ESSLei - Mestrado em Fisioterapia - Área de Especialização em Fisioterapia Pediátrica
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Browsing ESSLei - Mestrado em Fisioterapia - Área de Especialização em Fisioterapia Pediátrica by advisor "Moreira, Ana Maria Nunes Machado"
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- FATORES QUE INFLUENCIAM A TOLERÂNCIA AO ESFORÇO EM CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRALPublication . Ramalho, Beatriz Antunes; Moreira, Ana Maria Nunes Machado; Silva, Cândida Susana Gonçalves daIntrodução: A Paralisia Cerebral (PC) consiste num grupo de desordens no desenvolvimento do controlo motor e da postura, como resultado de uma lesão não progressiva aquando do desenvolvimento do sistema nervoso central. As crianças com PC que realizam marcha autónoma apresentam uma tolerância ao esforço reduzida como resultado de comorbilidades primárias e secundárias relacionadas com a PC, o que podem contribuir para baixos níveis de atividade física (AF) e limitações na mobilidade funcional. No entanto, a informação relativa aos fatores que podem influenciar a tolerância ao esforço em crianças com PC ainda é escassa. Objetivos: O principal objetivo deste estudo foi identificar os fatores relacionados com a tolerância ao esforço em crianças com PC, especificamente em crianças com níveis I e II da Gross Motor Function Classification System (GMFCS). Os fatores foram divididos em: fatores individuais (idade, sexo), diagnóstico clínico (hemiplegia, diplegia e tetraparésia), estado nutricional (IMC), alterações posturais e tónus muscular, e fatores contextuais (realização de terapia e a prática de AF). Métodos: Foram recrutadas 16 crianças com PC com idades entre os 6 e os 17 anos. Foi aplicada o Physical Activity Index (PAI) para a caracterização dos níveis da atividade física, a escala de Awshorth Modificada para avaliar o tónus muscular e o Instrumento de Avaliação Postural (IAP) para avaliar as alterações posturais. Estas crianças fizeram o Teste de Marcha dos 6 Minutos (TM6M) segundo as recomendações da American Thoracic Society. Os valores da distância percorrida em metros no TM6M e distância prevista alcançada (%) foram comparados entre os grupos de crianças definidos pelas variáveis: diagnóstico clínico, GMFCS, tipo de intervenção na fisioterapia, prática de AF/desporto, níveis de AF (PAI) e alterações posturais. Resultados: Foram incluídas 16 crianças com PC (média de 11,2±3,9 anos, n=5 sexo feminino; 7 hemiparesia, 7 diplegia e 2 tetraparésia; n=12 GMFCS Nível I). As crianças com diagnóstico clínico de hemiparésia tiveram uma média superior de metros percorridos no TM6M em comparação com a diplegia (84,8±12,1 vs. 65,6±12,1, respetivamente; p=0,045). Foram encontradas correlações significativas entre a distância percorrida no TM6M e a pontuação total na PAI (r=0,585 p<0,028) e com um aumento do tónus muscular de dois grupos musculares do membro inferior direito, especificamente nos grupos musculares distais de flexão (=-0,563, p<0,045), e nos grupos musculares proximais de flexão (=-0,602, p<0,029). Foram encontradas correlações significativas entre a percentagem de distância prevista no TM6M e a idade (r=-0,536 p<0,048), tónus muscular do membro inferior direito nos grupos musculares distais de extensão (=-0,560, p<0,046) e de flexão (=-0,599, p<0,030), e também nos grupos musculares proximais de extensão (=-0,673, p<0,012) e de flexão (=-0,744, p<0,004). Conclusão: Este estudo sugere que existem fatores que podem condicionar a tolerância ao esforço em crianças com PC como a idade, o diagnóstico clínico, o aumento de tónus muscular no membro inferior direito e o nível de AF autorreportado.
- INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA DE FISIOTERAPIA NOS AJUSTES POSTURAIS EM CRIANÇAS COM ALTERAÇÕES NEUROMOTORASPublication . Almeida, Cátia Alexandra Moita de; Moreira, Ana Maria Nunes Machado; Araújo, Cristina LimaO sistema nervoso é uma rede complexa que se divide em sistema nervoso central e sistema nervoso periférico. No sistema nervoso central podem ocorrer alterações que levam ao desenvolvimento de perturbações estruturais ou funcionais, provocando um desenvolvimento motor atípico, sendo designados distúrbios neuromotores. Devido a estas alterações, as crianças apresentam dificuldade na participação nas atividades de vida diária, por diversos fatores, entre os quais a estabilidade postural e ajustes posturais. É importante avaliar a influência da intervenção da fisioterapia pois visa, nestes casos, favorecer a correção ou minimizar estratégias compensatórias, melhorando a função motora grossa e a qualidade de vida. Este estudo tem como objetivo verificar se a intervenção em Fisioterapia em simultâneo com a aplicação de um programa de atividades domiciliárias, delineadas no âmbito da fisioterapia, têm influência nos ajustes posturais em crianças com alterações neuromotoras. Este trata-se de um estudo quasi-experimental. A amostra final foi constituída por 12 crianças com condições neuromotoras associadas a diagnóstico médico. Para cada criança foram considerados dois momentos de avaliação, antes e depois do programa de intervenção. No primeiro momento foi aplicada a Medida da Função Motora Grossa-88 para classificar a função motora grossa. De seguida, em ambos os momentos de avaliação, foi aplicada a Escala de Equilíbrio de Berg e o Teste de Alcance Funcional, bem como uma plataforma de forças para analisar dados referentes aos ajustes posturais, como os limites de estabilidade e o deslocamento do centro de pressão. Após 8 semanas de intervenção em fisioterapia conciliada com um programa de atividades domiciliário, os resultados obtidos sugeriram melhores resultados na Escala de Equilíbrio de Berg e no Teste de Alcance Funcional. Os dados obtidos da plataforma de força sugerem, na maioria dos casos, um aumento nos limites de estabilidade. No entanto, em relação ao deslocamento do centro de pressão, em tarefa, os resultados não foram tão positivos quanto o esperado e não coincidiram com a melhoria dos limites de estabilidade na maioria dos casos. Não foi verificada significância estatística quando comparados os dados relacionados com os ajustes posturais entre mudanças de tónus, no entanto, tanto as crianças com hipotonia como as com hipertonia mostraram melhoria na Escala de Equilíbrio de Berg e maximum excursion composite, mas as crianças com hipotonia demonstraram melhores resultados na avaliação final. Foi também verificado que o programa de atividades de casa demonstrou potenciar os resultados obtidos neste estudo. Os resultados obtidos no presente estudo sugerem, assim, que um programa de intervenção em fisioterapia de 8 semanas complementado por um programa domiciliário demonstra ter um impacto positivo nos ajustes posturais das crianças com alterações neuromotoras. A complementação com um programa de atividades domiciliárias, no âmbito da fisioterapia, favorece uma maior funcionalidade, trazendo benefícios às atividades da vida diária e participação de crianças com essas condições.