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- Accumulation of microplastics in North Atlantic sharks: causes, potential effects, and bioremediation strategiesPublication . Casado, Roger Busom; Novais, Sara Calçada; Bessa, Ana Filipa Silva; Ceia, Filipe Rafael dos SantosO plástico é um material versátil amplamente utilizado em muitos setores económicos e tem sido produzido em massa desde a década de 1950. No entanto, o plástico é composto por polímeros de difícil degradação que, devido à gestão inadequada atual e outros fatores, resulta na acumulação de grandes quantidades desses polímeros em diferentes ecossistemas da Terra, incluindo nos oceanos. Como o plástico é ubíquo em vários sistemas oceânicos, eventualmente interage com organismos marinhos, levando a eventos de emaranhamento ou ingestão. Muitos estudos têm demonstrado a acumulação de macro- e microplásticos em organismos marinhos. Entre eles, os predadores de topo de vida longa são muito propensos a acumular grandes quantidades de resíduos plásticos devido aos processos de bioacumulação e biomagnificação. Por essa razão, os tubarões carnívoros podem ser considerados bons sentinelas de contaminação por microplásticos, devido à sua alta posição trófica e à diversidade de habitats que podem ocupar (ou seja, desde bentónicos a pelágicos e de ambientes costeiros a oceânicos). O principal objetivo da presente tese foi avaliar a acumulação de microplásticos e outras partículas antropogênicas na espécie de tubarão bentónico Scyliorhinus canicula e compará-la aos dados gerados para o tubarão pelágico Prionace glauca da mesma área geográfica, com ambos os estudos seguindo a mesma metodologia. Tal teve como propósito avaliar diferenças na ingestão de partículas antropogénicas entre os dois tubarões, com a hipótese de que o lixo antropogénico não se acumula uniformemente em diferentes zonas marinhas e, portanto, os organismos marinhos podem tender a acumular partículas antropogénicas mais presentes nos seus respetivos ecossistemas. Além disso, também se pretendia avaliar se os resultados do presente estudo estariam alinhados com a literatura existente sobre a acumulação de partículas antropogénicas em outros tubarões e ecossistemas marinhos (ou seja, água do mar e leito oceânico). Por último, este trabalho também visou estudar como parâmetros digestivos, como enzimas e condições de pH ácido, poderiam afetar as partículas antropogénicas retidas no trato gastrointestinal dos tubarões, a fim de entender que mudanças as partículas antropogénicas podem sofrer durante a sua passagem pelo trato digestivo do tubarão. Além disso, o estudo dos efeitos enzimáticos sobre os plásticos também visou avaliar o potencial biotecnológico dessas enzimas digestivas para a degradação de plásticos. Os resultados mostraram uma incidência de 100% de partículas antropogénicas em ambos os tubarões, com Scyliorhinus canicula acumulando menos partículas por indivíduo (7.84 ± 3.49) do que Prionace glauca (36.31 ± 23.7). Em relação à forma dos itens ingeridos, os tubarões pata-roxa acumularam até 4 vezes menos fragmentos do que os tubarões-azuis. No entanto, para ambos os tubarões, as fibras foram a forma de partículas mais acumulada. Em relação ao tipo de polímero, S. canicula ingeriu principalmente partículas de origem natural (por exemplo, celulose, algodão e outros) e a maioria dos itens ingeridos tinha uma densidade maior do que a da água do mar (flutuação negativa), enquanto P. glauca ingeriu principalmente itens de origem sintética (por exemplo, polietileno, polipropileno e outros), e uma grande proporção das partículas acumuladas tinha uma densidade menor que a da água do mar (flutuação positiva). Por último, em relação aos testes digestivos in vitro, ao simular algumas das condições do trato gastrointestinal dos tubarões, a enzima pepsina foi capaz de causar perda de peso em filamentos de poliamida (4.64%), em filmes de polietileno de baixa densidade (2.32%) e causou alterações estruturais em fibras de algodão. Este estudo destaca a importância de monitorizar a ingestão de partículas antropogénicas em predadores de topo para demonstrar ainda mais a vulnerabilidade desses organismos marinhos à acumulação de lixo marinho, o que pode resultar em potenciais impactos para a saúde dos mesmos, ao mesmo tempo em que oferece informações sobre os diferentes níveis de poluição antropogênica em diferentes áreas marinhas (bentônicas versus pelágicas). Além disso, este estudo também destaca a importância de compreender como as partículas ingeridas se podem comportar dentro do trato digestivo dos organismos para futuramente explorar os seus possíveis efeitos.
