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Abstract(s)
O acolhimento residencial para crianças/jovens em situação de perigo,
é uma resposta social prevista na lei para acolher crianças e jovens
provenientes de famílias disfuncionais. Estas casas de acolhimento
devem, por isso, proporcionar condições de bem-estar que permitam o
desenvolvimento integral dos acolhidos.
De modo a aproximar estas casas de acolhimento à comunidade, têm
surgido em Portugal alguns projetos com famílias de afeto, que
assentam no ato voluntário de famílias em acolherem crianças/jovens
residencializadas durante os fins de semana e férias letivas. Vários
autores defendem que estas famílias representam um recurso de
elevada importância, uma vez que permite às crianças/jovens
beneficiar de um ambiente familiar estruturado e estável fora do
contexto residencial. Assim, por se tratar de uma resposta alternativa e
cada vez mais aplicada pelas casas de acolhimento em Portugal, este
estudo pretende compreender os modos de intervenção nestas casas
com as famílias de afeto.
Este é um estudo qualitativo, realizado em 4 casas de acolhimento: 1
Centro de Acolhimento Temporário e 3 Lares de Infância e Juventude.
Em cada casa foi selecionado um técnico para a realização de
entrevistas e aplicado um questionário sociodemográfico com o
objetivo de contextualizar a realidade das casas.
Os resultados sugerem que o recrutamento e seleção estão cada vez
mais aprimorados pelas casas de acolhimento, apresentando
mecanismos de divulgação eficazes e discretos, procedimentos de
seleção capazes de traçar um perfil familiar e assegurarem a
idoneidade dos candidatos, e formas de preparação/sensibilização
cuidadas e esclarecidas. O cruzamento e atribuição são quase sempre
realizados no sentido de mediar as características e os interesses de
ambas as partes. Apesar de só uma casa ter regulamento interno
específico para esta resposta, todas demonstram preocupação em
regulamentar estes modos de atuação. A metodologia de
acompanhamento e avaliação é bastante diversificada e informal.
iv
Todas as casas reconhecem a importância destas famílias na definição
dos projetos de vida das crianças/jovens acompanhadas. Em toda a
intervenção são utilizados vários instrumentos e materiais de apoio
pelas equipas técnicas, permitindo melhorar a qualidade deste recurso.
As conclusões revelam que os modos de intervenção relativamente às
famílias de afeto dividem-se em dois grandes eixos: um atribui grande
relevância à ligação afetiva e à criação de vínculos entre as
crianças/jovens e as famílias de afeto, preparando-as para uma relação
de continuidade. O outro eixo intervém no sentido inverso, evitando
que as partes envolvidas desenvolvam uma relação próxima, não
pretendendo a criação de laços afetivos, pois o projeto de vida destas
crianças/jovens não passa por ficarem integradas nestas famílias.
Description
Keywords
Jovens Intervenção Social Acolhimento Residencial Ação Social