Name: | Description: | Size: | Format: | |
---|---|---|---|---|
7.99 MB | Adobe PDF | |||
851.07 KB | Adobe PDF |
Advisor(s)
Abstract(s)
Enquadramento: nos últimos anos os cuidados de saúde primários têm sido
determinantes nas novas necessidades de saúde da população, devido à emergência
das doenças crónicas e da morbilidade. A reforma dos cuidados de saúde primários
permitiu a criação das Unidades de Saúde Familiares, onde deu destaque ao papel do
Enfermeiro de família, logo veio promover a necessidade desta área de especialidade.
Em Portugal a especialização na área de Enfermagem de Saúde Familiar é muito
recente. A Especialidade de Enfermagem Comunitária – área de Enfermagem de Saúde
Familiar é um campo especializado da enfermagem que se concentra no cuidado
holístico de indivíduos e famílias ao longo do ciclo de vida. A Ordem dos Enfermeiros
(2018) reconheceu como competências específicas do Enfermeiro Especialista em
Enfermagem Comunitária, na área de Enfermagem de Saúde Familiar, o cuidado à
família como unidade de cuidados, “e de cada um dos seus membros ao longo do ciclo
vital e aos diferentes níveis de prevenção”, e a liderança e colaboração em “processos
de intervenção, no âmbito da enfermagem de saúde familiar” (OE, 2018).
A família, enquanto constituinte dos cuidados de enfermagem, leva a que os enfermeiros
tenham que adquirir competências avançadas na metodologia do processo de
enfermagem, para que exista uma melhoria e continuidade na prestação de cuidados.
Para adquirir competências, no campo de ação da família, a formação constitui-se como
fundamental, pela latente otimização do exercício profissional de enfermagem, uma vez
que os cuidados de enfermagem centrados na família conduzem a alterações de
comportamentos da enfermagem, das políticas de saúde e organização das unidades
de saúde. O enfermeiro de família necessita, assim, possuir competências avançadas
para cuidar da família de uma forma eficiente, baseada nos conhecimentos
indispensáveis para um agir correto no seio da família.
Objetivos: analisar o nível de importância que os enfermeiros atribuem à Família nos
Cuidados de Enfermagem, influência do contexto profissional em Unidade de Saúde
Familiar, foi o objetivo traçado para este estudo. Para isso foram delineados os objetivos
específicos, identificar que implicações têm as variáveis sociodemográficas e
profissionais dos enfermeiros no nível de importância atribuída à família e conhecer que
relação existe entre o contexto profissional em Unidade de Saúde Familiar e o nível de
importância atribuído à família nos cuidados de enfermagem. Metodologia: foi definido um estudo quantitativo, descritivo, analítico, correlacional e
transversal. Para ser possível analisar, do ponto de vista dos Enfermeiros que exercem
funções em Unidades Saúde Familiares do ACES Alentejo Central, agora ULSAC, qual
o nível de importância concedido à família nos cuidados de enfermagem influência do
contexto profissional em USF.
Resultados: sendo uma amostra com 45 respostas, dos quais 41 são enfermeiros e 4
são alunos de 4º ano de Licenciatura em Enfermagem, neste estudo verifica-se que o
grupo etário dos enfermeiros varia entre 21 e os 66 anos de idade, com uma média de
48,31 anos e um desvio padrão de 10,89 anos, maioritariamente são casados ou vivem
em união de facto 66,7% (30) sendo este o estado civil com maior representatividade.
Tem em média 24,84 anos de exercício profissional, 64,4% (29) dos enfermeiros
exercem funções em USF modelo B e 35,5% (16) em USF modelo A. Apesar dos
valores variarem entre os 0 e os 45 anos em relação ao Mínimo ser igual a 0 é o reflexo
de terem sido considerados os alunos de 4º ano de licenciatura em enfermagem. Destes
35,6% (16) dos enfermeiros são licenciados, 33,3% (15) são detentores do Grau de
Mestre. Os Enfermeiros Especialistas, representam 46,7% (21), dos 23 com título de
especialista, 20% (9) tem a especialidade de Enfermagem Comunitária e Saúde Pública,
seguido com 11,1% (5) têm a especialidade de Enfermagem em Saúde Infantil e
Pediátrica, com 6,7% existem duas especialidades, a Enfermagem Saúde Materna e
Obstétrica e a Enfermagem de Reabilitação. A Enfermagem Comunitária - Enfermagem
Saúde Familiar apresenta 4,4% (2). Com o título de Enfermeiro, aparece 44,4%, valor
quase igual ao de Especialista. Na vertente da Formação 42,2% (19)
dos enfermeiros afirmaram que tinham formação em enfermagem de família, 26,7% (12)
referem ter adquirido essa formação em contexto académico e 15,6% (7) em formação
contínua.
Conclusão: primeiramente importa salientar que o nível de importância atribuída à
família nos cuidados de enfermagem em contexto de USF é bastante elevado.
Concluímos que à medida que a idade e os anos de exercício profissional dos
enfermeiros aumentam, o nível de importância atribuído à família diminui. Em relação
ao estado civil podemos referir que as transições do ciclo de vida do enfermeiro
(separação/viuvez) são eventos cruciais que marcam de forma a atribuir mais ou menos
importância às famílias.
Podemos afirmar que toda a formação especializada acarreta benefícios para o utente/
Família, para o profissional e para a própria equipa.Por último, podemos concluir que o contexto de trabalho influencia de forma positiva a
importância da inclusão da Família nos cuidados de enfermagem.
Description
Keywords
Família Enfermagem familiar