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Abstract(s)
A aquacultura é uma área em rápido crescimento e em 2030 espera-se que a
produção atinga as 109 milhões de toneladas. A necessidade de aumentar os valores
da produção está relacionada com o rápido crescimento da população, onde atualmente
3 biliões de pessoas estão dependentes da aquacultura para obtenção de proteína de
elevada qualidade. Neste contexto, a produção offshore é essencial para acompanhar
a procura, aumentar a produção nacional e reduzir as importações de pescado e
Portugal apresenta diversos fatores geográficos que permitem a sua implementação. O
projeto Aquimar tem como objetivo caraterizar as condições oceanográficas, físicoquímicas,
geoquímicas e biológicas das águas da costa portuguesa de modo a otimizar
a seleção dos locais para realizar uma aquacultura; avaliar a viabilidade de novas
espécies para cultivo e estimar a sua produtividade em cada local. Neste âmbito, foram
determinados parâmetros físico-químicos (amónia, nitrito, nitrato, fósforo, sílica,
oxigénio dissolvido, pH e temperatura) e biológicos (clorofila a) ao longo da costa
portuguesa com a finalidade de avaliar a possível implementação de aquaculturas
offshore ou costeiras das espécies produzidas com interesse económico, como os
peixes (Argyrosomus regius, Gadus morhua, Salmo salar, Sparus aurata e
Dicentrarchus labrax), bivalves (Mytilus edulis, Pecten maximus, Crassostrea gigas e
Ruditapes decussatus) e macroalgas (Gracilaria gracilis, Porphyra umbilicalis e Undaria
pinnatifida) no local mais apropriado para cada espécie. As amostras de água foram
recolhidas num período de 22 dias entre 5 de outubro a 27 de outubro de 2018 e 27 dias
entre 16 de abril a 13 de maio de 2019 no navio hidrográfico N.R.P. Almirante Gago
Coutinho. A área A (entre Viana do Castelo e Porto) apresentou as maiores
concentrações de clorofila a, as temperaturas mais baixas e concentrações altas de
nitrato, em ambas as campanhas, ideais para o desenvolvimento em zonas costeiras
dos bivalves Mytilus edulis e Pecten maximus, das macroalgas Undaria pinnatifida e
Porphyra umbilicalis e possivelmente são condições que permitiriam a produção
offshore de salmão Salmo salar. As áreas B (entre a Figueira da Foz e Aveiro) e C
(Peniche) demonstraram algum potencial para a produção de salmão Salmo salar,
robalo Dicentrarchus labrax e ostra Crassostrea gigas, uma vez que apresentaram altas
concentrações de sílica e temperaturas mais baixas. A área D (onde já se produzem
dourada Sparus aurata e robalo Dicentrarchus labrax em jaulas no porto de Sines)
apresenta potencial para produzir a ostra Crassostrea gigas e a área E, devido às
temperaturas mais altas, apresenta condições para implementar macroalgas como a
Gracilaria gracilis e peixes marinhos como a corvina Argyrosomus regius, a dourada
Sparus aurata e o robalo Dicentrarchus labrax.
Description
Keywords
Aquacultura offshore Aquacultura costeira nutrientes qualidade da água oceanografia costa portuguesa