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Abstract(s)
Introdução: A paragem cardiorrespiratória extra-hospitalar (PCREH) é uma das principais
causas de morte na Europa, apresentando custos extremamente elevados em termos de
morbilidade e mortalidade, revelando-se um problema de saúde pública muito pertinente. Os
países desenvolvidos têm implementado diversos sistemas de resposta comunitária para
fazer face à PCREH, no entanto a sua epidemiologia e desfecho continuam a apresentar uma
grande variabilidade. Em Portugal foi implementado o Programa Nacional de Desfibrilhação
Automática Externa, tendo como objetivo nuclear a instalação de uma rede nacional de
desfibrilhação automática externa (DAE). O presente estudo tem como objetivo determinar a
taxa de recuperação de circulação espontânea (RCE) das vítimas de PCREH e identificar os
fatores que a promovem.
Metodologia: Através de amostragem não probabilística, intencional, constituiu-se uma
amostra de 472 vítimas de PCREH do Município de Viseu, cuja sua paragem
cardiorrespiratória ocorreu no período de 2016 a 2018, tendo a mesma sido inserida no
Registo Nacional de Paragem Cardiorrespiratória Pré-hospitalar (RNPCR). Definiu-se como
hipótese de investigação a existência de relação significativa entre a RCE das vítimas de
PCREH com variáveis sociodemográficas, causa, local, circunstâncias, rapidez de
atendimento, meios de resposta e manobras de reanimação cardiorrespiratória (RCR). O
instrumento de colheita de dados utilizado foi a plataforma do Registo Nacional de Paragem
Cardiorrespiratória Pré-hospitalar (RNPCR-PH). Na análise de dados recorreu-se a técnicas
de estatística descritiva e inferencial, nomeadamente o teste t de Student, o teste de Wilcoxon-
Mann-Whitney, o teste do Qui-quadrado (χ2) de Pearson e o teste exato de Fisher, com um
nível de significância de 0,05 (α = 0,05).
Resultados: O estudo revelou uma taxa de RCE à entrada da vítima de PCREH na unidade
de saúde de 6,8%, identificando como potenciais fatores favoráveis à RCE a ocorrência da
PCREH em espaços públicos, presenciada (com maior expressividade quando ocorre perante
a equipa de emergência médica extra-hospitalar (EMEH), o início imediato de manobras de
Suporte Básico de Vida (SBV) e a realização de desfibrilhação precoce (quando indicada),
com um impacto substancialmente mais favorável quando realizados antes da chegada da
equipa de EMEH. Evidenciou ainda, como fatores potencialmente favoráveis à RCE, a
chegada precoce da equipa EMEH junto da vítima de PCREH e todas as manobras realizadas
pela mesma com especial relevo para as manobras de SBV. Ficou ainda evidenciado como
um preditor favorável à manutenção da condição de RCE o facto da vítima, à chegada da equipa de EMEH, já se encontrar com circulação, ventilação ou estado de consciência
recuperados.
Conclusão: Embora a taxa de RCE revelada pelo estudo (6,8%) seja baixa, encontra-se
enquadrada na realidade observada em outros países europeus. Apesar disso, a análise dos
fatores identificados como tendo potencial impacto positivo na RCE e das caraterísticas
sociodemográficas e clínicas da amostra e respetivos dados relacionados com a PCREH,
permite fornecer informação que poderá servir de base para identificar variáveis modificáveis
que claramente estão a contribuir para a baixa taxa de RCE das vítimas de PCREH que se
verifica no Município de Viseu.
Description
Keywords
Paragem cardiorrespiratória extra-hospitalar (PCREH) Retorno da circulação espontânea (RCE) Desfibrilhação automática externa (DAE) Suporte básico de vida (SBV) Cadeia de sobrevivência Programa Nacional de Desfibrilhação Automática Externa (PNDAE)