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Abstract(s)
A linha condutora desta investigação consistiu na procura de um autoconhecimento relativamente à criação
artística, particularmente no que diz respeito à presença de certos elementos que permitem compreender a
natureza da nossa própria percepção, tão determinante para o acto criativo. Nesse sentido, a perceção e a
amplitude e liberdade que atribuímos à mesma, está muito presente na linha de pensamento que caracteriza
as próximas páginas. No decurso da escrita deste trabalho deparei-me com tópicos que vieram, ao mesmo
tempo, questionar e facilitar a compreensão dos modos da percepção, e de como esta pode moldar o
conhecimento que temos de um determinado objecto.
Um dos factores determinantes da percepção é, nesse sentido, a questão da cor e de como esta pode
condicionar essa mesma percepção, pois a cor pode modificar superfícies e colocar a mente a trabalhar em
prol da descoberta prática e sensorial. Por outro lado, temos ainda, como o trabalho tenta explorar, o
problema do jogo dimensional, ou seja, o confronto e/ou a continuidade entre a experiência do
bidimensional e a experiência do tridimensional (de um corpo no espaço).
Estes dois factores - o jogo dimensional e a cor - conduziram a minha investigação à abordagem da percepção
infantil, pois é durante este período que a imaginação consegue criar mais amplamente liberta de factores
influenciadores e decisivos.
A maneira como vemos uma imagem, as relações entre o universo das referências externas e dos signos
partilhados e aquela dimensão interpretativa mais pessoal e sujeita a enquadramentos identitários, abre
uma panóplia de possibilidades percetivas e, por isso mesmo, de interpretações do que se vê, enriquecendo
a experiência e o pensamento.
Percebi então, como o meu labor artístico contém estas problemáticas e como a sua fusão cria uma
metodologia, muito presente no meu tempo em atelier. Posto isto, é possível criar e absorver o criado
transformando influências exteriores e pessoais em algo autêntico e irrepetível. O remisturar da memória e a
abertura a novas possibilidades podem criar vários novos objetos com potencialidades lúdicas e de caráter
experimental (revelando assim traços identitários e da experiência de quem cria e de quem observa). O
importante é, creio, dar liberdade ao pensamento e à maneira como este processa as informações sensoriais.
Esta investigação não deixou de ser um caminho que se mantém aberto. Por outras palavras, estou longe de
compreender o “porquê” de certas decisões que ocorrem, repetidamente, no espaço criativo. Contudo, aos
poucos vou obtendo respostas e vou percebendo que todo este processo é, em grande parte, um diálogo
temporal entre diferentes estados existenciais daquilo a que chamo eu.
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Keywords
Jogo dimensional Cor