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Abstract(s)
Nem todas as crianças e jovens têm percursos biográficos protegidos por famílias nucleares mais tradicionais onde buscam o seu suporte psicossocial. Muitas crianças são produto de famílias desestruturadas, multiproblemáticas (Alarcão, 2006) e disfuncionais (Martins, 2005), que vivem ambivalências entre os valores culturais e os direitos. É, após, avaliações complexas, multidisciplinares, multifatoriais, e precisas que muitas vezes são sinalizadas as crianças e jovens em risco à luz da Lei de proteção de crianças e jovens em perigo.
A referida legislação prevê no seu artigo 35º a existência de diferentes medidas de promoção e proteção, sendo primado pelo sistema de proteção as medidas junto da família, seja esta nuclear ou alargada. Em seguida, prevalecem as restantes medidas de promoção e proteção em prol do acolhimento residencial. Quando estas alternativas não existem ou, ainda, quando as mesmas não promovem os efeitos desejados para a promoção e proteção dos direitos e desenvolvimento integral do sujeito é promovido o afastamento do seio familiar através da medida de acolhimento residencial.
Nesta investigação, pretendemos, justamente, estudar sujeitos que tenham vivido trajetórias de vida de acolhimento residencial à luz da referida legislação e compreender que transformações identitárias ocorreram dentro de si entre a infância e a adultez que vivem hoje, já no tempo pós-institucional, pelo que a presente investigação rege-se pelo seguinte objetivo geral: compreender a perceção dos indivíduos adultos sobre a influência das experiências de acolhimento institucional na (re)construção da sua identidade.
Neste sentido, após ter promovido uma entrevista exploratória a um adulto do qual tínhamos um conhecimento prévio da situação de acolhimento residencial, e após termos entrado naquele mundo interior como lhe chama Goffamn (1961), estruturaram-se e realizaram-se as mesma entrevistas de cariz etnobiográfico a mais três sujeitos com idades superiores a 18 anos e que tenham, em algum momento da sua história de vida, permanecido em instituições de acolhimento residencial no âmbito da promoção e proteção de acordo com a legislação em vigor e, que tinham saído da referida instituição há pelo menos 2 anos.
Esta investigação mostra que o acolhimento residencial permitiu aos quatro jovens entrevistados a aquisição de competências pessoais, sociais, económicas e profissionais para se transformarem e idealizarem um futuro diferente dos ascendentes tornando-se estes sujeitos trânsfugas interculturais (Vieira, 2009, 2014). Para tal identificam a existência de incidentes críticos, pessoas críticas e fases críticas (Vieira, 2004) que influenciam toda a sua (re)construção identitária.
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Keywords
Acolhimento Institucional Intervenção Social Identidade Socialização Crianças e Jovens em risco