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FATORES QUE INFLUENCIAM A TOLERÂNCIA AO ESFORÇO EM CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL

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Introdução: A Paralisia Cerebral (PC) consiste num grupo de desordens no desenvolvimento do controlo motor e da postura, como resultado de uma lesão não progressiva aquando do desenvolvimento do sistema nervoso central. As crianças com PC que realizam marcha autónoma apresentam uma tolerância ao esforço reduzida como resultado de comorbilidades primárias e secundárias relacionadas com a PC, o que podem contribuir para baixos níveis de atividade física (AF) e limitações na mobilidade funcional. No entanto, a informação relativa aos fatores que podem influenciar a tolerância ao esforço em crianças com PC ainda é escassa. Objetivos: O principal objetivo deste estudo foi identificar os fatores relacionados com a tolerância ao esforço em crianças com PC, especificamente em crianças com níveis I e II da Gross Motor Function Classification System (GMFCS). Os fatores foram divididos em: fatores individuais (idade, sexo), diagnóstico clínico (hemiplegia, diplegia e tetraparésia), estado nutricional (IMC), alterações posturais e tónus muscular, e fatores contextuais (realização de terapia e a prática de AF). Métodos: Foram recrutadas 16 crianças com PC com idades entre os 6 e os 17 anos. Foi aplicada o Physical Activity Index (PAI) para a caracterização dos níveis da atividade física, a escala de Awshorth Modificada para avaliar o tónus muscular e o Instrumento de Avaliação Postural (IAP) para avaliar as alterações posturais. Estas crianças fizeram o Teste de Marcha dos 6 Minutos (TM6M) segundo as recomendações da American Thoracic Society. Os valores da distância percorrida em metros no TM6M e distância prevista alcançada (%) foram comparados entre os grupos de crianças definidos pelas variáveis: diagnóstico clínico, GMFCS, tipo de intervenção na fisioterapia, prática de AF/desporto, níveis de AF (PAI) e alterações posturais. Resultados: Foram incluídas 16 crianças com PC (média de 11,2±3,9 anos, n=5 sexo feminino; 7 hemiparesia, 7 diplegia e 2 tetraparésia; n=12 GMFCS Nível I). As crianças com diagnóstico clínico de hemiparésia tiveram uma média superior de metros percorridos no TM6M em comparação com a diplegia (84,8±12,1 vs. 65,6±12,1, respetivamente; p=0,045). Foram encontradas correlações significativas entre a distância percorrida no TM6M e a pontuação total na PAI (r=0,585 p<0,028) e com um aumento do tónus muscular de dois grupos musculares do membro inferior direito, especificamente nos grupos musculares distais de flexão (=-0,563, p<0,045), e nos grupos musculares proximais de flexão (=-0,602, p<0,029). Foram encontradas correlações significativas entre a percentagem de distância prevista no TM6M e a idade (r=-0,536 p<0,048), tónus muscular do membro inferior direito nos grupos musculares distais de extensão (=-0,560, p<0,046) e de flexão (=-0,599, p<0,030), e também nos grupos musculares proximais de extensão (=-0,673, p<0,012) e de flexão (=-0,744, p<0,004). Conclusão: Este estudo sugere que existem fatores que podem condicionar a tolerância ao esforço em crianças com PC como a idade, o diagnóstico clínico, o aumento de tónus muscular no membro inferior direito e o nível de AF autorreportado.

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Paralisia cerebral Tolerância ao esforço Teste de marcha dos 6 minutos Atividade física

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