- O MANUAL DIGITAL E O MANUAL ANALÓGICO NA AULA DE FRANCÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA (FLE)Publication . Fonseca, Cristina Ferreira da; Gillain, RomainA história do povoamento do manual escolar na sala de aula dita já várias décadas. Símbolo de garantia de orientação nas aprendizagens a nível nacional, perfaz o seu papel de auxiliador no que ao processo de aprendizagem diz respeito, tanto na perspetiva do aluno como na do professor. O manual analógico tem dado lugar, em várias escolas do país, ao manual digital, transferindo o foco do processo de aprendizagem para a figura do aluno como construtor desse mesmo processo. De um papel transmissivo, explicativo e oratório, o professor tende a transformar-se num guia, num orientador, num facilitador do processo de aprendizagem. Esta mudança de paradigma do processo de ensino-aprendizagem e do próprio manual acarreta desafios, não só ao nível profissional dos professores, como também ao nível das necessidades físicas e materiais das próprias escolas. O universo que constitui uma aula de francês, como língua estrangeira (nível iniciação), surge como o espaço de investigação, atentando não só ao uso do manual digital e do manual analógico como apoio ao processo de aprendizagem, como ao próprio uso da tecnologia em sala de aula. A tecnologia poderá surgir como aliada da necessária inovação pedagógica, atendendo à multiplicidade de competências que se espera que um aluno do século XXI adquira no seu percurso académico, não devendo, no entanto, confundir-se inovação pedagógica com inovação tecnológica, já que as mesmas podem ou não coexistir.
- Peças soltas que unem - Materiais não estruturados como potenciadores de cooperação num grupo de crianças do pré-escolarPublication . Marques, Regina; Oliveira, Ana Margarida Fernandes de; Antunes, Raúl de Sousa NogueiraO Projeto “Peças soltas que unem” foi realizado num jardim-deinfância público, pertencente a um Agrupamento de Escolas na Região Centro. A intervenção decorreu entre os meses de janeiro e abril de 2023 com dois objetivos essenciais: i) avaliar o efeito de um programa de intervenção com materiais não estruturados na promoção de comportamentos cooperativos; ii) avaliar os níveis de satisfação dos participantes com as atividades propostas. Do projeto constaram onze sessões, em que foi organizado um ambiente com diferentes tipos de materiais não estruturados: rolhas de cortiça, rolos de plástico e pedaços de madeiras. Nas primeiras três sessões, proporcionou-se a familiarização com os materiais e nas restantes oito sessões foram propostos desafios de construção com esses materiais. A amostra foi constituída por 22 crianças que frequentavam uma das salas do préescolar (4,1±0,83anos). Foi utilizado como instrumento de recolha de dados uma grelha de observação para avaliar o efeito do programa de intervenção, com materiais não estruturados na promoção de comportamentos cooperativos. Para avaliar o grau de satisfação recorreu-se ao inquérito, em cada sessão, a todos os participantes. Neste estudo foram analisados os comportamentos nas diferentes sessões e em particular de algumas crianças que, antes de iniciar o projeto, demonstravam dificuldades nas interações com os seus pares. Globalmente, apesar de ser visível a alteração da relação das crianças com o ambiente, não foi possível verificar a relação entre a contínua utilização do material não estruturado e o seu impacto nos comportamentos cooperativos. Relativamente aos participantes, demonstraram ao longo do projeto uma postura de comportamentos neutros à exceção de um dos participantes que foi visível a sua evolução no que diz respeito à diminuição de comportamentos não cooperativos. Verificou-se ainda um nível elevado de satisfação dos participantes em todas as sessões do projeto.