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- Como potenciar a fruição cultural das pessoas com deficiência visual em museusPublication . Farias, Valéria Regina Abdalla; Sousa, Jenny Gil; Freire, Carla Sofia CostaO tema desta investigação incide sobre acessibilidade em museus no âmbito específico da deficiência visual, visto que continuam a existir barreiras que dificultam que esses sujeitos usufruam das instituições museológicas. As barreiras persistem, mesmo que mudanças de paradigmas tenham ocorrido de forma significativa nas últimas décadas, que contribuíram para que as pessoas passassem a estar no centro das preocupações. No entanto, os museus são locais em que há predominância do sentido da visão. Diante disso, desenvolveu-se esse estudo, que tem a seguinte questão central: Como os museus podem potenciar a fruição cultural de pessoas com deficiência visual? Para responder ao questionamento, apresentou-se o objetivo geral: descrever estratégias para potenciar a fruição cultural de pessoas com deficiência visual em museus; e três objetivos específicos: descrever recursos de acessibilidade ao público com deficiência visual em museus atualmente; conhecer estratégias utilizadas em museus, a partir da perspectiva de seus profissionais; e apresentar propostas que potenciem a acessibilidade e a fruição cultural das pessoas com deficiência visual em museus. Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, à luz do paradigma qualitativo, que contou com a análise de quatro instituições museológicas, sendo a primeira de Portugal e as outras do Brasil: Museu da Comunidade Concelhia da Batalha (MCCB), Pinacoteca do Estado de São Paulo (PINA), Centro de Memória Dorina Nowill (CMDN) e Museu da Inclusão (MI). Os instrumentos de coleta de dados utilizados foram uma ficha diagnóstico - para descrever os recursos que os museus oferecem aos visitantes com deficiência visual - e uma entrevista semiestruturada junto aos profissionais das instituições - para conhecer as estratégias que adotam. Os resultados apontaram, em sua maioria, para práticas de acessibilidade que também servem às pessoas sem deficiência; que é essencial a participação das pessoas com deficiência visual nas discussões sobre assuntos que lhes dizem respeito; que a as equipes precisam ter formação para lidarem com os públicos; que é necessário proporcionar experiências multissensoriais para o público. Por fim, apresentam-se propostas práticas para que os museus possam potenciar a fruição cultural das pessoas com deficiência visual. Portanto, pode-se dizer que a acessibilidade é um caminho para uma sociedade inclusiva e os museus fazem parte desse processo, sobretudo porque todas as pessoas têm direito à cultura em igualdade de condições.
- Otimização da extração de porfirano para aplicação em filmes edíveis para o desenvolvimento de embalagens de produtos alimentares: Avaliação do seu potencial bioativo e das propriedades mecânicasPublication . Teles, Marco Pontes Moura; Bernardino, Susana Maria da Silva Agostinho; Afonso, Clélia Paulete Correia NevesO plástico não-biodegradável é amplamente utilizado e representa um dos maiores problemas ambientais da atualidade, com perspetiva do seu agravamento. Existe, portanto, a necessidade urgente de desenvolver alternativas sustentáveis e renováveis, com baixo impacto ambiental, sendo a alternativa mais viável o desenvolvimento de materiais semelhantes ao plástico a partir de polímeros biodegradáveis, como os polissacarídeos sulfatados, por exemplo o porfirano. A viabilidade passa pela obtenção a partir da matéria-prima de forma sustentável ambientalmente e economicamente, sendo necessário o máximo rendimento com os mínimos recursos. O processo desenvolvido de extração de porfirano semi-refinado de Porphyra dioica, PorfP2, permite, a partir da utilização de um solvente verde (água quente), um elevado rendimento de extração de porfirano semi-refinado, 26,66±0,27%, reprodutível e com baixa contaminação, sendo o principal contaminante provavelmente fenóis da parede celular da alga, 0,616±0,027 eq. de ácido gálico µg.mg-1 de extrato. O porfirano semirefinado obtido apresentou potencial antioxidante em todos os ensaios realizados, Hydrogen peroxide scavenging assay (HPSA) após 10 e 15 minutos (Δ0,066±0,002 e Δ0,072±0,003 respetivamente), Ensaio do reagente 2,2-difenil-l-picrilhidrazila (DPPH) em metanol e em acetonitrilo (2,23±0,78% e 10,36±1,36% respetivamente), Ferric-reducing antioxidant power (FRAP) (0,420±0,014 