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Abstract(s)
Tangente, em geometria, é, por definição, uma reta que toca num só ponto uma circunferência. Este termo reflete a forma como vejo o aparecer e o desenvolvimento do meu percurso e trabalho enquanto artista. Desta forma, o círculo compreende o meu mundo e nele, mais precisamente, algo que o toca: o meu olhar crítico a relação entre o ser humano e o vivente não-humano - o animal. Penso – e porque me toca tangente é a partir daí que começo a trabalhar - sobre a condição animal: sobre o que lhes é imposto e sobre aquilo a que estão sujeitos, sobre o destino que lhes é reservado. Aqui interessou-nos desenvolver uma reflexão sobre essa condição animal, para aclarar nela aquilo que impulsionou um processo criativo e artístico resultante do contacto com essa reflexão – mesmo se o trabalho depois segue por si, autónomo e distinto, sem ser dela ilustração. O ponto de intersecção é onde a troca de informação (e emoções) entre a reflexão e o fazer se manifesta, de onde a tangente segue e se desenvolve, de forma infinita. Essa manifestação, foi concretizada nos trabalhos práticos em dois movimentos: um primeiro movimento, relativo à apropriação de objetos e imagens, livros de receitas que são manipulados e alterados; um segundo movimento, que tem na sua base memórias de infância (ou mais próximas ainda), que se transcrevem nos desenhos: imagens, construções, que têm como núcleo uma sensibilidade – ética - perante o destino de outros seres sencientes. Foi essa reflexão, essa sensilidade, essa condição - tangente, tocante - que procurámos aqui aprofundar e compreender, a partir de algumas leituras do pensamento filosófico contemporâneo sobre o animal.
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Keywords
Animal Condição animal Produção animal Humano/Não-humano Ética Memória Desenho