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- Da coexistência à convivência em MadridPublication . Machado, José Filipe Trincão; Vieira, Ricardo Manuel das NevesA presente dissertação constitui-se, além de um estudo de natureza compreensiva e interpretativa, como uma viagem do seu autor que, ao descrevê-la e pretender perceber as transformações existentes num território, acabou por transformar-se ele próprio também a partir do momento em que mudou de residência e inclusive de país para realizá-la. A viagem realizada a Madrid em 2016 acabou por determinar a temática aqui apresentada. Sabendo de antemão que pretendia realizar um estudo em que estivesse perto das pessoas, escolhi dois bairros multiculturais da cidade para realizar uma investigação de cariz etnográfico através do acompanhamento das actividades de duas instituições de mediação comunitária que operam no terreno no Distrito de Tetuán e no bairro de Lavapiés, concretamente La Rueca e Culturas Unidas. A base do trabalho prende-se com a forma como existe ou não a coexistência de diferentes culturas num mesmo espaço e em que medida a partir dela se gera convivência. Além disso, os fenómenos migratórios que em diferentes épocas chegaram a Madrid contribuíram para uma reconfiguração identitária da cidade, de quem nela vivia e quem a ela chegou, entretanto. Essas identidades em constante mudança levam simultaneamente a que se constituam novas formas de cidadania num mundo em que a palavra nação vai paulatinamente perdendo o seu caráter uniforme e homogéneo ganhando um novo formato que se pauta pela diversidade e heterogeneidade, apesar das resistências. Em resumo, pretendo perceber como se formam estes fenómenos numa cidade como Madrid e que tipo de influência têm as instituições que trabalham no terreno as temáticas das migrações e da integração de novas culturas num espaço.
- Os nem nem: Contributo para a construção de retratos sociológicos de jovens adultos que nem trabalham nem estudam, em PortugalPublication . Ferreira, Isabel Maria da Silva; Silva, Pedro de Carvalho daA implicação social e económica associada à condição de nem estudar nem trabalhar mobiliza políticos e estudiosos destas áreas, atentos aos novos indicadores estatísticos criados para dar parte de uma realidade nova, associada aos países das sociedades ocidentais, sobre a qual é necessário conhecer a dimensão bem como acompanhar a sua evolução. A censura social abate-se, nesta sociedade economicista em que vivemos, sobre quem não contribui com o seu esforço para o desenvolvimento do bem-estar e da qualidade de vida comuns. E ainda que reconheçamos a existência de indivíduos que vivem de expedientes para sobreviver com o menor esforço possível, recolhendo benefícios do esforço alheio, quer através dos apoios do Estado, quer do apoio de familiares, há que admitir também um número crescente de jovens que involuntariamente atravessam um período bastante longo de incerteza e de instabilidade, antes de conseguirem integrar-se no mercado de trabalho, após a conclusão dos seus estudos, e assim autonomizar-se face ao meio familiar. Propomo-nos, com este trabalho, dar voz a quatro destes jovens que permanecem diluídos no anonimato social de quem não vê a sua própria identidade reconhecida, na azáfama diária de quem se apressa para manter o seu lugar ou ambiciona subir na sua carreira profissional, ignorando aqueles que permanecem à margem. Estes jovens atreveram-se a partilhar o seu mundo emocional, através de uma entrevista semiestruturada, que trabalhamos sob forma de “relato de mundo interior” (vol. I) e que também publicamos na íntegra (Vol. II), de acordo com um trabalho de investigação sociológica enquadrado no paradigma fenomenológico. Procura-se melhor compreender a realidade social dos nem nem a partir da realidade individual incorporada da dimensão social, passando por procurar conhecer quem são os nem nem, a partir da representação que o próprio indivíduo faz de si, ou seja, compreender a compreensão do outro, a sua autorrepresentação. Quem são os nem nem? Que caminhos e percursos trilharam? Como vivem? Como pensam? De que se ocupam? Que projetos de futuro têm? Como se veem? São algumas das questões que nos propusemos conhecer com os próprios atores, no relato das histórias de vida cuja voz é devolvida a cada um dos protagonistas.
