Cadernos PAR n.º 08 (Jul. 2022)
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- Performance e autobiografia: registar-se a si mesmoPublication . Luzio, Teresa; Poeiras, FernandoA presente comunicação reflete sobre uma prática de performance — aqui entendida como um meio através do qual a artista obtém um conjunto de registos visuais — enquanto processo próximo a uma construção autobiográfica. Consideram-se alguns casos de estudo com afinidades processuais, de modo a compreender a importância desta prática como exercício na observação de si mesmo.
- Procrastinar experiencia: o incumprimento como resistênciaPublication . Cabau, Philip; Poeiras, FernandoProcrastinar é atrasar o cumprimento uma tarefa ou obrigação urgente. É, no fundo, um ato voluntário, uma decisão pessoal que possivelmente conduzirá ao incumprimento da referida tarefa. O presente texto pretende, no contexto particular da noção de procrastinação numa escola de artes, constituir uma chamada de atenção para o modo como as representações simplistas da experiência — que tendem hoje a ocupar um lugar hegemónico na conceção que fazemos dela e cujos efeitos podem ser, para uma prática artística, mais devastadores do que poderíamos, à primeira vista, supor.
- Estratégias de investigação nas artes e no designPublication . Poeiras, Fernando; Poeiras, FernandoA investigação académica e as práticas – artísticas ou de design – podem divergir entre si. Podem divergir quanto à finalidade a atingir, quanto aos seus processos1 de desenvolvimento, e também quanto às suas formas de comunicação. Forçar essas práticas “divergentes”, mas extremamente relevantes, aos caminhos da investigação académica esteriliza-as. Neste caso, como podem ser ambas conciliadas dentro do contexto académico? Recolhemos vários exemplos de relatórios e dissertações que podem servir para pensarmos sobre algumas formas de conciliação; e iremos também procurar respostas alternativas. Tendo em conta a especificidade dessas práticas e a ausência nos seus praticantes de algumas competências necessárias para a investigação, se não quisermos apenas lamentar os resultados fracos ou legitimar o lamentável, devemos procurar alternativas.
- Os Periscópios Etnográficos. As fronteiras da experiência colaborativa no trabalho artístico (com antropólogos)Publication . Cabau, Philip; Poeiras, FernandoO espaço colaborativo entre artistas e antropólogos aumentou consideravelmente nos últimos anos. A origem deste fenómeno pode ser explicada pela curiosidade cúmplice que uns e outros têm pelos problemas do mundo contemporâneo e o papel que neles desempenhamos. Todavia, apesar de aparentemente natural, esta colaboração implica a compatibilização de perceções contrastantes e a construção de novos compromissos sobre os respetivos territórios e fronteiras — que muitas vezes não estão sujeitas a redesenho.
- O trabalho: experimentação, experiência e investigaçãoPublication . Baraona, Isabel; Poeiras, FernandoO termo “trabalho” pode significar “ofício” e também “obra”. Se “ofício” requer uma longa aprendizagem e a aquisição de conhecimento técnico, “obra” exige empenho, rigor intelectual e tempo (sedimentação). A minha experiência do que é o trabalho de um artista implica (auto)disciplina e persistência. Assim, para mim, independentemente do(s) processo(s) idiossincráticos presentes na elaboração dos objectos (sejam pinturas, desenhos, esculturas, livros de artista, vídeo, entre outros), o trabalho do artista é uma prática diária da curiosidade, o desenvolvimento da capacidade de análise e de um tipo de questionamento que consolida o autoconhecimento, exige fazer e repetir como meio de compreensão e aprendizagem. Nesse sentido, implica estudar, investigar e experimentar técnicas e materiais, ler (inclusive jornais), ver cinema, ver exposições de outros artistas; ou seja, estar atento ao mundo, aos outros e a si mesmo. É um labor a longo prazo, exige brio, perseverança e concentração, assim como, repetir experiências para controlar gestos e educar o olhar. Como sabemos, para além da dedicação ao que se faz no atelier, o trabalho do artista é multifunções: inclui tarefas de secretário (tratar da correspondência, das burocracias inerentes às candidaturas a bolsas ou residências), divulgar o que se faz (promover esse mesmo trabalho), etc.
- Dispositivo tipográfico de estudo académico para a língua portuguesaPublication . Morgado, Aprígio Luís Moreira; Poeiras, FernandoNa leitura, o cérebro de um leitor vacila entre duas vias de processamento: a via fonológica e a via semântica. Ambas as vias são essenciais e colaboram entre si para que o leitor seja capaz de ler todas as palavras. Neologismos, palavras raras ou de pronúncia regular são descodificadas por via fonológica, ou seja, o acesso ao significado da palavra faz-se, convertendo inicialmente a sua forma ortográfica em pronúncia. Palavras frequentes ou de pronúncia irregular, são descodificadas por via semântica, pelo que extraímos directamente da forma ortográfica, o sentido da palavra. De acordo com a investigação contemporânea, a palavra escrita é dissecada pelo sistema visual e as letras que a constituem são categorizadas alimentado as duas vias. A palavra é assim codificada, segundo um estrutura em forma de árvore, pressupondo uma hierarquização de vários níveis de abstracção crescente onde, após a identificação das letras, estas são agrupadas em unidades ortográficas maiores como digramas, grafemas, sílabas, morfemas até ao reconhecimento da palavra completa.
- A performance e a autobiografia na prática de Sonia AndradePublication . Luzio, Teresa; Poeiras, FernandoEm Setembro de 2014 fui recebida pela artista Sonia Andrade na sua casa no Rio de Janeiro para uma conversa sobre o seu trabalho. Eu tinha apenas a informação de que Sonia não gostava de dar entrevistas, o que parecia incompatível com a minha vontade de procurar saber mais sobre a sua prática artística, sobretudo da década de 1970 e 80. O meu interesse em aproximar a sua prática de um contexto performativo, e até biográfico, sucumbia, mesmo sabendo que há algo do trabalho de um artista que constitui parte da sua existência no mundo, que é a obra que fica. Eu queria saber como é que Sonia via estas relações e menos saber da sua vida.
- A transcendência do design - pequeno fragmento de filosofia do designPublication . Silva, Rodrigo; Poeiras, Fernando