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Mediação Intercultural no acesso da população imigrante, não lusófona e residente no Porto, aos cuidados de saúde primários

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A Organização Mundial de Saúde (OMS, 1946) define saúde como “um estado de bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”, estado este que é influenciado por diversos fatores inerentes ao indivíduo, como os biológicos e os que constituem o meio em que ele se insere e o caracterizam. A literatura refere que tendencialmente os profissionais de saúde interpretarão o estado de saúde dos seus pacientes de acordo com a sua própria visão cultural, e estes por sua vez farão o mesmo, o que em contextos culturais diferentes poderá gerar lacunas na comunicação cujas consequências poderão ser relevantes para o perfil de utilização dos cuidados de saúde disponíveis. Torna-se por isto importante que os profissionais de saúde adquiram competências culturais, conheçam e respeitem essas diferenças, sobretudo quando perante população imigrante de origem não lusófona, em que a barreira linguística se estabelece no imediato como um obstáculo pertinente à integração desta população. Apesar de se verificar um interesse crescente dos investigadores sobre esta matéria, persiste ainda a falta de conhecimento aprofundado sobre as dificuldades existentes, as questões subjacentes à acessibilidade e utilização dos serviços, e, a perceção e interpretação destas por parte de todos os intervenientes no processo. Assim, demonstrou-se pertinente determinar a importância da mediação intercultural no acesso desta população, de origem não lusófona e residente no Porto, aos Cuidados de Saúde Primários (CSP). Estudos anteriores abordam essencialmente a população de origem lusófona, residente na área da Grande Lisboa e o acesso aos cuidados de saúde de uma forma mais generalizada. Sendo os CSP os de maior proximidade por definição, e não havendo registo de um trabalho neste âmbito no Grande Porto, considerou-se oportuna esta abordagem. Com um estudo de natureza quantitativa, foi aplicado um questionário, de autopreenchimento, a um total de 11 indivíduos imigrantes e 34 profissionais de saúde, cujos resultados confirmaram a necessidade de atualização, ou mesmo aquisição, de conhecimentos no que às questões culturais e organizacionais diz respeito. Tendo sido a barreira linguística igualmente apontada por ambos os grupos como um obstáculo efetivo; também a falta de conhecimento dos usos e costumes da população imigrante e a interpretação, porventura errónea, do tipo de procura dos cuidados enfatizaram a necessidade de intervenção ao nível da mediação intercultural. Manifestando a população imigrante algum desconhecimento sobre o tipo de serviços prestado e a capacidade de resposta dos mesmos. Não obstante às dificuldades encontradas na operacionalização deste estudo, considera-se o seu desenvolvimento satisfatório, e alcançados os seus objetivos essenciais. A consciencialização dos principais responsáveis pela organização dos serviços é premente, e o papel da mediação intercultural poderá ser primordial para que esta consciencialização, e sensibilização, de todos os envolvidos sejam trabalhadas, fomentando assim a relevância de cuidados de saúde culturalmente diferenciados, e profissionais culturalmente competentes.

Description

Dissertação de mestrado sem anexos

Keywords

Mediação Intercultural Intervenção Social Imigração Serviço Social

Pedagogical Context

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