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- Aspetos nutricionais do arroz biofortificado em selénioPublication . Scotti-Campos, P.; Oliveira, K.; Almeida, A.S.; Pais, I.P.; Bagulho, A.S.; Reboredo, F.; Pessoa, F.; Semedo, J.N.; Leitão, A.E.; Ramalho, J.C.; Lidon, F.C.O Selénio (Se) é um elemento considerado essencial na saúde humana. No entanto regista-se um nível baixo de ingestão do mesmo, devido à sua escassez nos alimentos. O arroz é um dos cereais mais consumidos em todo o mundo. O aumento do teor de Se no arroz através de estratégias de melhoramento de plantas e de biofortificação agronómica poderá contribuir para um maior consumo deste elemento pelas populações. Este estudo pretende caracterizar alguns aspetos nutricionais do arroz biofortificado naturalmente em Se, obtido em ensaios de campo no Ribatejo, a partir de variedades comerciais (Ariete e Albatros) e linhas avançadas portuguesas (OP1105 e OP1109, Programa de Melhoramento do Arroz - INIAV/Cotarroz). Procedeu-se à aplicação foliar de Se sob a forma de selenato e selenito de sódio, em várias concentrações, com e sem adubação de fundo com selenato. A aplicação foliar (sem adubação de fundo) foi suficiente para obtenção de resultados satisfatórios. O Se distribuiu-se uniformemente pelo grão em todos os tratamentos. Alguns parâmetros nutricionais e de qualidade (lípidos, açúcares solúveis, proteína) foram avaliados na farinha obtida a partir dos grãos biofortificados. A concentração de Se nos grãos aumentou com os teores foliares de selenito e selenato aplicados, obtendo-se no entanto melhores resultados para o selenito. Observou-se variabilidade genética entre os genótipos, destacando-se Albatros e OP1105 pelos maiores teores de Se acumulados no grão, o que possibilita uma manipulação tecnológica relevante. As aplicações de Se provocaram alterações nos teores de ácidos gordos totais em alguns genótipos, resultantes de variações nos teores dos ácidos palmítico (C16:0), oleico (C18:1) e linoleico (C18:2). Os teores de açúcares solúveis e de proteína tenderam a aumentar com as concentrações mais elevadas de Se. De uma forma geral o peso de mil grãos (PMG) não foi significativamente afetado pelos tratamentos. Em síntese, os tratamentos aplicados parecem ser adequados tendo em vista a acumulação de Se no grão, não comprometendo a produção nem os parâmetros nutricionais. As concentrações de Se a serem aplicadas dependerão da finalidade industrial do arroz. Concentrações mais baixas de Se (30 a 60 g Se ha-1) serão mais adequadas para a biofortificação de arroz em áreas de cultivo extensas, enquanto que as mais elevadas (até 180 g Se ha-1) permitirão a obtenção de grãos com maior concentração de Se, que poderão ser submetidos ao processamento industrial (i.e., produção de farinha) e incorporar misturas com farinhas não biofortificadas.
- Efeitos da dispersão e deposição de arsénio, cobre, chumbo e zinco na zona envolvente à mina de Neves-CorvoPublication . Pelica, J.; Barbosa, S.; Calvão, T.; Lidon, F.; Pessoa, F.; Reboredo, F.A região de Neves-Corvo (37°34'13,5"N, 7°58’19,1”O) possui o mais importante depósito de cobre de Portugal, sendo ainda um dos maiores do mundo. Situada a 15 km de Castro Verde, no Baixo Alentejo, esta mina produz essencialmente cobre, estanho e zinco. A mineração constitui uma atividade extremamente poluente alterando a composição da atmosfera, do solo, e águas quer subterrâneas ou superficiais. O objetivo deste trabalho é estudar a dispersão e deposição dos elementos (arsénio, cobre, chumbo e zinco) provenientes da mineração, em folhas de plantas hortícolas locais e em 44 amostras de solo num raio de 1,5 km. O material vegetal foi dividido em dois grupos, com igual número de folhas de cada planta. Todas as folhas de um dos grupos foram lavadas por água destilada, para remoção das poeiras. As amostras de solo foram recolhidas até 10 cm de profundidade. No laboratório, as amostras de solo foram peneiradas para retirar o material grosseiro e serem homogeneizadas. Todas as amostras foram seguidamente secas em estufa a 60ºC até obtenção de peso constante. A quantificação e análise dos elementos foi feita através de um Thermo Scientific™ Niton™ XL3t GOLDD + XRF. Observa-se que na maior parte das folhas não lavadas a quantidade de elementos é maior que nas folhas lavadas. No entanto é nas folhas perenes da laranjeira que a diferença se faz notar em todos os elementos, com diferenças de 45 % para o arsénio, 23% para o cobre, 50% para o chumbo e 20% para o zinco. As 42 amostras de solo provenientes de solos de zonas agrícolas mostraram uma média de 28.3 mg de As kg-1, 77.7 mg de Cu kg-1, 21.9 mg de Pb kg-1 e 59.4 mg de Zn kg-1. Os valores médios de arsénio e cobre estão acima dos valores de referências usados pela Agencia Portuguesa do Ambiente (APA) (11 mg de As kg-1 e 62 mg de Cu kg-1). Em duas amostras provenientes de duas aldeias próximas da mina (A-do-Corvo e Neves da Graça), os valores de arsénio são superiores aos valores de referência para zonas residenciais (18 mg de As kg-1). No caso da amostra de solo proveniente da aldeia de A-do-Corvo, os valores de cobre são 9,77 vezes superiores aos valores de referência (92 mg de Cu kg-1). Na observação de valores superiores aos estipulados pela APA e sabendo que a Faixa Piritosa Ibérica (FPI) apresentam valores de fundo geoquímico superiores, calcularam-se valores de referência locais. Com estes valores de referência obtiveram-se valores de corte, dos quais podemos dizer efetivamente quais as zonas contaminadas. Foram realizados mapas morfológicos onde estão visíveis as áreas com os valores de arsénio e cobre. Estas áreas foram divididas em não contaminadas (Azul), incerteza (Verde) e contaminadas (Vermelho). Concluiu-se que dos quatro elementos analisados nas amostras de solo, o arsénio em especial e também o cobre apresentam concentrações em alguns lugares, acima do valor de corte. Essas zonas poderão ser passíveis de uma futura monotorização ou remediação.
