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Abstract(s)
A família assume um papel fundamental na vida de cada indivíduo nas diversas fases da vida, sendo a base nos momentos de crise, de mudança, de realização assim como na saúde e na doença.
Independentemente do conceito que define família, a interpretação do mesmo aproxima-se duma visão sistémica.
A família é vista como um sistema, um todo, uma globalidade que estabelece trocas com o exterior e dele recebe um conjunto de influências (sistema aberto). É composto por objetos, relações e subsistemas, fazendo simultaneamente parte integrante de outros sistemas, estando todos eles relacionados e organizados hierarquicamente (Alarcão, 2000).
A evolução dos cuidados de enfermagem permitiram à enfermagem assumir e integrar a família como foco dos seus cuidados. Neste seguimento, a enfermagem de família direciona-se para respostas aos problemas reais e potenciais, englobando a parceria/interação com a família, dando destaque aos pontos fortes dos membros da família e do grupo familiar, visando apoiá-los na procura de soluções para os problemas identificados.
O processo de enfermagem é o ponto de origem da prática diária dos enfermeiros nos cuidados de saúde e no desenvolvimento do trabalho com a família. Os modelos e instrumentos de avaliação familiar permitem identificar as necessidades da família bem como a sua dinâmica de forma a potenciar a intervenção do enfermeiro de família e assim, contribuir para a conceção de cuidados orientados tanto para a colheita de dados como para o planeamento das intervenções da prática de enfermagem junto das famílias.
O Modelo de Calgary de Avaliação e Intervenção Familiar centra-se na interação entre todos os membros da família permitindo conhecer a dinâmica familiar bem como identificar as suas necessidades estruturais, desenvolvimentais e funcionais. Baseia-se no pensamento sistémico e tem como conceito principal as intervenções de enfermagem com as famílias com o objetivo de promover, melhorar e apoiar o funcionamento familiar com o propósito de encontrar soluções alternativas de reduzir e aliviar o sofrimento dos seus membros.
O desenvolvimento de competências para a prática de cuidados especializados na área de Enfermagem de Saúde Familiar tendo em conta as competências comuns do enfermeiro especialista que se encontram no Regulamento das Competências Comuns do Enfermeiro Especialista n.º 140/2019, de 6 de fevereiro, publicado em Diário da República e as Competências Específicas do Enfermeiro Especialista na área de Saúde Familiar de acordo com Regulamento n.º 428/2018, de 16 de julho de 2018 da Ordem dos Enfermeiros decorreram no Centro de Saúde de Ansião, na Unidade Cuidados de Saúde Personalizados. O enfermeiro especialista deve deter quatro domínios de competências, nomeadamente, responsabilidade profissional, ética e legal, competências no domínio da melhoria contínua da qualidade, competências do domínio da gestão dos cuidados e competências do domínio das aprendizagens profissionais.
As competências do enfermeiro especialista na área de Saúde Familiar dividem-se em duas áreas: Cuida da família enquanto unidade de cuidados, e de cada um dos seus membros ao longo do ciclo vital e aos diferentes níveis de prevenção bem como lidera e colabora em processos de intervenção, no âmbito da enfermagem de saúde familiar.
A enfermagem é diariamente confrontada com desafios que incentivam a reflexão e a procura de formação contínua e académica especializada de forma a oferecer um crescimento pessoal, profissional e um exercício fundamentado na evidência científica. Neste sentido, como futura Enfermeira de Família, surgiu a necessidade de conhecer a atitude dos enfermeiros quanto à importância da família no cuidar.
Objetivos: Identificar a importância atribuída pelos enfermeiros à participação da família nos cuidados de enfermagem; conhecer as atitudes que os enfermeiros adotam face à importância da família no processo de cuidar e associar as variáveis sociodemográficas e profissionais dos enfermeiros com a prática de cuidados centrados na família.
Metodologia: Estudo quantitativo, descritivo, analítico, correlacional e transversal que integrou uma amostra de 13 enfermeiros. O instrumento utilizado foi o questionário constituído por questões sociodemográficas e profissionais e a escala “Importância das Famílias nos Cuidados de Enfermagem - Atitudes dos Enfermeiros” (IFCE-AE), validada para a população portuguesa por Oliveira, P., Fernandes, H., Vilar, A., Figueiredo, M., Santos, M., Andrade, L., … & Martins M., (2009).
Resultados: Verificou-se a existência de associação estatística com as variáveis: “Abordagem geral para o cuidado das famílias” nas dimensões da escala “Família: parceiro dialogante e recurso de coping” (p = 0,018) e “Família: recurso nos cuidados de enfermagem” (p = 0,035) e com a variável “Experiência anterior com familiares doentes” na dimensão da escala “Família como um recurso nos cuidados de enfermagem” (p = 0,009). Nas restantes variáveis, não se verificou a existência de associação estatística nas dimensões da escala IFCE-AE.
No que diz respeito à globalidade da escala IFCE-AE (p<0,05) observou-se que existe associação das variáveis “Abordagem geral para o cuidado das famílias” (p = 0,015) e “Experiências anteriores com familiares gravemente doentes” (p = 0,013), não se observando associações para as restantes variáveis sociodemográficas e profissionais. Relativamente às dimensões da escala IFCE-AE, verificou-se que a dimensão “Família como um parceiro dialogante e recurso de coping” apresentou uma média de 41,15, a dimensão “Família como recurso nos cuidados de enfermagem”, a média de 36,07 e a dimensão “Família como um fardo”, a média de 8,00. A média total da escala IFCE-AE foi de 85,23 para um score máximo de 104, o que demonstrou níveis positivos altos das atitudes dos enfermeiros do estudo em relação à participação da família nos cuidados de enfermagem.
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