Eficiência do tratamento terciário na ETAR de Olhalvas através de uma tecnologia de filtração

Duarte, António Pedro Ribeiro Antunes

http://hdl.handle.net/10400.8/8812

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Authors

Duarte, António Pedro Ribeiro Antunes

Advisor(s)

Sousa, Helena Manuela Pala Dias de

Vieira, Judite dos Santos

Abstract(s)

Um dos mais graves problemas que a humanidade enfrenta atualmente é a disponibilidade e qualidade da água, que são ameaçadas pela poluição, pelo crescimento populacional e pelas alterações climáticas. A gestão sustentável e eficaz dos recursos hídricos é imperativa e, neste âmbito, as medidas de combate à degradação dos meios aquáticos e a procura de fontes alternativas de água assumem um papel fulcral. As estações de tratamento de águas residuais são uma das principais vias de entrada no ambiente de um elevado número de compostos poluentes que resistem aos tratamentos convencionais, nomeadamente os emergentes, que podem causar danos graves aos ecossistemas e à saúde humana, mesmo em concentrações vestigiais. Por outro lado, as águas residuais tratadas constituem um recurso cujo aproveitamento se torna premente, face à crescente escassez de água. Assim, é cada vez mais importante melhorar a qualidade dos efluentes das estações de tratamento de águas residuais, quer para minimizar a carga poluente nas águas recetoras, quer para permitir a sua reutilização. Neste estudo é avaliada a eficiência de um tratamento terciário conduzido numa instalação piloto na ETAR de Olhalvas, em Leiria, baseado num sistema de filtração que utiliza um meio granular de vidro ativado. O desempenho do sistema foi analisado através da determinação de vários parâmetros de qualidade de água (sólidos suspensos totais, azoto total, fósforo total, cobre dissolvido, E. coli, e coliformes totais), e da percentagem de remoção de 20 poluentes emergentes, incluindo 12 produtos farmacêuticos e 8 pesticidas. Obtiveram-se percentagens de remoção média significativas para os sólidos suspensos totais (56%). A redução média de azoto total (16%), fósforo total (4%) e microrganismos (67% para as bactérias E. coli e 51% para as bactérias coliformes totais), foi inferior ao que seria desejável. Os 20 poluentes emergentes analisados foram identificados em pelo menos uma amostra, sendo os medicamentos anti-inflamatórios os que se encontraram em maiores concentrações, atingindo valores na dezena de microgramas. A mediana da percentagem de remoção dos poluentes emergentes situou-se abaixo dos 30%, com exceção para o Atenolol (36%), o Trimetoprim (90%), o Diurão (41%), o Tiaclopride (55%), a Acetamiprida (64%) e o Tiametoxame (70%). Em conclusão, o sistema CAFE demonstrou ser uma opção válida para o tratamento terciário de águas residuais quando o objetivo é a remoção de sólidos suspensos. Com um processo posterior de desinfeção, haveria possibilidade de reutilização da água filtrada, nomeadamente para rega. O CAFE revelou-se pouco eficaz na remoção da maioria dos poluentes emergentes, apesar de diminuir o risco ambiental para todos os compostos quantificados.