- Estará o futuro dos biofuels em risco?Publication . Reboredo, F.; Pessoa, F.; Lidon, F.; Ramalho, J.C.A descida abrupta dos preços do brent a partir de 2014 promovida pela OPEC (Organization of the Petroleum Exporting Countries) teve efeitos nefastos no relançamento dos biofuels de segunda geração e na chamada Economia Verde. De facto, a implementação do aproveitamento de resíduos agroflorestais e a sua posterior conversão em Etanol Celulósico (EC) traria vantagens em termos de emprego local, para além de aspetos ambientais ligados às alterações climáticas e à descarbonização em curso. Este EC destinar-se-ia a ser adicionado à gasolina (blend) em proporções variáveis de acordo com a legislação em vigor em diferentes países ou blocos económicos. Por exemplo, nos EUA já foi aprovado a introdução do E15 (15% de biofuel + 85% de gasolina) para veículos fabricados a partir de 2001, embora esta norma não tenha sido ainda implementada. Neste contexto, quanto maior for a percentagem de biofuel adicionado, menor será a quantidade de gasolina utilizada, pelo que em países completamente dependentes da importação de energia a redução da dependência energética constitui per se um fator importante na balança de pagamentos. Por outro lado, diminui-se a emissão de CO2 contribuindo para atenuar os efeitos das alterações climáticas. Acresce que estes biofuels de segunda geração poderiam limitar a utilização de biofuels (etanol) a partir de fontes alimentares, como é o caso do milho em particular nos EUA e a beterraba e outros cereais no caso Europeu. O Brasil é uma notável exceção dado que o etanol tem origem na cana-de-açúcar e se excluirmos os FFV (Flex Fuel Vehicles) a mistura habitualmente utilizada no Brasil, é o E25. A produção de EC tem, contudo, um calcanhar de Aquiles chamado “custo de produção” pelo que o desinvestimento e a falência de grandes projetos ligados aos biofuels de segunda geração estão intrinsecamente relacionados com preços do brent estabilizados entre $50-60/barril. Continuar a drenar, como até aqui, subsídios gigantescos para a produção de biofuels e para as energias renováveis em geral, sem que se atinjam metas ambientais e económicas razoáveis, é algo que a opinião pública dificilmente aceitará, especialmente quando o EC assim obtido for mais caro que a própria gasolina. Por outro lado, o próprio Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas de Dezembro de 2015 confirma que a energia não renovável continuará a ser a base do sistema global de energia durante muitas décadas. A utilização de resíduos agroflorestais para produção de EC faria todo o sentido com o brent a preços elevados, que alguns autores estimam em $100/barril. Aos custos atuais do brent o EC não é competitivo e mesmo que o seu custo de produção diminuísse, a OPEC poderia ajustar o preço do brent em baixa, invalidando assim o ganho que seria efémero. Iremos continuar a assistir à produção de etanol a partir de cereais com toda a controvérsia envolvente. Surgem assim os biofuels da terceira geração em que as algas têm um papel importante. A liquefação hidrotérmica é um processo ainda em estudo e em fase de desenvolvimento, mas fortemente incentivado pela União Europeia que prevê que o futuro reside neste processo de conversão, a par de um desenvolvimento da autonomia dos veículos elétricos e da produção de veículos cada vez mais eficientes em termos de consumo.
