Name: | Description: | Size: | Format: | |
---|---|---|---|---|
744.87 KB | Adobe PDF |
Authors
Advisor(s)
Abstract(s)
Nos últimos 16 anos, constata-se uma diminuição de 48% de crianças e jovens em situação de acolhimento, sendo o número de saídas superior ao número de entradas em instituições. Em 2022, foram acolhidas 6347 crianças e jovens, dos quais 65%, ou seja, mais de metade das crianças e jovens encontram-se na fase da adolescência ou início da idade adulta. (Departamento de Desenvolvimento Social / Unidade de Infância e Juventude, 2022).
Apesar desta diminuição, continua a ser urgente procurar a mudança na sociedade face a esta problemática. Na sua generalidade continuam a existir muitas famílias que falham nas suas responsabilidades colocando a criança ou jovem em situação de perigo, proporcionando que as entidades competentes tenham de intervir para garantir não só a proteção destas crianças e jovens, como também o bem-estar e segurança das mesmas. Além disso, também em contexto institucional é percetível a existência de lacunas a diferentes níveis que, consequentemente, traduzem não só, para trajetórias de vida menos positivas na vida destas crianças e jovens acolhidas, como também, para uma falta de preparação para a integração social destes sujeitos no momento da saída da instituição.
Neste sentido, a presente investigação tem como objetivo fundamental, conhecer de que modo os jovens institucionalizados constroem as suas perspetivas de integração na sociedade e analisar o papel da mediação intercultural neste processo de integração. Ademais, procurou-se também, compreender quais os fatores de risco/perigo que proporcionaram a institucionalização destes jovens, conhecer a perceção dos jovens face ao impacto da institucionalização nas suas vidas, conhecer o processo de construção do projeto de vida dos jovens mediante as suas narrativas de vida e, compreender o papel da mediação intercultural na autonomização dos jovens institucionalizados.
A presente dissertação apresenta uma abordagem metodológica assente no paradigma interpretativo/fenomenológico, procurando conhecer, compreender e refletir sobre a temática evidenciada, tendo como método de investigação, o estudo de caso. No que concerne às técnicas de recolha de dados, foi utilizada a entrevista semiestruturada devido à sua pertinência neste estudo.
Os resultados revelam que as experiências no acolhimento residencial são complexas e prolongadas, provocando consequências nos diferentes domínios da vida das jovens institucionalizadas. Reconhece-se que as jovens neste estudo são envolvidas nas tomadas de decisão e que as suas expetativas sobre o futuro estão relacionadas com o âmbito académico e laboral.
Acresce o esforço manifestado que a instituição desempenha em proporcionar outras condições e oportunidades na vida destas jovens, mas também se identifica a necessidade de existir mais profissionais em espaços institucionais face ao número de crianças e jovens acolhidos.
A mediação intercultural é apontada como uma ferramenta fundamental para a intervenção com as jovens na sua transformação identitária e integração na sociedade.
Description
Keywords
Institucionalização Mediação Intercultural Jovens Projetos de Vida