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A presença das mulheres na direção das empresas está longe de ser igualitária. No entanto, o tema da igualdade de género tem vindo a ganhar destaque ao longo dos últimos anos, sendo cada vez mais debatido, seja por investidores, pela Comissão Europeia e até pelos Governos dos vários países.
A igualdade de género nos conselhos de administração fortalece a tomada de decisão, dado que homens e mulheres têm características distintas que se complementam e ajuda a uma liderança mais equilibrada e inovadora. Isto tem impacto no desempenho organizacional, mas também no nível de risco, na transparência de informação e na qualidade da mesma, podendo contribuir para a minimização de práticas de gestão de resultados.
O presente estudo pretende analisar o impacto da diversidade de género nos conselhos administrativos na gestão de resultados nas empresas portuguesas cotadas. Para tal foi analisada uma amostra de dados em painel não balanceado, constituída por 33 empresas durante um período de 6 anos (2017-2002).
A prática de gestão de resultados foi mensurada pelos accruals discricionários, por ser a forma mais utilizada em estudos anteriores, estimados por dois modelos alternativos: o Modelo de Jones Modificado (1995) e o Modelo Kothari et al. (2005). O género foi medido pela percentagem de mulheres e número total de mulheres no conselho de administração e o número de mulheres independentes. Ainda se incluíram variáveis de controlo de corporate governance e de características específicas das empresas no modelo, que foi estimado utilizado a metodologia de efeitos fixos, por ser a mais adequada.
Os resultados obtidos sugerem que a presença feminina nos conselhos administrativos não influencia de forma direta a prática da gestão de resultados das empresas cotadas portuguesas. Contudo, quando alcançada a massa crítica de mulheres no CA (pelo menos 33,3%), o número de mulheres no CA contribui para aumentar as práticas de gestão de resultados. Este resultado contraria conclusões encontradas por outros autores, mas pode resultar do reduzido número de empresas em estudo em que existe esta massa crítica.
Os resultados ainda evidenciam que os dois principais determinantes que explicam a gestão de resultados são o valor da empresa e o nível de endividamento. Quanto menor o valor de mercado das empresas e maior o nível de endividamento, maior a tendência para as empresas gerirem os seus resultados.
As principais conclusões, para além de contribuírem para expandir a literatura empírica sobre o tema, evidenciam que determinantes mais influenciam as decisões dos gestores das empresas portuguesas cotadas para gerirem os seus resultados, sendo informação útil para todos os utilizadores da informação financeira.
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Gestão de resultados Diversidade de género Conselho de administração Accruals discricionários Mulheres Empresas cotadas Portugal