das algas com recurso a solventes, nomeadamente metanol, n-hexano e diclorometano. Estes extractos foram utilizados em todos os ensaios experimentais.
A capacidade antioxidante foi determinada através da Quantificação Total de
Polifenóis (QTP) pelo método de Folin-Ciocalteu e através da avaliação da capacidade de redução do radical 1, 1-Difenil-2-picrilhidrazil (DPPH). A capacidade antimicrobiana foi avaliada através do método de difusão em disco em Bacillus subtilis e Escherichia coli. Por outro lado, a actividade antifúngica foi avaliada pelo acompanhamento da curva de crescimento de Saccharomyces cerevisiae na ausência e na presença dos extractos das algas. A identificação de compostos bioactivos foi realizada por espectrometria de massa com ionização por “electrospray” (ESI-MS).
A alga Fucus spiralis, na fracção metanólica, foi a alga que apresentou maior actividade antioxidante, com 90,01 ± 0,003 mg de equivalentes de ácido gálico/g extracto. As algas Saccorhiza polyschides e Fucus spiralis exibiram o efeito mais potente na capacidade de redução do DPPH, com IC50 de 0,049 e 0,099 mg de extracto metanólico/ml, respectivamente.
Relativamente à capacidade antimicrobiana, não existiram resultados positivos contra E. coli. No entanto existiram vários resultados positivos contra Bacillus subtilis, tendo sido a alga Asparagopsis armata (fracção metanólica) a que apresentou o maior potencial com um halo de inibição de 10 mm para a menor concentração a que se obteve actividade (100 μg/disco).
Quanto à actividade antifúngica, alga Sphaerococcus coronopifolius produziu um efeito inibitório muito potente no crescimento de Saccharomyces cerevisiae, com IC50 de 56,44; 78,9 e 40,2 μg/ml nas fracções metanólica, diclorometano e n-hexano, respectivamente.
Não foi possível identificar as principais moléculas responsáveis pela actividade
antimicrobiana e antioxidante, no entanto foram identificados dois ácidos gordos de cadeia longa, na fracção do diclorometano da alga Sphaerococcus coronopifolius, o ácido heptadecanóico e o ácido oleico.
Pela realização deste trabalho podemos concluir que as algas castanhas Fucus spiralis e Saccorhiza polyschides foram as que apresentaram mais poder antioxidante. Por outro lado, as algas vermelhas Sphaerococcus coronopifolius e Asparagopsis armata destacaram-se pelo elevado potencial antimicrobiano. Das quatro algas referidas, as algas Fucus spiralis e Sphaerococcus coronopifolius, pela potência dos resultados obtidos na capacidade antioxidante e na capacidade antifúngica, respectivamente, são as algas que abrem maiores janelas para a identificação e obtenção de novas moléculas com potencial biotecnológico relevante.
Description
Dissertação de Mestrado em Biotecnologia dos Recursos Marinhos apresentada à ESTM - Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do Instituto Politécnico de Leiria
Keywords
Algas Actividade antioxidante Actividade antimicrobiana Compostos bioactivos Algae Antioxidant activity Antimicrobial activity Bioactive compounds