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Authors
Abstract(s)
Verifica-se, atualmente, uma elevada preocupação no que concerne ao impacto da pandemia por
COVID-19 no bem-estar geral da população. Esta pandemia constitui-se como uma crise global, não
só ao nível de saúde pública e de estabilidade económica, mas também de bem-estar familiar. Ao
evocar questões acerca do sentido de vida, a pandemia constitui-se como uma oportunidade para a
(re)descoberta de valores humanos e universais.
Numa sociedade cada vez mais envelhecida, a pandemia por COVID-19 veio acentuar, ainda mais, as
dificuldades vivenciadas no quotidiano dos cuidadores a vários níveis, designadamente, profissional,
pessoal, financeiro e social. Perspetivada não só como a unidade básica da sociedade, mas também
como foco dos cuidados de enfermagem, a família apresenta como função prioritária, o suporte e a
proteção dos seus membros.
Pela sua proximidade, o enfermeiro de saúde familiar conhece as singularidades de cada família, o seu
potencial, as suas competências e fragilidades. Com o seu saber técnico, científico e humanístico,
define estratégias de índole sistémica que potenciam a ação da família, face às necessidades
específicas de cada um dos seus constituintes. Todavia, urge compreender quais são os desafios, as
respostas e as adaptações que emergiram a partir desta nova realidade, visto o cenário pandémico ter
condicionado a interação entre enfermeiros e famílias.
Tendo por base este intuito, efetuou-se uma revisão sistemática de literatura, subjacente à seguinte
questão de investigação: Quais são as consequências da Pandemia por COVID 19 na sobrecarga e
sentido de vida do cuidador informal? Os objetivos definidos para a pesquisa são: 1) Avaliar a
sobrecarga do cuidador informal durante o período de pandemia por COVID-19 e 2) Identificar a relação
entre o sentido de vida e a sobrecarga do cuidador informal.
A partir da questão PI[C]O, foram definidas palavras-chave e realizada uma pesquisa de artigos
científicos na base de dados da plataforma B-On no mês de novembro de 2021.
Na Revisão Sistemática da Literatura, incluíram-se artigos, publicados nos últimos seis anos e
disponíveis gratuitamente nas bases de dados Academic Search Complete, Complementary Index e
Medline, através dos seguintes descritores: Informal “caregiver burden”, “COVID-19 or coronavirus or
2019-ncov or sars-cov-2 or cov-19”, “life purpose” or “meaning in life” or “purpose in life”, utilizando o
operador booleano AND. Da aplicação dos critérios de inclusão, foram identificados, no total, 58 artigos,
dos quais, após análise dos títulos e resumos, foram selecionados cinco artigos como elegíveis e
incluídos.
Relativamente aos resultados, constatou-se que a sobrecarga do cuidador variava de acordo com a
doença da pessoa cuidada, sendo que as evidências comprovaram que os cuidadores de pessoas com
demência e doença oncológica relataram uma maior sobrecarga de cuidados, principalmente as
mulheres. Também a ansiedade, o stress crónico e a depressão (angústia e sofrimento existencial)
foram geradores do sentimento de sobrecarga do cuidador, durante a pandemia por COVID-19.
Registou-se que a promoção da resiliência reduz significativamente a angústia associada aos
cuidados.
Conclui-se que a presença da espiritualidade, da esperança e de um sentido de vida, a par da
resiliência, reduzia significativamente a angústia associada aos cuidados. É fundamental que os
cuidadores sejam devidamente treinados e capacitados para que alcancem maiores níveis de
resiliência como a capacidade de aceitar a situação diariamente, suprindo a necessidade de a pessoa
não perder a sua essência e restaurar a esperança. Torna-se crucial que os enfermeiros desenvolvam
competências para identificar e intervir nos processos de transição saúde - doença, orientando os
cuidadores para atingirem o nível de mestria, promotor da resiliência e de esperança.
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Keywords
Sobrecarga do Cuidador Sentido de Vida Pandemia Enfermagem