eq. ácido ascórbico µg.mg-1 de extrato) e Ensaio do reagente 2,2-azino-bis-(ácido 3-etil-benzotiazolina-6-sulfônico) (ABTS) (20,46±0,90%). No entanto, não apresentou potencial antimicrobiano. No desenvolvimento dos filmes, devido à dificuldade de desenvolver matrizes viáveis apenas com porfirano e glicerol (Gli), foram desenvolvidas estruturas compósitas com a adição de pectina alimentar industrial (PcT), carboximetilcelulose de sódio (CMC) e alginato de sódio (AL). Os componentes não demonstraram bioatividades, com exceção do PcT em HPSA com atividades a 10 e 15 minutos (Δ0,019±0,002 e Δ0,033±0,002). Nos filmes, as propriedades antioxidantes mais ressaltadas foram do porfirano semi-refinado nos ensaios de DPPH, FRAP e ABTS e de PcT (PorfP2_PcT e PorfP2_PcT_Gli) no ensaio HPSA, porém em nenhuma das soluções filmogénicas foram detetadas propriedades antimicrobianas para os microrganismos testados, B. subtilis, B. cereus, M. luteus, P. aeruginosa, E. coli e C. albicans. Morfologicamente ao microscópio eletrónico a maioria dos filmes apresentaram superfícies relativamente homogéneas e com poucas rugosidades, com exceção do filme PorfP2_CMC_Gli, que apresentou a formação de duas fases heterogéneas. O filme que apresentou as melhores propriedades mecânicas com a melhor conjugação módulo de Young (1629,00±142,41 MPa) e tensão de rutura (23,18±1,62 MPa), foi o filme PorfP2_PcT_Gli. Os filmes testados como embalagens (PorfP2_PcT_Gli, PorfP2_CMC_Gli e PorfP2_AL_Gli) foram capazes de condicionar bolas de cereais com chocolate por 2 meses, de modo a manter a qualidade de forma equiparada ao plástico, ficando a diferença sensorialmente impercetível. No procedimento de obtenção de porfirano semi-refinado é viável e reprodutível e os filmes desenvolvidos, principalmente o PorfP2_PcT_Gli, demonstraram-se boas alternativas e possíveis candidatos como substitutos de plásticos não-biodegradáveis, apesar da necessidade de ensaios adicionais
- Variação sazonal das propriedades antimicrobianas e antioxidantes das espécies Asparagopsis armata e Gelidium corneum, S. Martinho do Porto, PortugalPublication . Cavaco, Mário Manuel Palos; Mouga, Teresa Margarida Lopes da Silva; Afonso, Clélia Paulete Correia Neves; Bernardino, Susana Maria da Silva AgostinhoAs algas marinhas têm sido utilizadas pela população portuguesa do litoral como alimento durante períodos de escassez e como fertilizante, desde há muitos séculos. Ambas as utilizações diminuíram drasticamente com a introdução da horticultura e dos fertilizantes químicos. Mesmo assim, nas últimas décadas, a globalização renovou o interesse na utilização destes organismos, e no seu potencial biotecnológico. Gelidium corneum e Asparagopsis armata são duas espécies que crescem em São Martinho do Porto. G. corneum é colhida sazonalmente porque produz agar, um ficocolóide de alta qualidade, que é utilizado na indústria alimentar como agente espessante ou gelificante. A A. armata é uma espécie invasora, conhecida pelo seu potencial biotecnológico, que pode ter aplicações inovadoras. Ambas as espécies têm propriedades interessantes, tais como propriedades antioxidantes e antibacterianas que podem ser interessantes para a produção de componentes nutracêuticos. Para determinar o potencial biotecnológico destas espécies, é necessário determinar as variações sazonais destes compostos de interesse, e estabelecer o tempo ótimo de recolha para os diferentes compostos alvo. Assim, foram determinadas as variações sazonais de humidade, cinzas, proteínas, hidratos de carbono, agar, lípidos e os seus correspondentes ácidos gordos, além de contaminantes de metais pesados, e iodo. A atividade antioxidante foi também analisada através de ABTS, DPPH, QTP e FRAP e a atividade antimicrobiana através do método de difusão em disco. De todos estes, os teores de proteínas, hidratos de carbono, lípidos e humidade mostraram flutuações sazonais em ambas as espécies analisadas. Em G. corneum, foi também possível verificar diferenças sazonais no potencial antioxidante. A biomassa de G. corneum é abundante durante todo o ano, principalmente no Verão, e tem propriedades nutricionais muito interessantes. Quanto a A. armata, embora a sua baixa disponibilidade sazonal dificulte a colheita da população selvagem durante todo o ano, mostra bioatividades de interesse biotecnológico. Os resultados confirmam que estas duas espécies têm um valor biotecnológico que, se devidamente testado e aplicado, pode aumentar o seu valor comercial.