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Advisor(s)
Abstract(s)
Objectivos: Com o presente trabalho pretende-se conhecer as atitudes e o nível de
conhecimentos dos educadores de infância e professores do ensino básico e secundário
em relação ao mau trato infantil; determinar a prevalência de sinalização de maus tratos
identificados nos seus estudantes; conhecer a sua actuação relativamente às situações de
maus tratos identificadas; conhecer suas sugestões relativamente ao papel institucional,
na melhoria da intervenção no âmbito do mau trato infantil; avaliar suas necessidades de
formação sobre a criança de risco e o mau trato infantil, e determinar os factores
preditivos das suas atitudes e conhecimentos em relação ao mau trato infantil.
Metodologia: Desenvolvemos um estudo quantitativo, não experimental, transversal e
correlacional, numa amostra constituída por 264 educadores de infância e professores
dos estabelecimentos públicos de ensino pré-escolar, básico e secundário do concelho
de Leiria, seleccionados por amostragem de conveniência.
Foi aplicado um questionário composto por três partes: caracterização sóciodemográfica
e profissional da amostra; avaliação das atitudes e dos conhecimentos dos
educadores de infância e professores dos ensinos básico e secundário sobre os maus
tratos infantis, e avaliação das necessidades de formação no âmbito da criança de risco
e do mau trato infantil. A segunda parte integrou uma escala de Atitudes dos
Educadores face ao Mau trato Infantil (EAtEMtI) com três dimensões, Atitudes face à
autoridade parental abusiva (α de Cronbach=0,784); Atitudes face à sinalização dos
maus tratos (α de Cronbach=0,729) e Atitudes face à punição física (α de
Cronbach=0,725), construída e validada para o efeito.
Resultados: Em relação às atitudes face ao mau trato Infantil (EAtEMtI), a análise
detalhada permite constatar que os educadores apresentam atitudes concordantes com as
Atitudes face à sinalização dos maus tratos e pouco discordantes com as Atitudes face à
autoridade paterna e as Atitudes face à punição física. Em média, os educadores que integraram a amostra apresentam conhecimentos
insuficientes sobre os sinais de suspeita de mau trato infantil, sendo a percentagem
média de respostas correctas de 33,10%.
É ao nível dos conhecimentos sobre os sinais de suspeita de maus tratos físicos que os
inquiridos possuem mais conhecimentos e é relativamente aos sinais de suspeita de
maus tratos sexuais que os seus conhecimentos são mais deficitários.
São factores preditivos para as atitudes face à autoridade parental abusiva, o sexo, ter
contactado com crianças vítimas de maus tratos e os conhecimentos globais sobre os
sinais de maus tratos. Para as atitudes face à sinalização dos maus tratos, as
habilitações académicas, o exercício funcional, ter contactado com crianças vítimas de
maus tratos, o grau de interesse em formação sobre mau trato infantil, a detecção de
sinais de suspeita de maus tratos infantis constituem factores preditores. O sexo, ter
feito formação na área dos maus tratos infantis e o grau de interesse em formação sobre
mau trato infantil são factores preditivos para as atitudes face à punição física.
São factores preditivos para os conhecimentos sobre os sinais de maus tratos, a idade,
as habilitações académicas, o tempo de docência na função e a detecção de sinais de
suspeita de maus tratos infantis como um total.
Só uma minoria dos educadores fez formação na área dos maus tratos infantis, tendo
esta sido realizada, maioritariamente, em contexto da formação contínua. Percepcionam
o seu conhecimento nesta área, como situado num nível intermédio e demonstram
grande interesse em fazer formação sobre a identificação dos sinais e sintomas de mau
trato, actuação/procedimentos na sinalização e formas de intervenção terapêutica.
Sugerem a melhoria de aspectos organizacionais e a implementação de programas de
formação e de programas de intervenção na comunidade escolar para despiste precoce
das situações de suspeita de maus tratos.
Description
Tese de Doutoramento apresentada à Universidad de Extremadura, Departamento de Psicología y Antropología em 2009.