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A presença do grupo sociocultural cigano, em Portugal, tem sido marcada por contínuas situações de exclusão e segregação social que condicionam a sua inserção no mercado de trabalho, assim como o seu acesso à habitação, à educação, entre outros serviços. Paralelamente, os estereótipos ainda enraizados na sociedade face às comunidades ciganas, dificultam, igualmente, o estabelecimento de relações de confiança entre ciganos e não ciganos, colocando mais entraves ao processo de inclusão social destas comunidades.
Nesta sequência, por forma a minorar tais situações, têm vindo a ser desenvolvidos projetos e implementadas medidas e políticas sociais no sentido de promover a inclusão das comunidades ciganas na sociedade. Estas medidas estão direcionadas, essencialmente, para as áreas da educação, da habitação, do trabalho, da saúde e do respeito pelo cumprimento dos direitos básicos.
No que se refere à educação, a aprendizagem ao longo da vida tem sido um dos focos das políticas para motivar as comunidades ciganas para o reconhecimento e valorização das aprendizagens obtidas por vias formais e informais, através, por exemplo, dos Cursos de Educação e Formação de Adultos. Na verdade, a educação, nomeadamente, a educação de adultos aumenta a possibilidade de inserção no mercado laboral e, consequentemente, de uma melhor inclusão na sociedade.
Neste sentido, o presente trabalho pretendeu, através de um estudo de cariz interpretativo, analisar os efeitos que a conclusão de cursos e formações no âmbito da Educação e Formação de Adultos assume no processo de inclusão social do grupo sociocultural cigano. Para o efeito, recorreu-se ao método de estudo de caso, uma vez que a investigação incidiu apenas num grupo específico – comunidade cigana alcobacense, e realizaram-se entrevistas semiestruturadas a quatro indivíduos de etnia cigana que já tinham concluído algum curso, assim como a uma técnica do Rendimento Social de Inserção de Alcobaça que acompanhou o processo.
Este estudo permitiu constatar que os cursos de Educação e Formação de Adultos dotam os formandos de ferramentas que os auxiliam a solucionar as mais diversas situações que vão surgindo no seu quotidiano e podem fomentar a partilha de saberes entre pessoas oriundas de diferentes mundos culturais, ajudando na desconstrução de estereótipos. Embora não se tenha verificado que tais cursos facilitam o acesso das comunidades ciganas ao mercado de trabalho, os mesmos são uma mais-valia, pois reforçam junto dos formandos a importância que a educação tem no desenvolvimento pessoal e social. Este reconhecimento levou os formandos a investir no acompanhamento escolar que davam aos seus educandos, contribuindo, desta forma, para a construção de uma geração mais qualificada e informada.
Em suma, a Educação e Formação de Adultos pode ser considerada um passo no sentido da inclusão social do grupo sociocultural cigano alcobacense.
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Mediação Intercultural Intervenção Social Ciganos Rendimento Social de Inserção