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Authors
Advisor(s)
Abstract(s)
Enquadramento: A Enfermagem Forense, sendo um desafio atual, exige articulação com o
sistema judicial, onde os enfermeiros assumem um papel imprescindível pelos seus
conhecimentos, habilidades e proximidade à população (Asci, Hazar, & Sercan, 2015). Assim,
podendo ser, os primeiros interventores no local crime e/ou com a vítima, é fundamental que
desenvolvam competências para uma assistência holística em prol dos direitos da pessoa quanto
à justiça criminal (Adão & Santos, 2012; Gomes, 2014a).
Metodologia: O principal objetivo deste estudo centrou-se na identificação das práticas
forenses realizadas pelos enfermeiros em contexto pré-hospitalar. Assim, com um estudo não
experimental, estudou-se a relação das práticas forenses realizadas com os saberes forenses, o
tempo de experiência profissional e em contexto pré-hospitalar, o sexo, a idade, a existência de
protocolo de atuação, a presença de formação na área e a perceção das necessidades formativas.
Tendo-se adquirido uma amostra não probabilística intencional (n=99), através da aplicação do
questionário PEF-Pré Hospitalar, por nós realizado e retificado através de pré-teste.
Resultados: A amostra presente neste estudo foi constituída maioritariamente por enfermeiros
do sexo masculino (57,6%), com idade entre os 30-39 (47,5%), com experiência profissional
entre os 3 e os 34 anos (16,71 anos ± 7,221) e de pré-hospitalar entre 1 ano e os 38 anos (11,29
anos ± 7,173), e com Contrato de Trabalho em Funções Públicas (70,7%). Dos inquiridos, 98%
referiu já ter prestado cuidados pré-hospitalares a vítimas de crime, mas 80,8% afirmaram que
são situações raras. Enquanto 62,6% considerou “Muito Importante” a inclusão de conteúdos
forenses na formação pré-hospitalar, ao mesmo tempo que 58,6% afirmou não existir
protocolos Médico-Legais para atuação nestes contextos. Apesar de 78,8% possuir formação
na área Forense, adquirida em formações de serviço (65,4%), 48,5% considerou o seu
conhecimento em Enfermagem Forense apenas “Razoável” pelo que 52,5% afirmou necessitar
de atualizar e/ou complementar a formação e 46,5% consideram necessitar mesmo de formação
base e específica. Por fim verificou-se que são as práticas forenses de Abordagem ao Local as
mais realizadas em situação de emergência (61,0%).
Conclusão: Os resultados obtidos demonstram que as práticas forenses são influenciadas pela
idade (no que respeita à Abordagem ao Local), pela experiência pré-hospitalar (na Recolha e
Preservação dos Vestígios Forenses), pela formação (na Abordagem ao Local, na Prestação de
Cuidados à Vítima e na Recolha e Preservação de Vestígios) e pela perceção que os
profissionais detêm acerca dos seus saberes forenses. Verificou-se também, que o sexo, os anos de experiência professional, o vínculo professional e os protocolos forenses não influenciam as
práticas forenses realizadas em contexto pré-hospitalar, enquanto a formação apenas não
influencia a dimensão dos Registos/Documentação. No entanto, constatou-se que apenas a
maioria das práticas forenses de Abordagem ao Local são realizadas em situação de emergência
pré-hospitalar, embora as restantes também pudessem ser aplicáveis.
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Keywords
Práticas forenses Saberes forenses Enfermagem forense Pré-Hospitalar Vítimas de crime