- Identificação e caracterização do perfil nutricional de sêmolas contrastantesPublication . Reis, S.; Pessoa, F.; Pais, I.; Scotti-Campos, P.; Lidon, F.Neste estudo assumiu-se como objetivo a caracterização de sêmolas contrastantes, no âmbito de um projeto para conclusão da Licenciatura em Bioquímica, na Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa. A nível académico este projeto teve como objetivos principais o aprofundar de conhecimentos ao nível da produção agroindustrial, e ainda uma concretização prática de conhecimentos adquiridos durante a Licenciatura em Bioquímica, que atualmente se encontra em fase de conclusão. Foi também um objetivo, a perceção de como alguns procedimentos laboratoriais, anteriormente objeto de aprendizagem, podem ser utilizados na análise e caracterização de produtos da indústria alimentar, mais concretamente, na caracterização a nível nutricional de sêmolas contrastantes. Em 4 tipo de amostras de trigo duro (variedades Hélvio, Preto Amarelo, TE 1202 e Celta), cedidas pela Estação Nacional de Melhoramento de Plantas de Elvas – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, efetuou-se a caracterização do peso, volume e de densidade dos grãos. Nas respetivas sêmolas efetuou-se uma caracterização de micro e macronutrientes, assim como os índices de cor, e teores de humidade, cinzas, proteínas, ácidos gordos, glúten, açúcares. Concluiu-se que nas quatro variedades de trigo duro a maioria dos parâmetros está dentro dos parâmetros legislados.
- Identificação e caracterização nutricional de blends de farinhaPublication . Gamito, A.; Pessoa, F.; Pais, I.; Scotti-Campos, P.; Lidon, F.Neste estudo efetuou-se uma caracterização nutricional de três blends de farinha de trigo mole (com a designação “Bolachas”, “Corrente” e “Melhorador”), fornecidos pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (Pólo de Elvas). Efetuaram-se análises físicas e químicas dos blends em grão e nas respetivas farinhas (peso e volume de mil grãos, densidade, cor, humidade, elementos minerais, cinzas, lípidos, ácidos gordos, açúcares solúveis, proteína, índice de queda e sedimentação SDS, glúten, farinografia e alveografia). Considerando a totalidade das análises efetuadas foi possível verificar que as características nutricionais estão diretamente relacionadas com os objetivos a que estes blends se destinam (produção de bolachas, pão ou correção de características).
- Orizicultura e a presença de Arsénio no solo e na água de irrigaçãoPublication . Ferreira, D.; Simões, M.; Pessoa, F.; Reboredo, F.; Almeida, J.O arroz é cultivado, em regadio, nas principais zonas húmidas de Portugal, situadas nas bacias dos rios Mondego, Tejo e Sado, sendo a espécie mais comum a Oryza sativa L., uma monocotiledónia da família das gramíneas. Representa uma importante contribuição energética na nutrição humana, sendo a principal fonte de tiamina, riboflavina e niacina. As condições de cultivo e a morfologia da planta favorecem a absorção do Arsénio (As) e a acumulação no grão com consequências graves na saúde humana. Compostos orgânicos e inorgânicos deste metaloide podem ser adsorvidos por via oral, inalação e dérmica. A absorção depende da solubilidade de cada composto. A toxicidade é maior nas formas inorgânicas, cerca de 100 vezes mais, do que nas formas parcialmente metiladas. A exposição continuada ao As pode resultar em patologias gastrointestinais, cardiovasculares e cancros da pele, pulmão, bexiga e rim (Souza et al., 2015). As fontes de exposição podem ser o ar, a água e os alimentos. Em 1999, estudos desenvolvidos nos Estados Unidos revelaram a existência de elevadas concentrações de As inorgânico no arroz em comparação com outros produtos de consumo regular, representando para o ser humano uma importante fonte de exposição ao As ao longo da vida. A inundação dos canteiros e a saturação do solo facilitam a mobilização do As por via hídrica e a adsorção pelas raízes da planta, processos controlados pelo pH e Eh do solo. O conhecimento das fontes de As, se naturais ou antropogénicas, e o desenvolvimento de estudos para compreender os processos físicos e químicos de mobilização e adsorção são relevantes para a adoção de medidas de minimização e remediação, incorporadas em boas práticas agrícolas, essenciais para produção segura de arroz e seus derivados. Estes objetivos enquadram-se nas preocupações dos produtores de arroz do vale do Tejo, que conhecedores do problema, procuram inovar os processos de cultivo com o estabelecimento de parcerias de colaboração com o fim de melhorar o conhecimento da qualidade dos solos e água de irrigação para produção controlada e obtenção de produtos de elevada qualidade. Integrado num estudo mais vasto e detalhado descrevem-se as metodologias utilizadas para caracterização física e química do solo e água de irrigação. Foi realizada uma campanha de amostragem, num total de 149 pontos amostrados, nos solos em pousio e nos canais de rega. A amostragem tem como finalidade a caracterização analítica do solo e água nos laboratórios de sedimentologia e hidroquímica do DCT/UNL. Compreende a quantificação de parâmetros físicos e químicos, tais como, a percentagem de matéria orgânica e fração fina do solo, a composição química elementar, o pH e o Eh, a condutividade elétrica da água e a composição iónica em elementos maiores. A região em estudo é constituída por parcelas agrícolas, situadas nas aluviões da margem esquerda do Tejo e nas margens do Sorraia e Almansor, na várzea que se estende no leito destes, totalizando aproximadamente 5000 ha de extensão.