Cadernos PAR n.º 02 (Fev. 2009)
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Browsing Cadernos PAR n.º 02 (Fev. 2009) by Subject "Cinema"
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- O cineasta e o pintorPublication . Lisboa, Nuno; Gonçalves, Maria Madalena“Para saber o que se passa na cabeça de um pintor, basta seguir a sua mão”. Este é o propósito revelado pelo realizador Henri-Georges Clouzot no preâmbulo do filme "Le Mystère Picasso" que, como André Bazin sublinhou desde logo, “não explica coisa alguma” sobre o artista ou sobre o seu trabalho. Depois da nota de intenções que precede o genérico do filme, é, de facto, a mão que seguimos, sem que porém a possamos ver: no gesto de pintar, da acção da mão, apenas podemos observar os seus efeitos, no deslizar das formas em permanente transformação. “Porque, enfim, não há traço, nem uma mancha de cor que não apareçam – aparecer é mesmo a palavra – de forma rigorosamente imprevisível. (...) Pensa-se que a mão está à direita e o traço surge à esquerda. Espera-se um traço e surge uma mancha; uma mancha é um ponto. O mesmo acontece muitas vezes com os assuntos: o peixe faz-se ave e a ave transforma-se em fauno.”
- Os primórdios do cinema documentalPublication . Martins, Paulo; Gonçalves, Maria MadalenaA importância dos documentários como fonte de conhecimento histórico tem sido cada vez mais destacada por inúmeros autores, em especial Marc Ferro. Logo no início do cinema, com os irmãos Lumière, podemos observar como os seus filmes registaram para a posteridade momentos da vida, como a saída dos operários de uma fábrica, ou a coroação de Nicolau II, permitindo-nos aceder ao conhecimento de uma realidade que para sempre ficaria imortalizada nessas imagens. O processo parecia simples: uma câmara fixa captava as imagens daquilo que decorria à sua frente. Assim, estes filmes tornam-se fontes primárias do conhecimento histórico, pois podemos analisar aquilo que elas dão a ver. Mas, para além disso, essas imagens são também fontes secundárias, visto permitirem uma análise mais detalhada da maneira como captaram a realidade, o que pretendiam mostrar e o modo como nos levam a essa mesma realidade.
