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Tabus para quê?! - Exploração da desconstrução de estereótipos por meio de um álbum ilustrado

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Ao longo dos anos a ideia do que é conteúdo apropriado para ser abordado em contexto infantil tem vindo a mudar consideravelmente. A ideia de que a criança deve ser protegida de tudo o que é desagradável ou perigoso tem vindo a ser reformulada e hoje, mais do que nunca, acredita-se que a criança não deve ser vista como um pequeno ser frágil, incapaz de lidar com conteúdo complexo, mas como um cidadão racional que deve ser preparado para a sua futura inserção na sociedade adulta (Renault, 2004). Precisamos de quebrar a tendência que existe para ensinar a criança com base num discurso “infantilizado” e no qual a natureza idílica da vida prevalece sobre qualquer outro elemento. A noção do que é tabu não é propriamente criado pela criança, mas sim pelo adulto, para a criança (Salisbury & Styles, 2015). É neste sentido que o designer precisa de intervir, evidenciando as capacidades exploratórias, disruptivas e criativas do design gráfico para potenciar os formatos e os meios através dos quais temáticas “tabu” podem ser abordadas, promovendo a reflexão crítica na infância e formando, por sua vez, cidadãos mais conscientes do mundo que os envolve. Savater (1997) inicia a sua obra “O valor de educar” refletindo sobre a noção de que “a criança não é uma garrafa que há que encher, mas um fogo que é necessário atear". Tendo por base este pensamento, a investigação teórica presente nesta dissertação deve ser tida como um trabalho de reflexão sobre o poder da ilustração e do formato físico dos álbuns ilustrados como mediadores para a mudança de consciências. O nosso propósito passa por entender: a importância da ilustração como promotora do pensamento reflexivo e intermediária de uma mensagem tradicionalmente considerada controversa em contexto infantil; e o álbum ilustrado, um objeto tão presente no dia-a-dia da criança, como ferramenta exploratória interativa que potencia a interiorização de noções complexas. Investigaremos, mediante uma metodologia qualitativa, aspetos ligados: às fases de desenvolvimento da criança e à função da ilustração em contexto infantil; ao poder do álbum ilustrado enquanto mediador de uma mensagem e as suas características formais; e à possibilidade das narrativas visuais poderem abordar temáticas tabu e quebrar paradigmas em contexto infantil. Procuraremos ainda aqui analisar estudos de caso que ajudem a compreender e a clarificar abordagens a utilizar para que se consiga dar, com mais certezas, resposta às questões levantadas. Após a fundamentação teórica e criadas as condições para uma argumentação coerente, a investigação terá como resultado prático, através de uma metodologia ativa e exploratória, o desenvolvimento de um álbum ilustrado que procurará explorar um tema tabu. Através das suas páginas irão ser quebradas convenções estereotipadas com base no género com o intuito de criar um objeto que permita à criança refletir e questionar noções de igualdade de género e pluralidade de padrões na sociedade contemporânea .

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Design Gráfico Ilustração Álbum Ilustrado Tabu Pensamento Crítico

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