Acondicionamento, Reprodução e Cultivo Larvar de Holothuria tubulosa (Gmelin, 1790)

Venâncio, Eliana Filipa Santos

http://hdl.handle.net/10400.8/3966

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Acondicionamento, Reprodução e Cultivo Larvar de H. tubulosa.pdf		1.39 MB	Adobe PDF	Download

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Authors

Venâncio, Eliana Filipa Santos

Advisor(s)

Pombo, Ana Margarida Paulino Violante

Félix, Pedro

Brito, Ana C.

Abstract(s)

O aumento da procura por espécies de pepino-do-mar nos mercados asiáticos levou a um declínio nas populações selvagens no Indo-Pacífico (i.e.: Apostichopus japonicus, Cucumaria frondosa, Parastichopus californicus). O esforço de pesca foi, assim, intensificado e expandido para áreas do Mediterrâneo e Sul da Europa, onde diferentes espécies são exploradas. O cultivo de espécies europeias (i.e.: Holothuria mammata, Holothuria scabra, Holothuria tubulosa) está a tornar-se crucial para a sobrevivência dos stocks naturais destes equinodermes. No entanto, esta é ainda uma indústria em desenvolvimento, pelo que se torna essencial otimizar o procedimento de reprodução e crescimento em cativeiro. Holothuria tubulosa (Gmelin, 1790) pertence à classe Holothuroidea e ocorre desde o Golfo da Biscaia (Atlântico Nordeste) até ao Mar Mediterrâneo. Esta espécie reproduz-se sexuadamente, apresentando sexos separados (dióicos), não apresentando dimorfismo sexual. Possuem hábitos alimentares principalmente detritívoros, alimentando-se do conteúdo orgânico da areia, lama e biofilmes. H. tubulosa tem sido visto como um novo candidato à aquacultura pois esta espécie é resistente ao maneio e adapta-se facilmente às condições de cativeiro. Este trabalho teve como objetivos a adaptação dos reprodutores às condições de cativeiro, a sua reprodução e o desenvolvimento larvar de H. tubulosa. Neste estudo, procedeu-se ao acondicionamento de 90 H. tubulosa durante 120 dias com diferentes dietas: Dieta 1 - mix de microalgas congeladas (Tetraselmis sp. e Phaeodactylum tricornutum); Dieta 2 - mix de microalgas vivas (Isochrysis galbana e Phaeodactylum tricornutum); Dieta 3 - microalga viva (Phaeodactylum tricornutum) e ração seca extrudida para peixes marinhos. No final do ensaio comparou-se o peso (g), o comprimento (cm), o índice gonadossomático (%) e a maturação das gónadas entre os indivíduos alimentados com dietas diferentes. Os resultados demonstraram não existir diferenças significativas entre os animais alimentados com as três dietas diferentes. A indução da postura dos reprodutores mantidos em cativeiro foi conseguida com sucesso através de choque térmico, isto é, o aumento brusco da temperatura da água. O desenvolvimento larvar foi acompanhado até ao 27º dia. A fase de pré-auriculária surgiu ao 3º dia, como na maioria das holotúrias, enquanto a fase de doliolária apenas surgiu ao 25º dia, apresentando um desenvolvimento larvar lento vi quando comparado com outros pepinos-do-mar (i.e.: Holothuria mammata, Holothuria polii). De uma forma geral, H. tubulosa demonstrou ser um potencial candidato à aquacultura dada a resistência apresentada ao maneio e acondicionamento, a facilidade de desenvolvimento das gónadas em cativeiro, o sucesso na indução e o cultivo larvar até à fase de assentamento.