- Mediação Intercultural em Contexto EscolarPublication . Andrade, Susana Catarina Ferreira; Silva, Pedro de Carvalho daA reforma do sistema educativo em Portugal prevê uma mudança direcionada para uma educação para a cidadania, para a inclusão social e redução de desigualdades sociais, tendo muito em conta a diversidade sociocultural presente nos atuais territórios educativos. Contudo, esta é uma mudança ideológica e retórica, mantendo na prática um ensino dividido entre a uniformização e a diversificação, entre a tradição e a modernização. Esta investigação constitui um estudo de caso de um Agrupamento de Escolas da zona centro do país onde se destaca a diversidade cultural, pretendendo-se investigar as práticas de mediação interculturais que nele se praticam, de forma a eventualmente reduzir as possíveis desigualdades sociais. Tendo em conta a sua complexidade, foi utilizado o paradigma hermenêutico, tendo sido utilizadas como técnicas de recolha e tratamento de dados a entrevista individual semiestruturada, a observação direta e análise de conteúdo. A investigação permitiu-nos entender a importância da mediação em contexto escolar, enquanto ferramenta que promove a todos os que o constituem (alunos, professores, encarregados de educação, comunidade), a autonomia e inserção social, não apenas através de uma dimensão educativa, mas também preventiva, transformativa, capacitadora e reabilitadora. No caso específico estudado tornou-se clara a vantagem da inclusão da figura do mediador intercultural bem como do reforço e formalização das práticas de mediação interculturais já existentes, tendo em conta a desarticulação presente entre diversos agentes educativos, bem como um estímulo à diferenciação positiva intrínseca à diversidade cultural existente.
- A Transição para o mercado de trabalho dos alunos com Necessidades Educativas EspeciaisPublication . Lopes, Ana Rita das Neves; Barreto, Maria Antónia Belchior FerreiraO presente estudo tem como objetivo principal analisar como se processa a transição para a vida pós-escolar de alunos com necessidades educativas especiais, quais as áreas vocacionais trabalhadas ao longo do processo de transição, o papel dos docentes e dos pais as parcerias existentes com empresas, associações e outras instituições. Depois de terminar a escola quem apoia a inserção destes jovens na comunidade e no mercado de trabalho? Após terminar a escolaridade obrigatória muitos destes alunos vêem-se sem soluções para a sua vida quer a nível profissional quer a nível pessoal. Torna-se urgente encontrar medidas de apoio para os jovens com Necessidades Educativas Especiais para que tenham acesso a uma igualdade de oportunidades real. O processo de transição está inadvertidamente condicionado às ofertas de emprego existentes no meio em que o aluno se insere e com as oportunidades a que o aluno pode aceder. Construir um currículo com base nas capacidades do aluno, tentando minimizar as disfunções é uma tarefa que sofre mutações, avaliações constantes, e por vezes torna-se muito difícil encaminhar alunos e encontrar parcerias com empresas. De momento estamos a vivenciar alguma instabilidade económica no país que condiciona todos os sectores em geral, e o da educação não é exceção. Esta condicionante também altera ou diminui as parcerias existentes na transição para o mercado de trabalho? As verbas? Os protocolos? Os apoios às pessoas com limitações? Este estudo foca-se numa escola da região de Leiria onde foram realizadas entrevistas aos alunos, aos professores, aos encarregados de educação e aos empresários que assinaram protocolo de estágio com o agrupamento de escolas da região de Leiria. O objetivo do estudo é entender como se faz a transição destes alunos da escola para o mercado de trabalho, os apoios e ajuda aos alunos e empresas que o Instituto de Emprego e Formação Profissional oferece, quais os meios a que estes alunos recorrem, quais as motivações dos empresários para acolher alunos com Necessidades Educativas Especiais nas suas empresas e o caminho que encarregados de educação e professores percorrem para que tudo corra da melhor forma. Todos estes alunos do estudo têm necessidades educativas especiais e um plano de transição para a vida adulta adequado e adaptado ás suas limitações e capacidades. Os alunos do estudo encontram-se matriculados no 10º, 11º e 12º ano e estão a realizar estágio nas empresas da região de Leiria. Os alunos têm Currículo Especifico Individual e Plano Individual de Transição. Neste estudo tentamos também entender o ponto de vista dos alunos em relação ao futuro e ao estágio que estão a realizar, a perspectivas dos pais em relação ao futuro dos filhos, a visão dos professores e de que forma os empresários encaram os estágios com alunos com necessidades educativas especiais. Dos casos estudados podemos concluir que os estágios dos alunos com Necessidades Educativas Especiais são bem aceites pelos empresários da região de Leiria e que a maioria dos alunos que frequentam estágios na região acaba por ficar a trabalhar nessas empresas. Por outro lado os encarregados de educação demonstram uma atitude demissiva em relação à tomada de decisão e ao encaminhamento dos alunos sendo a escola a ter um papel mais ativo. A escola, os professores, os técnicos demonstram ter um profissionalismo e um gosto pela profissão que se reflete no sucesso dos seus alunos. Os alunos com Necessidades Educativas Especiais apesar de terem sonhos díspares em relação às suas capacidades encontram um caminho e relevam estar satisfeitos e felizes com o trabalho encontrado.