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Diálogos Interculturais

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O atual contexto social, especialmente em países da Europa, com o crescente número de imigrantes e refugiados, coloca a todos em contato com diferentes racionalidades. Por um lado, no cenário internacional, há uma crescente onda conservadora diante das migrações, consequência de uma monoracionalidade que recusa a diversidade e se funda em apenas um modo de ser/viver como aceitável, tornando árido o pensamento e as relações. Por outro, e sem querer imprimir apenas dois caminhos para a questão, mas destacando o que importa para a pesquisa, há a potência de reflorestar o pensamento (Núñez, 2021), aproveitando a diversidade existente para potencializar o devir, desatado da repetição de apenas um projeto de mundo. As sociedades multiculturais nos permitem uma outra leitura do mundo, uma vez que “a encruzilhada-mundo emerge como horizonte para credibilizarmos as ambivalências, as imprevisibilidades, as contaminações, as dobras, atravessamentos, os não ditos, as múltiplas presenças, sabedorias, e linguagens, ou seja, as possibilidades” (Rufino, 2019, p.18). Reivindicada assim, as sociedades multiculturais enquanto encruzilhadas, tem como potência o cruzo. Ou seja, a partir do contato com outras racionalidades e experiências de mundo, as verdades podem deixam de ser absolutas para ampliar as perspetivas e ser possível a construção do comum, que não se confunde com algo igual ou homogéneo. Nesse sentido, a pesquisa visa investigar em que medida o contato com outras culturas é um meio de complexificação da realidade e um processo educativo de formação do ser humano. A racionalidade dominante fala de um mundo binário posto, remontando o pensamento do passado colonial que dá as bases para esse modus operandis. Nessa perspetiva, o mundo já está “dado” e é valorado a partir de oposições como certo/errado, bem/mal, homem/natureza, etc. Desafiando essa lógica, a pesquisa parte do pressuposto de que o mundo está em constante construção e é construído, tanto pela ação das grandes instituições, corporações, empresas, governos, etc., quanto pelo nosso fazer e encontros cotidiano, no que se debruça essa pesquisa. As pessoas sujeitas a travessias culturais intensas se tornam também elas mais complexas, desenvolvendo identidades compósitas e multifacetadas. É o universo desses sujeitos que pretendo compreender. O outro, então, aparece não mais como ameaça, mas como possibilidade de deslocar a experiência de mundo pessoal ao apresentar outra forma de fazer, sentir e agir e, com isso, reflorestar a nossa capacidade de pensar criar outras possibilidades mais inclusivas de mundo e de pensar o ser humano. O diálogo entre esses processos é entendido enquanto processo educativo de formação. Para isso, fez-se um levantamento de dados através da pesquisa bibliográfica e, de acordo com o paradigma interpretativo, optou-se pela entrevista semiestruturada com pessoas diversas, mas com um aspeto essencial compartilhado, o contato direto e constante, seja pela profissão ou estilo de vida, com pessoas de outras culturas.

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Mediação Intercultural Formação Educação Micropolítica Interculturalidade

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