Cadernos PAR n.º 03 (Abr. 2010)
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Recent Submissions
- Sobre o natural e o actorPublication . Tavares, Margarida; Gonçalves, Maria MadalenaNeste artigo, procura-se reflectir sobre o conceito de natural quando aplicado ao trabalho do actor. Parte-se de quatro relevantes textos da dramaturgia ocidental, a saber: Hamlet, de Shakespeare; Crítica da ‘Escola das mulheres’ e O improviso de Versalhes, de Molière; e O teatro cómico, de Goldoni.
- A ética é a promessa da estética? (Sobre a expectactiva do espectador)Publication . Silva, Rodrigo; Gonçalves, Maria MadalenaO propósito deste texto é o desejo de colocar umas quantas questões, de articular e de partilhar algumas “afirmações” ou “preocupações”, as quais não se apresentam como teses ou sequer tomada de posição. Talvez apenas como a abertura de uma cena. Ou talvez apenas como a enunciação de uma trama de conceitos que desenham um território de reflexão ainda móvel. Algumas dessas interrogações lanço-as já na sua formulação mais imediata. Em que medida é que o espaço da representação pode ser “político”? Que tipo de responsabilidade para com o mundo possui a arte? Em que é que repousa a “autoridade” do gesto artístico, e em que termos é que ela se legitima? Como é que a extensão cada vez maior do “audiovisual” (lato sensu) e dos “tele-sentidos”, no espaço da cultura, afecta a capacidade de olhar e de escutar? Em que medida é que a luz ofuscante e equívoca da civilização dos media alterou a relação entre os dispositivos de representação e as condições de possibilidade da subjectividade democrática? Ou, formulado noutros termos, pode a estética (no sentido dos vários modos da experiência do sensível), como o pensou uma boa parte da tradição filosófica, ser portadora de uma ética de uma transformação no modo como habitamos o mundo? Como é que o modo como habitamos o espaço da representação tem implicações na co-habitação e na configuração da vida colectiva?
- Using new media technologies in dance improvisation classesPublication . Jurgens, Stephan; Gonçalves, Maria MadalenaEvery creation system has its technologies, which consist of methods, techniques and tools. The same holds true for Dance Improvisation. When choreographer William Forsythe presented his CD-Rom “Improvisation Technologies” to the public in 1997, a shift in paradigms became apparent: instead of focusing on the material aspects of technology (hardware and software), he emphasised the conceptual plane. The use of the term “technology” in combination with “improvisation” may sound provocative for those who see the arts and science as opposite and incompatible areas of human endeavour. But for others this combination expresses an interesting conceptual and collaborative approach to creation. In my own work as a choreographer and as a teacher, New Media technologies offer powerful and stimulating tools for rehearsal, creation and performance processes. Beyond the utilitarian value of these technologies I have been very inspired by the conceptual work that led to their development. In this article I will re ect upon technologies for Dance Improvisation, and present the Dance Lab as a format to experiment both with the material and conceptual aspects of technologies.
- Teatro com teatro : modos e práticas teatrais contemporâneasPublication . Guerreiro, Nelson; Gonçalves, Maria Madalena(...) O meu pressuposto inicial era o de desenvolver algumas ideias sobre as práticas teatrais contemporâneas, campo que me tem ocupado durante os últimos anos, quer a nível teórico, quer a nível prático. Há já alguns anos que me interessa perceber de que ‘matéria’ é feito o teatro nos dias de hoje. A esta pergunta tenho procurado responder (qual Hércules!) cruzando diversos discursos teóricos com os resultados das minhas idas a espectáculos e com a minha própria experiência (quer dizer, com o que vou incorporando nos processos criativos de espectáculos em que fui e vou participando). Digo-vos que, para isso, é preciso estar atento, reflectir, digerir e ler tanto como ir ao teatro, ser assíduo frequentador das suas salas, ou dos seus espaços, ritual que pratico com uma regularidade por vezes excessiva, por vezes insuficiente, levado por vezes por razões profissionais, outras por mero desafio e gosto. Mas sempre em demanda do que atrás referi: de que é feito o teatro hoje? Ao pensar como organizar esta aula, deparei-me com a necessidade de eleger um tópico que me permitisse abordar as práticas artísticas contemporâneas, mas numa perspectiva de ligação directa ao lugar que o teatro ocupa nas sociedades actuais, classificadas como sociedades de informação.
- Linguagem verbal e não-verbal : contributos para uma gramática visualPublication . Silvestre, Carminda; Gonçalves, Maria MadalenaUma nova realidade social tem-se vindo a reconfigurar face aos rápidos avanços tecnológicos, nomeadamente ao uso da Internet e ao crescente número de imagens que imperam no espaço público e privado. Esta nova realidade requer uma aprendizagem de multiliteracias em que os modos de comunicação não se circunscrevam à linguagem verbal e o entendimento desta não se configure de uma forma abstracta. Existe pois a necessidade de incorporar no espaço da investigação novas teorias da linguagem, novos conceitos e instrumentos analíticos capazes de responder aos desafios do presente.
- Modos de representação no teatro e no cinema. O teatro mostra (e depois conta) e o cinema conta (e depois mostra). Ou é o contrário?Publication . Gonçalves, Maria Madalena; Gonçalves, Maria MadalenaMostrar e contar são modos de representar o mundo que aqui vão ser analisados em dois lugares onde a relação se revela problemática: o teatro e o cinema. O subtítulo deste texto - “O teatro mostra (e depois conta) e o cinema conta (e depois mostra), seguido da interrogação “Ou é o contrário?”- procura justamente enunciar essa dificuldade nestas duas áreas específicas de produção artística.
- Ut pictura thesisPublication . Mendonça, Guilherme; Gonçalves, Maria MadalenaEm "Como se faz uma tese em ciências humanas", Umberto Eco dá-nos conta de um novo enquadramento das teses enquanto preparação para a investigação, por oposição ao enquadramento tradicional em relação ao qual a tese era o culminar de uma vida de reflexão. A tese enquanto começo, e não enquanto fim, é também o produto de uma democratização que, como refere Eco, tem que ser acessível àqueles que não são a minoria privilegiada, com os recursos financeiros e o tempo suficientes para uma investigação. Como tantos outros, tinha a secreta desconfiança de que, com efeito, o que se tinha passado com as teses de doutoramento era um decréscimo na qualidade das mesmas como resultado de critérios políticos e da necessária competitividade das universidades. Essa suposição também foi instrumental na minha curiosidade pelas mudanças históricas no paradigma de tese. A proposta de tese com que iniciei o meu doutoramento pressupunha a construção paralela de uma reflexão teórica e de um trabalho criativo. Sendo um dos privilegiados que pode dedicar-se a um doutoramento a tempo inteiro (com os necessários riscos que isso implica), permiti-me o estudo de um certo número de teses como forma de chegar a um entendimento transversal das expectativas num trabalho de investigação - a um sentir da especificidade e dimensão de uma tese, em complemento com a dimensão técnica. Esse trabalho, que me tomou alguns meses de leitura diversificada, acabou por se transformar numa reflexão sobre a natureza do trabalho académico e criativo que viria a resultar na minha segunda sessão de Aulas Abertas para o PAR.
- Esse desejo de ver claro...Publication . Cabau, Philip; Gonçalves, Maria MadalenaO universo curricular das formações na nossa Escola constitui um diversificado painel de matérias. A sua função é proporcionar aos alunos uma experimentação, pedagogicamente contextualizada, das ferramentas que lhes permitirão, um dia, trabalhar autonomamente na área profissional onde embarcarem. Nesse vasto painel, fundamentado, em grande parte, por conteúdos de natureza visual, o Desenho ocupa um lugar transversal. Uma análise dos currículos pedagógicos das áreas em questão – tanto aqui como em outras escolas – revela uma aparentemente consensualidade no que respeita à importância do desenho nas diferentes formações. Os conteúdos do Desenho, ou melhor, aquilo que eles proporcionam nesse quadro de aprendizagens, são considerados, inquestionavelmente, essenciais. Em menor ou maior grau, com incidências mais finas nesta ou naquela questão, dir-se-ia que o Desenho cumpre funções comuns a todos os cursos. Pois não implicarão todos eles conteúdos visuais, apesar das distâncias mais ou menos evidentes? A Aula Aberta anterior já abordou esta temática, partindo do pressuposto dessa unidade do desenho como um lugar partilhado. A partir do (enunciado do) Exercício de Desenho, efectuou-se então uma espécie de cartografia do território do desenho comum ao Design e às Artes Plásticas (no que diz respeito ao trabalho em ambiente pedagógico, apresentado como enunciado e exercício). Desta vez, gostaria de avançar a hipótese contrária e tentar identificar aquilo que, na prática do desenho como no seu ensino, conforma um território claramente disjuntivo entre ambos. Isto tem directamente a ver com a formulação que figura no título da nossa aula comum: o “desejo de ver claro...”. O contexto onde esta expressão se manifesta com maior evidência é o Projecto ou, mais exactamente, o papel do desenho no processo de ‘ver claro’ do Projecto. Nesse sentido, pretendo aqui lançar algumas suposições, suspeições e perguntas, para as quais não tenho respostas definidas ou definitivas. Concretamente: o que persegue o desenho das Artes Plásticas que é distinto do desenho do Design? E, alternativamente, que trata o desenho do Design que é diferente do desenho das Artes Plásticas?
- Práticas do desenho em design : dinâmicas do desenhoPublication . Poeiras, Fernando; Gonçalves, Maria MadalenaApresentamos, para enquadrar o tema da “dinâmica do desenho”, uma breve sinopse do caminho percorrido sobre as pragmáticas e a experimentação no desenho (do design de produto). Esta recapitulação é necessária para enquadrar o tema, mas também para sistematizar, tornando mais claro o problema que é objecto desta reflexão e os conceitos empregues.